sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Bethe: "Miesha me desafiou para sair na porrada. Espero que não arregue"

Peso-galo potiguar diz que, se luta acontecer, vencerá a americana de um jeito que prove que ela é a próxima desafiante ao cinturão de Ronda Rousey

Por Rio de Janeiro
Ousada. Essa palavra define Bethe Correia, segundo ela mesma. Nordestina sem medo de cara feia e guerreira na essência, a potiguar de 31 anos e invicta em nove lutas no MMA responde aos desafios sem pestanejar. Provoca e desafia quem aparece em seu caminho, e não se intimida nem mesmo com a intimidadora Ronda Rousey, campeã de sua categoria no UFC. Disposta a enfrentar quem o UFC colocar em seu caminho rumo ao cinturão, a brasileira começa a criar a sua própria imagem no maior torneio de MMA do mundo.
Bethe Pitbull Correia passa férias em Campina Grande (Foto: Rammom Monte/ GloboEsporte.com)Bethe Correia diz esperar que luta com Miesha Tate aconteça, e seja disputada em pé (Foto: Rammom Monte)
- Eu sou muito autêntica e muito ousada. Com três meses de treino eu estreei no MMA, porque ficava gritando para os meus treinadores na academia que eu queria lutar. Não adianta você tentar ser algo que você não é. Soa falso. No UFC você não precisa provocar, basta ser você e o público gostar do que você é. É mostrar a sua personalidade. O Georges St-Pierre ganhou o mundo sendo aquele cara diplomático, de terno. Ele criou o personagem sendo o que ele é. Criou uma referência, e eu vou fazer da mesma forma. Vou fazer o mesmo, porque isso agrada o público. Acho que as mulheres se retraem muito, com medo da ronda, de terem o dedo apontado para si. Se eu andar bonitinha, certinha, muitos vão me criticar mesmo, então pelo menos vou fazer as coisas do meu jeito. Eu não tenho medo de nada nem de ninguém. Nem da morte. Estou nesse mundo para lutar. Sou uma lutadora na essência, sou uma guerreira dessa geração.
Eu não tenho medo de nada nem de ninguém. Nem da morte. Estou nesse mundo para lutar. Sou uma lutadora na essência, sou uma guerreira"
Bethe Correia
Desafiada por Miesha Tate, que disse que uma luta entre as duas seria ótima para o público, Bethe tem na ponta da língua uma resposta desafiadora para a americana.
- Miesha Tate tem uma parte de luta agarrada muito boa, ela é completa. Mas ela me desafiou para sair na porrada, e eu só espero que, se nós lutarmos, ela não arregue. Eu não estou arregando do chão, confio muito no meu jiu-jítsu e judô já pensando no futuro. Mas eu amo colocar a mão na cara das pessoas, principalmente de quem me desafia. Eu bato com mais gosto. Por isso falei pra ela reforçar o protetor bucal, porque eu vou mirar muito na boca, por ela ter me chamado para a briga. Quero que ela cumpra a palavra dela e venha para a trocação, que foi o que ela pediu. Eu não entendi bem o porquê de ela ter se metido nessa história. Eu acho que ela  viu que o foco estava em mim. A Tate teve a chance dela duas vezes de lutar contra a campeã e conquistar o cinturão do UFC, e não soube aproveitar. Agora ela está vendo que eu estou mais próxima que ela e está querendo pegar uma carona. Mas se eu precisar lutar com todas as atletas da categoria, seja quem for, eu vou lutar para ter a minha chance de enfrentar a campeã. Vou lutar todos os dias para ser a próxima desafiante.
Bethe Correia X Shayna Baszler, Pesagem UFC 177 (Foto: Evelyn Rodrigues)Brasileira faz encaradas fortes, como contra Shayna
Baszler no UFC 177 (Foto: Evelyn Rodrigues)
Bem ao estilo que Dana White gosta, Bethe mostra um temperamento guerreiro, que não deixa dúvida que a resposta será "sim" a qualquer desafio que receba.
- Eu deixei bem claro para o UFC e para o mundo que eu não sou mulher de correr. Eu não sou mulher de ser desafiada e ficar quieta e calada. A Tate procurou e ela vai achar. Se o UFC quiser, eu vou lutar com ela e eu vou ganhar de uma forma que vai convencer o mundo todo de que a próxima tem que ser a Ronda. Eu vou provar que estou pronta para ser a campeã.
Perguntada sobre a razão pela qual seu nome começa a despontar, Bethe garante que tudo é consequência do seu trabalho e de sua obstinação pelo seu objetivo, que é ser campeã.
- É o reconhecimento de muito trabalho. Eu batalhei muito e fui atrás de ser reconhecida, de ganhar o respeito tanto dos fãs quanto do UFC. Eu comecei devagar, mostrando luta a luta o meu desempenho e o meu potencial. A minha evolução está sendo acima do normal, e por conta disso eu acho que está na hora de eu lutar contra a campeã. Eu fiz isso, e chamei a atenção para mim. Eu criei um estilo e uma história contra a campeã. As pessoas passaram a olhar para a Bethe como lutadora e como pessoa da mesma forma: ousada.

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