Dedé rebate Sonnen: "Se ele fosse chefe no UFC, não haveria antidoping"
Treinador de José Aldo responde declarações de que manauara deveria "perder o cinturão" e dá sua versão sobre polêmico caso de exame surpresa frustrado em junho
Dedé: "Se o Chael fosse presidente, teríamos uma política pró-doping e de não pagamento de impostos" (Foto: Adriano Albuquerque)
Treinador de José Aldo, Dedé Pederneiras não gostou das recentes declarações de Chael Sonnen. O lutador aposentado, que agora atua como comentarista de MMA na TV dos EUA, afirmou, em entrevista na semana passada, que, se fosse presidente do UFC, Aldo perderia o cinturão dos penas por ter se lesionado e se retirado da luta contra Conor McGregor , classificando o brasileiro como o “pior campeão do Ultimate em termos de carisma”.
Em entrevista ao Combate.com, Dedé afirmou que Sonnen não tem moral para falar sobre seu pupilo e cutucou o falastrão, relembrando as duas vezes em que o ex-atleta foi pego no exame antidoping e o famoso caso pós-UFC 129, quando o “Gângster Americano” foi condenado pela Justiça americana a dois anos de liberdade condicional e multa por lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, perdendo também a sua licença de corretor de imóveis.
- Nós achamos que o Chael Sonnen pode ter a sua opinião, é um direito dele, mas damos graças a Deus por ele não ser o presidente do UFC. Não falo isso porque ele disse que tiraria o título do Aldo, mas sim porque, se hoje estamos tendo uma política de antidoping, isso não seria possível se o Sonnen fosse o presidente do UFC. Se o Chael fosse presidente do Ultimate, hoje provavelmente nós estaríamos tendo uma política pró-doping e de não pagamento de impostos, já que ele mostrou na sua carreira que gosta muito de fazer ambas as coisas. Chael, você disse em uma entrevista que era um absurdo um campeão mundial deixar por cinco vezes uma disputa de cinturão. O que eu posso dizer para você é que você não tem experiência para expressar essa opinião, porque você nunca foi campeão do UFC. Você até tentou algumas vezes, mas, como todos sabem, você não passou por nenhuma tentativa.
O líder da Nova União também contou detalhes da reunião com Jeff Novitzky, vice-presidente de Saúde e Performance dos Atletas do UFC, que visitou o Brasil recentemente para explicar a nova política antidoping da empresa e a parceria com a USADA (Agência Antidoping dos EUA).
- Tivemos uma reunião na semana passada e achamos a nova política ótima, porque queremos um esporte limpo. Talvez tenhamos alguns problemas de unificação agora no início, por conta de todas as regras envolvidas nesse processo. Por exemplo, nos foi informado como seriam feitos os testes surpresas. Eles serão colhidos em potes de vidro e será oferecido ao atleta três potes para que ele escolha um deles, mostrando com isso a transparência do teste. Assim que a amostra for colhida, o pote é fechado e só poderá ser aberto novamente por uma máquina especial, no laboratório que fará os testes. Eles nos deram a chance de tentar abrir um recipiente e realmente comprovamos que era impossível. Eles também explicaram que esse teste era feito de forma igual no mundo inteiro, e que, a partir de agora, todos os testes do UFC seriam feitos dessa mesma forma. Então eu fiz uma pergunta a Jeff, questionando o que aconteceria se eu estivesse com um atleta em um evento em Las Vegas e a Comissão Atlética desse ao meu atleta um pote de plástico e não nos oferecesse os três potes para escolhermos um. Perguntei se eu poderia proibir o meu atleta de fazer o exame, mas o Jeff me respondeu que eu teria que deixar o meu atleta fazer o teste, porque a Comissão Atlética tem a sua forma própria de coleta. Então eu fiquei com essa dúvida, não entendi direito essa situação. Se temos o teste mais correto do mundo, que é o teste da USADA, feito da mesma forma em atletas olímpicos pelo mundo todo, e esta entidade foi escolhida pelo UFC, que quer o melhor para o esporte, como a Comissão Atlética pode fazer um teste de forma diferente do que temos a certeza de que é a forma mais correta? Fui informado pelo Jeff que haveria uma reunião com as comissões atléticas para que se tentasse um acordo com todas elas. O objetivo é que todas utilizem o mesmo protocolo da USADA, o que seria o mínimo a se fazer antes de se implementar toda a nova política.
Dedé também falou sobre a entrevista dada pelo coletor enviado pela Comissão Atlética de Nevada para testar Aldo no início de junho, no qual ele conta a sua versão dos fatos que culminaram com a sua autuação e multa. O treinador aproveitou para falar sobre a recuperação do campeão peso-pena, que ainda não tem previsão de retorno aos treinos.
Confira abaixo:
Como está a recuperação de José Aldo?
Não temos muito o que fazer. Ele continua fazendo acupuntura para diminuir a dor e fazendo fisioterapia, mas, para consolidação, só o tempo mesmo, pois a área lesionada não pode ser imobilizada. Não temos nenhuma previsão de retorno.
O que acharam de o UFC ter anunciado um cinturão interino para a categoria? Tem previsão de quando pode ser a luta pela unificação dos títulos?
Em entrevista ao Combate.com, Dedé afirmou que Sonnen não tem moral para falar sobre seu pupilo e cutucou o falastrão, relembrando as duas vezes em que o ex-atleta foi pego no exame antidoping e o famoso caso pós-UFC 129, quando o “Gângster Americano” foi condenado pela Justiça americana a dois anos de liberdade condicional e multa por lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, perdendo também a sua licença de corretor de imóveis.
- Nós achamos que o Chael Sonnen pode ter a sua opinião, é um direito dele, mas damos graças a Deus por ele não ser o presidente do UFC. Não falo isso porque ele disse que tiraria o título do Aldo, mas sim porque, se hoje estamos tendo uma política de antidoping, isso não seria possível se o Sonnen fosse o presidente do UFC. Se o Chael fosse presidente do Ultimate, hoje provavelmente nós estaríamos tendo uma política pró-doping e de não pagamento de impostos, já que ele mostrou na sua carreira que gosta muito de fazer ambas as coisas. Chael, você disse em uma entrevista que era um absurdo um campeão mundial deixar por cinco vezes uma disputa de cinturão. O que eu posso dizer para você é que você não tem experiência para expressar essa opinião, porque você nunca foi campeão do UFC. Você até tentou algumas vezes, mas, como todos sabem, você não passou por nenhuma tentativa.
O líder da Nova União também contou detalhes da reunião com Jeff Novitzky, vice-presidente de Saúde e Performance dos Atletas do UFC, que visitou o Brasil recentemente para explicar a nova política antidoping da empresa e a parceria com a USADA (Agência Antidoping dos EUA).
- Tivemos uma reunião na semana passada e achamos a nova política ótima, porque queremos um esporte limpo. Talvez tenhamos alguns problemas de unificação agora no início, por conta de todas as regras envolvidas nesse processo. Por exemplo, nos foi informado como seriam feitos os testes surpresas. Eles serão colhidos em potes de vidro e será oferecido ao atleta três potes para que ele escolha um deles, mostrando com isso a transparência do teste. Assim que a amostra for colhida, o pote é fechado e só poderá ser aberto novamente por uma máquina especial, no laboratório que fará os testes. Eles nos deram a chance de tentar abrir um recipiente e realmente comprovamos que era impossível. Eles também explicaram que esse teste era feito de forma igual no mundo inteiro, e que, a partir de agora, todos os testes do UFC seriam feitos dessa mesma forma. Então eu fiz uma pergunta a Jeff, questionando o que aconteceria se eu estivesse com um atleta em um evento em Las Vegas e a Comissão Atlética desse ao meu atleta um pote de plástico e não nos oferecesse os três potes para escolhermos um. Perguntei se eu poderia proibir o meu atleta de fazer o exame, mas o Jeff me respondeu que eu teria que deixar o meu atleta fazer o teste, porque a Comissão Atlética tem a sua forma própria de coleta. Então eu fiquei com essa dúvida, não entendi direito essa situação. Se temos o teste mais correto do mundo, que é o teste da USADA, feito da mesma forma em atletas olímpicos pelo mundo todo, e esta entidade foi escolhida pelo UFC, que quer o melhor para o esporte, como a Comissão Atlética pode fazer um teste de forma diferente do que temos a certeza de que é a forma mais correta? Fui informado pelo Jeff que haveria uma reunião com as comissões atléticas para que se tentasse um acordo com todas elas. O objetivo é que todas utilizem o mesmo protocolo da USADA, o que seria o mínimo a se fazer antes de se implementar toda a nova política.
Dedé também falou sobre a entrevista dada pelo coletor enviado pela Comissão Atlética de Nevada para testar Aldo no início de junho, no qual ele conta a sua versão dos fatos que culminaram com a sua autuação e multa. O treinador aproveitou para falar sobre a recuperação do campeão peso-pena, que ainda não tem previsão de retorno aos treinos.
Confira abaixo:
Como está a recuperação de José Aldo?
Não temos muito o que fazer. Ele continua fazendo acupuntura para diminuir a dor e fazendo fisioterapia, mas, para consolidação, só o tempo mesmo, pois a área lesionada não pode ser imobilizada. Não temos nenhuma previsão de retorno.
O que acharam de o UFC ter anunciado um cinturão interino para a categoria? Tem previsão de quando pode ser a luta pela unificação dos títulos?
Como o Aldo falou em sua entrevista, "concordar, não concordamos”, mas entendemos que o UFC tem que tomar decisões que sejam melhores para a empresa. Só acho que a forma como foi colocada a implementação do cinturão interino, de que era a quinta vez que o Aldo deixava uma disputa de cinturão, não soou bem. O Aldo detém o título de campeão do UFC há quatro anos e colocou o seu cinturão em jogo por sete vezes neste período. Este ano, ele poderá colocá-lo novamente em jogo, fazendo um total de oito defesas de cinturão e lutando duas vezes por ano, que é o normal. Mas isso são águas passadas... Não temos data ainda pela unificação, mas vamos esperar por isso. Só quero lembrar que a mesma coisa aconteceu no Bellator. O Eduardo Dantas defendeu seu cinturão e teve sua nova luta marcada dois meses após sua defesa. No meio do treinamento, ele se lesionou e não pôde lutar. O Bellator resolveu, então, fazer um título interino para que o Joe Warren disputasse o cinturão, ou seja, dois meses após o Eduardo Dantas ter colocado seu cinturão em jogo e sem poder fazer a segunda defesa de título por causa de uma lesão.
O coletor da Drug Free Sport deu uma entrevista contando a sua versão sobre os fatos que se sucederam em junho, quando a NAC o enviou para o Brasil para colher uma amostra de urina em um teste antidoping surpresa em José Aldo. Na oportunidade, ele afirma que tinha um visto de trabalho, emitido pelo Consulado Brasileiro em Chicago. O que você achou das declarações dele?
O coletor da Drug Free Sport deu uma entrevista contando a sua versão sobre os fatos que se sucederam em junho, quando a NAC o enviou para o Brasil para colher uma amostra de urina em um teste antidoping surpresa em José Aldo. Na oportunidade, ele afirma que tinha um visto de trabalho, emitido pelo Consulado Brasileiro em Chicago. O que você achou das declarações dele?
José Aldo segurando seu exame de urina (Foto: Fabio Penna)
O senhor Ben Mosier contou toda a história em sua entrevista. A diferença é que não fui eu que chamou a polícia, até porque eu nem aqui estava. Eu voltava de uma reunião na Barra da Tijuca, quando liguei pra CABMMA para saber como seria feito o procedimento. Eles me informaram que não estavam sabendo de nada e que não sabiam porque estava acontecendo daquela forma, tendo em vista que existe uma Comissão Atlética Brasileira e que a forma correta seria uma atuação em conjunto para a realização do exame. No entanto, eles afirmaram que mandariam um representante para saber o que estava acontecendo. Quando cheguei na academia, a confusão já estava toda armada. No dia, havia uma equipe de TV no local, que acabou filmando tudo. Quando o membro da CABMMA chegou, o policial já tinha pedido a documentação do Sr. Ben e verificado que ele não poderia colher material biológico no país porque não tinha o visto correto. Então ficou decidido que a urina seria descartada e o exame seria feito no dia seguinte. O Aldo, em momento nenhum, se negou a fazer o exame, nem no dia e nem no dia seguinte, mas pelo que eu fui informado no dia seguinte, durante a coleta da CABMMA, alguns procedimentos foram feitos de forma errada pelo coletor americano e não seguiam as regras estabelecidas. Quando a coleta foi feita, o Aldo utilizou um pote de plástico, que não tinha um lacre definitivo. Assim, qualquer um poderia abrir (o pote), e este pote seria entregue a uma pessoa desconhecida do Sr. Ben Mosier, que seria responsável por enviá-lo aos EUA. E aí pensei: "Graças a Deus que essa confusão aconteceu, porque pelo menos assim não teremos nenhum tipo de erro nesse exame”. Não estou falando aqui que alguma coisa seria feita para prejudicar o Aldo, estou dizendo que acidentes acontecem.
O que achou da Reebok, patrocinadora oficial do UFC, já ter feito um kit de campeão do McGregor em seu site?
Business (Negócios).
Analise o combate entre Chad Mendes e Conor McGregor.
Vou analisar esse combate como torcedor, treinador e como empresário. Como torcedor, queria que o Chad espancasse o “Joker" por cinco rounds. Como treinador, acho que o Chad, por não ter tido tempo de treinar, vai ter que controlar muito bem o seu gás para vencer essa luta.Tenho certeza de que se ele tivesse tido tempo de treinar, ele venceria com facilidade. Como empresário, quero que o McGregor vença, para que possamos ter a “luta do século” entre o legítimo campeão e o grande falastrão.
Analise o combate entre Chad Mendes e Conor McGregor.
Vou analisar esse combate como torcedor, treinador e como empresário. Como torcedor, queria que o Chad espancasse o “Joker" por cinco rounds. Como treinador, acho que o Chad, por não ter tido tempo de treinar, vai ter que controlar muito bem o seu gás para vencer essa luta.Tenho certeza de que se ele tivesse tido tempo de treinar, ele venceria com facilidade. Como empresário, quero que o McGregor vença, para que possamos ter a “luta do século” entre o legítimo campeão e o grande falastrão.
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