domingo, 21 de agosto de 2011

Gol espírita de Alan Kardec faz Santos bater Bahia no Pituaçu
Peixe vence primeira fora de casa no nacional e sai da zona de rebaixamento
 
CRÔNICA
por Eric Luis Carvalho e Julyana Travaglia
Não foi uma apresentação brilhante, daquelas apresentadas durante o Campeonato Paulista ou na disputa da Libertadores. Mas depois de ter apenas uma vitória nos último seis jogos – o time só bateu o Ceará -, o Peixe conseguiu vencer o Bahia por 2 a 1, na noite deste domingo, em Salvador. O gol com tom de milagre, no momento em que o Tricolor dominava o jogo e chegava sempre na cara de Vladimir, foi marcado por Alan Kardec, aos 36 minutos do segundo tempo. E calou a torcida anfitriã, que fazia grande pressão dentro do Pituaçu.
O gol de voleio – e espírita – de Kardec livrou o Santos da zona de rebaixamento. Agora, o Alvinegro é o 15º colocado, com 18 jogos. Foi a primeira vitória do Peixe fora de casa nesta edição do Brasileiro. O segundo êxito alvinegro nas últimas sete partidas. Já o Bahia se mantém com 20 pontos, mas caiu para a 14ª posição no nacional.
Para este duelo, 32.157 torcedores pagaram ingresso, gerando uma renda de R$ 782.407,50. Na próxima quarta-feira, às 20h30, o Santos faz seu jogo com o Fluminense, atrasado da oitava rodada do Campeonato Brasileiro, na Vila Belmiro. O Bahia só volta a jogar no domingo, contra o Ceará, em Fortaleza.
Jogo acelerado
Quem foi ao Pituaçu esperando ver o ressurgimento do Santos neste Brasileiro, acabou assistindo a um Bahia liderado por Carlos Alberto, pelo menos no primeiro tempo. É fato que o gol do time tricolor demorou a sair. Antes de ver sua torcida vibrar, a equipe da casa precisou se recuperar de um baque logo aos quatro minutos. Ganso foi derrubado na área por Marcone, e Neymar cobrou um pênalti no cantinho esquerdo de Marcelo Lomba, sem chances para o goleiro do Bahia.
Apesar do gol, a torcida se manteve firme, apoiando o time. E só era interrompida pelo grito de algumas meninas histéricas quando Neymar encostava na bola. E foi justamente o santista que perdeu uma chance incrível de fazer 2 a 0, quando se livrou do zagueiro e do goleiro, mas foi impedido por Ávine de marcar. No rebote, Borges mandou para fora.
Depois disso, só deu Bahia. Na cabeçada no travessão de Júnior. No chute, também na trave de Rafael, com Marcos. Em uma das boas chances do time de René Simões, Fahel cabeceou, mas Júnior pegou o rebote e mandou para as redes. Para a sorte dos alvinegros, o atacante estava impedido, como assinalou a arbitragem.
Mas a sorte deixou os santistas aos 33 minutos, quando Júnior finalmente conseguiu deixar a sua marca. Marcos dominou pela direita e o atacante completou, sem dar oportunidade de defesa para Rafael. O 1 a 1 deixou a torcida do Bahia enlouquecida, gritando e pulando sem parar. E vaiando a cada passe do rival.
Carlos Alberto, principal nome do Tricolor, dominava o meio-campo. Pensava as jogadas e orientava até as cobranças de faltas. Deu trabalho para Arouca, que vez ou outra ainda tinha de cobrir as costas do improvisado lateral Elano. Com a correria forte do time da casa, o fim do primeiro tempo - que foi até os 51 minutos por causa do atendimento ao goleiro Rafael, que teve um corte no supercílio - pareceu um alívio para os alvinegros.
Erros baianos e gol espírita
Com Rafael fora – ele recebeu oito pontos no corte que sofreu na cabeça e se sentiu tonto – , Muricy Ramalho teve de fazer a primeira mudança, colocando Vladimir no gol. Mas a principal alteração, na postura do time, não foi mexida. Como na primeira etapa, o Bahia avançava com certa tranquilidade na defesa santista. Carlos Alberto passava sem dificuldades por Durval ou Léo quando estava pelo lado esquerdo.
Apostando nos contra-ataques, o Peixe assustou em uma bola na trave de Paulo Henrique Ganso, que aproveitou a falha do zagueiro Paulo Miranda. E o Bahia seguia ditando o ritmo do jogo, até mesmo nas reclamações. Por duas vezes o time chiou contra a arbitragem por dois pênaltis duvidosos não marcados: um em Jones e outro em Ávine. A torcida protestava da sua maneira, gesticulando com as mãos como se estivesse sendo roubada.
Embora tivesse mais volume de jogo, o Bahia encontrava dificuldades para se colocar à frente do placar. Mas esbarrava na defesa santista ou simplesmente errava as conclusões, para desespero da torcida. E os erros acabaram sendo fatais. Aos 36 minutos, a bola sobrou para Alan Kardec marcar seu primeiro gol pelo Santos, de voleio, fazer 2 a 1 e calar o Pituaçu. A torcida anfitriã nem esperou o apito final: vaiou o time e foi embora do estádio.

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