sábado, 20 de outubro de 2012

Feijão contesta informações de coleta de urina em exame positivo de doping

Confusão de data e de local de coleta da amostra embasam a tese do 
lutador brasileiro, que discorda da forma como foi julgado pela comissão

Por Ana HissaRio de Janeiro
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Rafael Feijão, lutador de MMA do Strikeforce (Foto: Adriano Albuquerque/SporTV.com)Rafael Feijão fala em coletiva após luta pelo
Strikeforce (Foto: Adriano Albuquerque/SporTV.com)
Fiel escudeiro de Anderson Silva e Rodrigo Minotauro, Rafael Feijão não pôde estar no córner do Spider na vitória contra Stephan Bonnar, conquistada no último sábado, no UFC Rio III. O motivo: na semana anterior ao evento, o brasileiro teve confirmada a suspensão de um ano pela Comissão Atlética da Califórnia pelo uso de esteróides na luta contra Mike Kyle, disputada no dia 19 de maio, pelo Strikeforce.
Representado pelo advogado Howard Jacobs, Feijão fez a defesa baseada no dia em que a urina foi coletada e levada ao laboratório.
- No momento do julgamento, quando foi apresentado o formulário do doping, estava com a data do dia 18 de maio de 2012, sendo que a coleta do exame de doping foi feita apenas no dia 19 de maio. Começamos então a verificar o formulário e vimos também que estava dizendo que a coleta havia sido feita no hotel em que estávamos hospedados, sendo que a coleta foi no HP Pavilion no dia da luta, sendo este o mesmo local do evento - disse Feijão com exclusividade ao SPORTV.COM.
Apesar do inspetor-chefe da comissão, Che Guevara, admitir que as amostras testadas estavam com datas incorretas, não houve mudança por parte da decisão da comissão.
- O que tivemos foi uma confusão com a papelada. Há uma discrepância na data de 18 ou 19 de maio, mas de forma alguma isso invalida o conteúdo da amostra, a menos que a urina não pertença ao lutador - disse Karen Chappelle, advogada representante da comissão.
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A confusão com a amostra começou na primeira tentativa da Comissão Atlética conseguir uma amostra da urina do brasileiro, horas depois da pesagem do evento no dia 18 de maio. Desidratado por conta da perda de peso, Feijão não conseguiu quantidade suficiente de líquido para dividir em duas garrafas, que seriam enviadas para um laboratório credenciado a realizar os testes na UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles). Por conta disso, inspetores da comissão permitiram que o brasileiro apresentasse amostras de antes e depois da luta. A primeira amostra testou positivo para a substância estanozolol, enquanto que a segunda estava limpa.
Rafael Feijão aplica a guilhotina em Mike Kyle, vencendo a luta em apenas 33 segundos (Foto: Adriano Albuquerque - SporTV.com)Feijão venceu Mike Kyle em apenas 33s, com uma guilhotina, na sua última luta (Foto: Getty Images)
As versões para a coleta no dia 18 são a principal causa da discussão dos envolvidos. Guevara disse que acompanhou a análise da urina no Crowne Plaza Hotel, em San Jose, onde disse que a pesagem foi realizada. Porém, a pesagem desse evento foi feita no HP Pavillion. O inspetor ainda afirmou que a coleta foi feita na presença de Feijão e de companheiros de equipe.
Ed Soares, empresário de Feijão, afirma que o inspetor da comissão Roy Fahri, e não Guevara, foi o responsável pela coleta no dia 18. Tanto o empresário como o lutador afirmam que não estavam presentes no dia.
- Durante a audiência, Guevara jurou de frente à bandeira americana, que fora ele que havia feito a coleta, sendo isso uma mentira, pois, minutos depois, o mesmo afirmou que poderia ser Roy Fahri o responsavél pela coleta. Então, continuamos a análise do formulário e verificamos também que outra pessoa tinha preenchido, sendo que havia neste mesmo documento, quatro tipos de letras diferentes no preenchimento, assinado por outra pessoa e não Guevara - acrescentou o lutador.
Apesar das discrepâncias, a pena do lutador continua mantida e Feijão só está liberado para combate em maio de 2013.

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