sábado, 20 de outubro de 2012

De volta ao Brasil, Rubens Barrichello garante: ‘Aposentadoria não existe no vocabulário’

Barrichello acertou com a Medley para disputar as últimas três provas da Stock Car em 2012 Foto: Miguel Costa Jr./MF2
Lucas Calil
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Vinte e dois anos depois de sair do Brasil, Rubens Barrichello volta ao país — e para ficar por mais de um fim de semana. O veterano de 40 anos encerrou o calendário da Fórmula Indy e fechou com a Medley/ Full Time para as etapas de Curitiba, Brasília e Interlagos da Stock Car. A primeira experiência de Rubinho na categoria será neste domingo, às 9h30m, na capital paranaense, largando em 15º lugar. O novo capítulo de uma carreira que não tem data para acabar.
Já está com algum plano em mente para 2013?
A principio, o pensamento é disputar de novo a Fórmula Indy (Rubinho correu junto com Tony Kanaan na equipe KV Racing). Ainda não estou com nada certo na KV, o Tony já possui um acordo. Isso está em aberto.
E o que está achando da breve experiência na Stock Car neste fim de temporada?
É uma curtição muito grande, porque não havia sido planejado. As situações mais legais da nossa carreira são essas. Não foi nada programado, aconteceu de uma hora para outra.
O piloto disputou a última temporada da Fórmula Indy pela KV Racing
O piloto disputou a última temporada da Fórmula Indy pela KV Racing Foto: Reuters
A Fórmula 1 não aparece em nenhum lugar desse planejamento para o futuro?
Sempre achei que, na vida, as pessoas não devem fechar portas para nada, nem ninguém. Se no futuro houver um convite, certamente estarei com o ouvido aberto à situação. Tenho muito a fazer ainda (Rubinho deixou a Williams em 2011).
Quais as principais diferenças entre a Fórmula Indy e a Fórmula 1?
São duas categorias diferentes, mas não faço o julgamento de qual é melhor, acho que não existe isso. Na Indy, a gente opera com um "budget" (orçamento, em inglês) menor, não podemos usar as mesmas parafernálias eletrônicas, é mais limitado. Mas uma diferença é que a gente fica mais perto do público, existe mais contato com as pessoas.
Mudou a forma como o público recebeu você?
Não mudou muito. Recebi o mesmo carinho das pessoas.
O que achou da aposentadoria do Schumacher?
Normal. Meu pai ensinou que a gente sempre precisa estar preparado, e a Fórmula 1 é momento — para experientes e para jovens. Hoje, qualquer piloto que não conheça a pista dirige no simulador e chega sabendo. Quando comecei (na F-1, em 1993), não havia isso.
E sobre os brasileiros que seguem na Fórmula 1?
Vejo que o (Felipe) Massa continua em uma equipe competitiva, sempre com uma chance de vitória. Isso é muito importante. Sobre o (Bruno) Senna, não posso saber ainda o que a gente pode esperar, não está com um ano muito fácil.
No início de carreira, Rubinho pilotou junto com o ídolo Ayrton Senna
No início de carreira, Rubinho pilotou junto com o ídolo Ayrton Senna Foto: Divulgação
Quem ganha o título?
Parecia que o (Fernando) Alonso ganharia com facilidade, só que a Red Bull veio muito forte, o (Sebastian) Vettel dificultou.
A Fórmula 1 ficou mais dependente de patrocínios? Os pilotos com apoio ficam em vantagem?
Seria inválido falar que hoje, na Fórmula 1, o dinheiro vale muito mais que o talento. Em qualquer época, a Fórmula 1 foi dependente do dinheiro, que sempre andou junto, colaborou. É uma categoria muito cara. O que acho é que, em uma determinada situação, o dinheiro pode acabar fazendo a diferença para a escolha de um piloto. (Na Williams, Rubinho foi substituído por Bruno Senna, que é apoiado pelo Grupo EBX, de Eike Batista. O outro piloto da escuderia — que vive crise financeira — é o venezuelano Pastor Maldonado, patrocinado por uma estatal do país de Hugo Chávez).
O Massa passou por situação parecida com a vivida por você na Ferrari (jogo de equipes). O que você acha?
É uma situação muito polêmica. Sinceramente, ganho mais não falando nada.
Acha que hoje os brasileiros entendem melhor a forma como você levou a carreira?
Não penso que a visão das pessoas (sobre a minha carreira) mudou com o tempo. Sempre estive muito tranquilo em relação ao que realizei. Tem gente que não gosta e gente que gosta, não agrado a todo mundo. Porém, vejo que hoje tenho uma recepção mais legal ainda dos brasileiros. Diria que realmente consegui fazer com que entendessem a minha carreira.
Ao lado de Michael Schumacher, companheiro na Ferrari
Ao lado de Michael Schumacher, companheiro na Ferrari Foto: AP
Você é um dos brasileiros mais seguidos no Twitter...
O Twitter mudou a minha vida, de verdade. Porque agora quem segue a conta pode saber a minha versão sobre as coisas. No passado, foram contadas muitas inverdades, e alguns jornalistas preferiam a notícia ruim, porque vendia mais. Abriam-se blogs, com discussões, e as pessoas apelavam a palavrões. Agora, podem entrar no Twitter.
Pensa em aposentadoria?
É uma palavra que ainda não está no vocabulário.
Você sempre posta imagens de seus filhos (Eduardo, 11 anos, e Fernando, 7 anos) nas pistas e em karts. Deseja que sigam a carreira?
Com o esporte, nunca conheci as drogas, fiquei envolvido com situações erradas. Curto demais os meus filhos, e quero que sejam muito felizes. Se estiver na vontade deles, será também a minha vontade. Assim como se optarem por qualquer outra profissão

Leia mais: http://extra.globo.com/esporte/de-volta-ao-brasil-rubens-barrichello-garante-aposentadoria-nao-existe-no-vocabulario-6466079.html#ixzz29t1eeWEo

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