domingo, 21 de agosto de 2011


Muita luta e pouca técnica: São Paulo e Palmeiras ficam no empate
Equipes mostram apenas lampejos durante os 90 minutos no Morumbi, como em golaço de Dagoberto, e terminam iguais no placar: 1 a 1
 

A CRÔNICA
por Carlos Augusto Ferrari e Marcelo Prado
Domingo de muito frio na capital paulista. Dois rivais tradicionais que entraram em campo mais preocupados em não perder do que em ganhar. Apesar das várias peças de qualidade, São Paulo e Palmeiras maltrataram a bola e não mereceram mais do que o empate por 1 a 1, resultado que deixou ambos em situações inalteradas na tabela. O Tricolor, que não aproveitou o tropeço do líder Corinthians no sábado, segue na terceira colocação, com 34 pontos. Já o Verdão, que manteve seu fraco desempenho como visitante, é o sexto, com cinco pontos a menos. O público também não foi animador: 16.813 pessoas pagaram para ver o duelo, com renda de R$ 587.600.
Os dois times voltarão a campo pelo Brasileirão no próximo domingo. O São Paulo descerá a serra para fazer o clássico contra o Santos, enquanto o Verdão vai viajar até Presidente Prudente para encarar o rival Corinthians. No meio de semana, no entanto, ambos vão jogar pela Copa Sul-Americana. O Tricolor receberá o Ceará no Morumbi, na quarta-feira. Já o Palmeiras terá o Vasco pela frente, no Pacaembu, um dia depois.
Golaço de Dagoberto no primeiro tempo
As equipes entraram em campo priorizando a marcação. Do lado do São Paulo, Adilson Batista, pela primeira vez desde que foi contratado, colocou o time no 3-5-2, com João Filipe formando o trio com Xandão e Rhodolfo no lugar de Cícero, enquanto Fernandinho ganhava a vaga do suspenso Lucas. Do lado palmeirense, Felipão reforçou a marcação com três volantes (Chico, Marcos Assunção e Márcio Araújo) e apenas um atacante (Kleber).
O Verdão começou melhor a partida. Marcando por pressão, o time deixou o adversário sem saída. Chico grudou em Rivaldo, Cicinho batia de frente com Fernandinho, e Dagoberto ia e voltava para tentar abrir espaços. Do lado contrário, Felipão deu liberdade para Márcio Araújo subir pela direita e Luan pela esquerda. Foi o camisa 21 alviverde que exigiu grande defesa de Rogério no início da partida.
Como o Palmeiras tinha apenas um atacante, João Filipe ficava sem função na defesa. E isso ainda deixou um buraco no meio tricolor, que não foi aproveitado pelo rival, já que Patrik estava apagado. Aos 17, o anfitrião acordou. Dagoberto, após toque de Rivaldo, quase fez em chute de fora da área. Logo depois, Marcos fez milagre em chute de Fernandinho. A partir dos 25, o Palmeiras voltou a ganhar terreno, principalmente pelo lado direito, onde Fernandinho não acompanhava mais Cicinho. Aos 27, foi a vez de Ceni brilhar ao impedir bicicleta de Luan. Kleber passou a levar vantagem sobre Xandão, o que fez o técnico Adilson Batista agir. Ele mudou a marcação, colocando Rhodolfo na esquerda e o camisa 13 na direita, com João Filipe na sobra.
Com as marcações prevalecendo, somente a qualidade poderia fazer a diferença no clássico. E foi o que aconteceu com Dagoberto, aos 41. Na primeira bola em que Rivaldo apareceu como armador, ele deu belo passe para o atacante, que se livrou de Leandro Amaro com estilo e tocou por cobertura na saída de Marcos: um golaço e 1 a 0 no marcador.
cicinho juan palmeiras x são paulo (Foto: Agência Estado)Cicinho enfrenta a marcação de Juan no Morumbi (Foto: Agência Estado)
Palmeiras melhora e chega ao empate
Precisando dar mais força ao ataque, Felipão mexeu no Palmeiras no intervalo, sacando Márcio Araújo e colocando Maikon Leite no seu lugar. Obviamente, o time ganhou força, já que Kleber passou a ter um companheiro. O São Paulo, por sua vez, recuou a marcação para tentar encaixar um contra-ataque. O Verdão melhorou muito e, aos 11, Patrik só não empatou de cabeça porque Rogério Ceni não deixou. Aos berros, Adilson Batista pedia para o time sair mais, mas o tempo passava e nada acontecia.
A melhora alviverde muito se deu porque o time passou a aproveitar o espaço existente no meio são-paulino desde o início. Patrik, que atuou pela direita nos primeiros 45 minutos, passou a jogar mais centralizado na segunda etapa. O gol alviverde era questão de tempo e veio aos 16, quando Marcos Assunção cobrou falta, e Henrique cabeceou no canto esquerdo são-paulino: 1 a 1 justo no marcador.
O Palmeiras seguiu melhor após a igualdade. Kleber, caindo pelos dois lados, levava ampla vantagem. Cada bola cruzada na área são-paulina dava calafrios no torcedor, apesar de os três zagueiros terem mais de 1,90m. Do meio para a frente, Rivaldo, Dagoberto e Fernandinho despareceram em campo. O treinador então mexeu, sacando o último para colocar Marlos.
A partir dos 25 minutos, o jogo caiu de rendimento. Ninguém criava mais jogadas de perigo. No São Paulo, Cícero entrou no lugar de Rivaldo. Precavido, Felipão respondeu com João Vítor na vaga de Patrik. A partida se arrastou até o final. E, quando Cléber Wellington Abade apitou o final, as vaias tomaram conta do Morumbi.
 

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