sábado, 31 de janeiro de 2015

Depois de "crise de identidade", René



elogia segundo tempo e celebra vitória

Técnico afirma que estaria aborrecido em caso de triunfo com a má atuação da primeira etapa e dá salvo conduto a Jefferson por drible ousado no adversário

Por Rio de Janeiro
René Simões, Botafogo X Boa Vista (Foto: Andre Durão)René Simões aliviado depois do gol que acabou
garantindo a vitória alvinegra (Foto: Andre Durão)
Foram três semanas somente de treinos desde a apresentação até a primeira partida oficial. Três jogos-treinos e um amistoso. Mas o Botafogo que René Simões viu entrar em campo pouco para enfrentar o Boavista na tarde deste sábado, em São Januário, parecia com aquele que atuou na pré-temporada. Preocupado com o desempenho pouco eficiente nos primeiros 45 minutos da vitória por 1 a 0, o treinador revelou ter questionado os atletas no vestiário, tentando entender o que aconteceu e buscando mudanças para a segunda etapa.
– No intervalo, perguntei aos jogadores que time estava jogando. Essa ligação direta, com bolas longas... Não treinei aquilo em momento algum. Perguntei onde arrumaram aquilo. Pedi aos jogadores para voltarem com o que tínhamos treinado. Lembrei que eles precisavam transferir para o jogo o que tínhamos treinado – destacou.
René Simões também reagiu com leveza ao falar sobre o ousado lance de Jefferson no primeiro tempo. Ao comentar a caneta do goleiro em Anselmo, o treinador não escondeu a expressão de apreensão, mas também mostrou alívio e tranquilidade por saber que a jogada arriscada foi executada pelo titular da seleção brasileira.
Confira os principais trechos da entrevista coletiva de René Simões.
Resultado x atuação
O que vale sempre é o bom desempenho. Se tivesse vencido o jogo com o que só fez no primeiro treino, eu estaria aborrecido. Estou satisfeito com a vitória pelo que fizemos no segundo tempo. O Parreira foi crucificado por ter dito que o gol é um detalhe. Mas é isso mesmo. São detalhes que fazem a diferença, como um passe, um chute... São aspectos que precisam ser corrigidos.
Drible de Jefferson em Anselmo
Só o titular da Seleção pode fazer aquele lance. Outro não pode. Ele anteviu o cara de pernas abertas e fez a jogada. Só quem lida com Jefferson sabe o que é a cabeça dele, o foco que ele tem.

Gol e atuação no segundo tempo
Abro parênteses para elogiar a preparação física, porque o Boavista começou a treinar antes mas cansou mais do que o Botafogo. Um dos indicadores que nós tínhamos era que estávamos tocando pouco nas bolas paradas. Estamos corrigindo isso. O gol foi bom porque os jogadores estão acreditando no que está sendo trabalhado. Estávamos bem no lado direito com o Gilberto, mas ele teve queda no segundo tempo. Quisemos desgastar o lateral-esquerdo do Boavista. As substituições tiveram a ver com isso. Quando o Gilberto diminuiu a pressão, o Sassá entrou bem para continuar essa pressão.
Roger Carvalho comemora gol do Botafogo contra o Boa vista (Foto: Rudy Trindade / Estadão Conteúdo)Ao lado de Renan Fonseca, Roger Carvalho comemora o gol da vitória (Foto: Rudy Trindade / Estadão Conteúdo)

Atuação e comportamento de Jobson
Não tive conversa particular. Por acaso, ontem ele veio atrás de mim, e conversamos. Tenho o tratado como a todos os outros. Com respeito e profissionalismo. Pode ser que esteja trocando o chip dele. Tomara que seja isso. E quando quer mostrar muito o jogador que é, acaba tropeçando nas próprias pernas.
Estreia de Tomas e sobras para os titulares
Só penso coisas boas a respeito do Tomas. Tanto ele como Luis Ricardo foram bem no primeiro treino. Uma sombra sempre faz bem. Sempre me baseio no Cruzeiro, que faz uma sequencia de cinco jogos e depois começa a dar descanso. Ter dois atletas por posição é excepcional. Tomas é um belo jogador e vai ser sombra. E se for titular, vai ter sombra também. Também contamos com outros jogadores, como o Airton. Parece que a torcida não gosta muito, mas ele é importante. Tenho falado com ele bastante. É um gentleman. Digo aos jogadores para baterem nele no treino. Até que um dia ele se esquentou e conversamos. É um grande jogador, tanto que sempre foi de grandes clubes. Tem qualidade, e estamos trabalhando essa questão psicológica.
Atuação do volante Fernandes
Gostei da entrada dele. Numa conversa durante a pré-temporada, eu tinha dito a ele que certos lances separavam os homens dos meninos. Hoje depois do jogo ele veio me perguntar: “E aí, professor?” Eu respondi que ele é um menino que está virando homem.

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