Empresa 'prepara terreno' para adeus e já desmancha setores do Olímpico

Ramos Andrade faz medições em área atrás dos camarotes e aproveita estudos para desmontar peças e demolir concreto

Por Diego Guichard e Lucas Rizzatti Porto Alegre

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Ainda não é o adeus definitivo, mas os primeiros sinais do fim do Olímpico começam a ficar evidentes. Iniciada há uma semana, a série de medições da empresa de engenharia contratada pela construtora OAS mostra o seu impacto na obra de quase 60 anos. Alguns setores do estádio já tiveram suas partes de concreto demolidas.
Embora as imagens apontem grande quantidade de concreto destruído, o Grêmio adota cautela e prefere não tratar essa etapa como uma demolição propriamente dita. Afirma que a intervenção da Ramos Andrade tem como objetivo "preparar o terreno".

Estádio Olímpico começa a perder pequena parte da estrutura (Foto: Paulo Nando / Arquivo Pessoal)

Os demanches que ocorrem atualmente serviriam, portanto, para o conhecimento do espaço, estudos de estrutura, averiguação de locais para futura inserção de dinamites... isso porque tudo precisa estar milimetricamente discriminado para o processo. Outros elementos do estádio, já sem função e que não terão aproveitamento, como corrimões, já são retirados pela empresa.
- Estão preparando o terreno e, encontrando algo que possa ser retirado, eles o fazem. É para ganhar tempo. Disponibilizamos à empresa a área atrás dos camarotes, no anel superior. Estamos numa fase de levantamentos na área. E ainda sem prazo de conclusão. É mais um desmanche - explica o executivo geral do Grêmio, Felipe Herrmann.

Entulho já se avoluma no pátio (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)

Boa parte das cadeiras superiores já foram retiradas do anel superior - 400 delas serão colocadas para a torcida assistir aos treinos no futuro Centro de Treinamentos. O letreiro de "campeão do mundo" também não está mais no Olímpico e será reinstalado na Arena.
A OAS já tem em mãos a licença de demolição da antiga casa gremista. A autorização permite que a OAS, mesma construtora que erguera a Arena, possa iniciar o processo de desmontagem seletiva do estádio e a fase de demolição mecânica. Para a implosão, prevista para outubro, no entanto, serão necessárias outras licenças, emitidas por diferentes órgãos e secretarias da Prefeitura de Porto Alegre.

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Também foi definido o raio de segurança, que ficou entre 150 e 200 metros de distância do local da implosão. O cadastro social da área está praticamente concluído, mas ainda serão realizadas uma série de reuniões preparatórias entre representantes da OAS e os moradores.
No ano passado, enquanto a Arena ainda estava em obras, Grêmio e OAS trabalhavam com a ideia de se desfazer do Olímpico em março de 2013 - a despedida oficial foi num Gre-Nal, 0 a 0, em 2 de dezembro de 2012. Mas divergências entre clube e construtora, agora perto do fim, atrasaram a troca de chaves, e a velha casa segue de posse do clube, que o usa diariamente como local de treinamentos e o utilizou ainda quatro vezes para partidas do Gauchão.

Estádio Olímpico em processo de demolição (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)