quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Demian explica falta de finalizações e culpa adversários: "Ninguém se solta"

Faixa-preta de jiu-jítsu tem encontrado dificuldades para vencer oponentes por submissão. Próximo duelo será contra Ryan LaFlare, no UFC Rio 6, em 21 de março

Por Rio de Janeiro
Demian Maia UFC  RJ Maracanã (Foto: André Durão)Demian está honrado por lutar no Maracanãzinho (Foto: André Durão)
Demian Maia é constantemente apontado como um dos lutadores que mais prosperaram na arte de adaptar o jiu-jítsu ao MMA. Entretanto, em suas últimas lutas, a dificuldade em finalizar está expressa em seu cartel: de suas últimas 14 lutas, apenas uma - contra Rick Story - foi definida por submissão.

Na manhã de terça-feira, no Maracanã, Demian, que fará contra Ryan LaFlare, dia 21 de março, no Maracanãzinho, a luta principal do UFC Rio 6, foi questionado sobre a escassez de finalizações em seus confrontos. E ele defende que os adversários, por saberem de sua qualidade na arte suave, optam por um duelo truncado para forçar a arbitragem a separar os atletas.

- As pessoas vão para o chão comigo para amarrar a luta, ninguém se solta. Quando o cara cai no chão comigo, ele abraça e fica parado esperando o juiz voltar em pé ou acabar o round.
Confira a entrevista completa abaixo:
LUTA PRINCIPAL NO MARACANÃZINHO
- Fiquei muito feliz de fazer a luta principal no Maracanãzinho. Venho do jiu-jítsu, que tem a sua história toda relacionada ao Maracanãzinho. Hélio, Rickson e Carlson (Gracie) lutaram aqui e é um grande prazer lutar nesse templo que já abrigou tantas lutas importantes. Mas a motivação é sempre grande desde a primeira luta que fiz no UFC. Se você começa a dar peso para as coisas, como o fato de ser no Maracanãzinho, no Brasil, luta principal, você se trava e não consegue lutar bem. Já aconteceu comigo algumas vezes de criar expectativa demais, querer fazer o melhor show e acabar me travando mais. Tenho que como em qualquer outra luta.
Demian Maia x Ryan La Flare UFC  RJ Maracanã (Foto: André Durão)Demian Maia e Ryan LaFlare frente a frenta: atletas encabeçam card no Rio (Foto: André Durão)


ESTRATÉGIA CONTRA RYAN LAFLARE
- Sempre uso o jiu-jítsu, até porque é natural. Minha estratégia está sendo montada pela equipe e depende muito do adversário. Estamos olhando os vídeos dele e têm detalhes que mudam a cada luta. Ele está abaixo de mim no ranking, mas é invicto. Todo mundo vai subindo. Cada luta que você ganha, você sobe. É um cara duríssimo, nunca perdeu e é sempre difícil pegar alguém invicto. Acredito que meu ranking vá melhorar se ganhar, espero isso, mas com relação ao cinturão, sempre que desejei demais uma coisa, quando estava chegando lá, acabava fazendo alguma besteira. Estou tentando abstrair isso e pensar só na luta, não só da boca para fora, mas realmente ter isso dentro de mim.
UMA VITÓRIA POR FINALIZAÇÃO NAS ÚLTIMAS 14 LUTAS
- Primeiro que as pessoas vão para o chão comigo para amarrar a luta, ninguém se solta. Quando o cara cai no chão comigo ele abraça e fica parado esperando o juiz voltar em pé ou acabar o round, então é muito mais difícil lutar jiu-jítsu assim. Se fosse na regra antiga, sem tempo, com certeza finalizaria mais, porque o jiu-jítsu requer tempo. A partir do momento que você tem cinco minutos, demora dois ou três para botar para baixo, tem só dois no chão para trabalhar. Às vezes não é tempo suficiente. As pessoas já sabem que meu forte é no chão e, quando caem lá, fazem uma estratégia de amarrar a luta e não de lutar.
CRÍTICAS À POSSÍVEL FALTA DE EXPERIÊNCIA DE EDUARDO ALONSO
Demian Maia x Ryan La Flare UFC  RJ Maracanã (Foto: André Durão)Lutadores venceram suas últimas lutas no octógono (Foto: André Durão)
Têm muitos treinadores que nunca entraram no cage. O Edu já treinou kickboxing em São Paulo durante um tempo, fez um pouquinho de jiu-jítsu, mas é um cara que tem uma experiência muito grande no meio, não lá dentro. E eu não vejo diferença nenhuma. Já tive outros treinadores que nunca entraram no cage, como o próprio Distak, e são excelentes treinadores. É um preconceito, é normal, querem enquadrar as pessoas num negócio. Eu o acho um excelente treinador, senão não estaria com ele. Muita gente tem esse negócio. Quando têm resultados positivos, todos falam que é muito bom. Quando começa a ter resultado negativo, falam que não tem experiência, que é o ponto fraco de atacar nele. Não ter competido é um ponto fácil de atacar para as pessoas que não têm argumento. Mas toda semana chega planilha, ele fala com os treinadores sobre a intensidade, o que quer para equilibrar tudo, tem conhecimento, é autodidata, conversa com grandes cientistas, então me dou muito bem com ele e me sinto muito bem quando treino com ele.
PREPARAÇÃO EM LAS VEGAS
Estou em Las Vegas, eventualmente ajudando o time na casa como treinador de jiu-jítsu, mas estou mais focado no meu camp. Como muita gente da minha equipe está lá, vou ficar esse mês lá. Fico feliz de mudar de ares também porque lá tem sparrings novos e isso traz evolução.
DIVISÃO DOS MEIO-MÉDIOS
Minha divisão está duríssima, tem o Hendricks, Lawler, mas acho que o Rory vai surpreender. Não surpreender, porque todo mundo já sabe quem ele é, mas ele tem grande chance de esse ano ou ano que vem se tornar campeão.
UFC Fight Night Rio
21 de março, no Rio de Janeiro (RJ)
CARD DO EVENTO (até agora):
Peso-meio-médio: Demian Maia x Ryan LaFlare
Peso-leve: Josh Thomson x Gilbert Durinho
Peso-meio-médio: Erick Silva x Ben Saunders
Peso-leve: Léo Santos x Matt Wiman
Peso-leve: Leandro Buscapé x Drew Dober
Peso-leve: Leonardo Macarrão x Cain Carrizosa
Peso-leve: Francisco Massaranduba x Akbarh Arreola
Peso-galo: Amanda Nunes x Shayna Baszler
Peso-pena: Godofredo Pepey x Andre Fili
Peso-pena: Kevin Souza x Katsumi Kikuno
Peso-mosca: Fredy Serrano x Bentley Syler
Peso-leve: Jorge Blade x Christos Giagos

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