quarta-feira, 23 de março de 2016

Feliz por luta principal e valorização no UFC, Thominhas aposta em nocaute

Brasileiro enfrenta Cody Garbrandt no dia 29 de maio, em Las Vegas (EUA), e acredita em duelo de muita trocação contra americano que é especialista em boxe

Por Rio de Janeiro
Thomas Almeida UFC São Paulo MMA (Foto: Marcos Ribolli)Thomas Almeida fará sua primeira luta principal no UFC no dia 29 de maio contra Cody Garbrandt (Foto: Marcos Ribolli)
Um degrau de cada vez, sem pressa. Este é o mantra de Thomas Almeida desde que chegou ao Ultimate. De estilo discreto fora do octógono e agressivo quando a jaula se fecha, a promessa brasileira de 24 anos coleciona nocautes em cada apresentação. De suas 21 lutas de MMA na carreira, são 16 triunfos nocauteando seus rivais, além de quatro finalizações. Atual número 7 da divisão dos galos do UFC, o atleta da Chute Boxe/Diego Lima evita falar em disputa de título e prefere não entrar no time dos que desafiam seus possíveis adversários publicamente. No jargão da luta, Thominhas opta por deixar seus punhos falarem por ele.
No dia 29 de maio, o peso-galo pisará no octógono pela primeira vez como protagonista de um evento do Ultimate. Escalado para fazer a luta principal no card de Las Vegas (EUA), ele enfrentará Cody Garbrandt, número 15 da divisão até 61kg. Confiante, ele aposta em vitória por nocaute no segundo round e garante não ter se frustrado por ficar de fora do card de Curitiba, no UFC 198, 14 de maio, na Arena da Baixada. Diante do americano, ele aposta que o confronto será pautado pela trocação e crê em vitória por nocaute no segundo assalto.
- Garbrandt é um cara que tem o boxe muito bom, bem agressivo, parecido comigo, então tem tudo para ser a grande luta da noite. A trocação vai comer solta. Tenho que me preparar caso aconteçam cinco rounds, mas acredito que a luta vá acabar antes, já que somos dois lutadores muito agressivos. (...) Acredito que acabe com um nocaute meu no segundo round. - afirmou, em entrevista ao Combate.com.
Com quatro lutas no contrato, Thominhas diz estar satisfeito com a valorização que tem recebido do UFC e vai na contramão dos atletas que têm optado por sair do evento para ganhar mais, como nos casos de Ben Henderson e Phil Davis.
- Adoro o UFC, estou muito feliz, mas é difícil agradar todo mundo. Quem não está feliz tem que buscar a felicidade, buscar a melhora financeira. Mas eu estou muito feliz, estou bem, não tenho nada para reclamar do UFC, só tenho pontos positivos. Eu acho que, cada vez mais, estou ganhando melhor. Cada vez que vou ganhando as lutas, ganho mais espaço e, consequentemente, vou ganhando mais dinheiro. É uma coisa natural - explicou.
Thomas Almeida Chute Boxe (Foto: Marcelo Barone)Thomas Almeida fez elogios ao tratamento que recebe do UFC (Foto: Marcelo Barone)
Confira a entrevista completa:
Combate.com: Como recebeu a notícia de que faria a luta principal contra Cody Garbrandt?
Thomas Almeida: Estava com 90% de chance de lutar em Curitiba, que vai ser o maior evento já feito aqui no Brasil, quando recebi essa notícia. Fiquei muito feliz, vai ser minha primeira luta principal no UFC, então é sinal de que estão depositando uma grande esperança em mim. Vou dar meu melhor para retribuir a eles. Isso é a evolução. Estou começando a ganhar, então começo a aparecer e as coisas vão acontecendo. É a primeira vez, tenho que me preparar mais, são cinco rounds, então tenho que estar com o gás em dia. É experiência, bagagem, vivência, estou muito feliz com essa evolução
Se pudesse escolher, lutaria em Curitiba no UFC 198 ou faria a luta principal em Las Vegas mesmo?
Tanto faz para mim. As duas coisas seriam de excelente tamanho. O importante é lutar, ganhar experiência, então tanto faz. Estou muito feliz com os dois. Contanto que não seja no Japão, por causa de fuso horário, fico feliz (risos). Lá eu teria que ir uns bons dias antes para me acostumar, é um processo difícil. Las Vegas é bom demais, Brasil também, são dois grandes lugares que quero lutar muito
O importante é ter experiência. Quero viver todos os estilos, passar por todas as situações que eu puder para chegar um dia e ser um desafiante com bastante bagagem. Para, quando a hora chegar, ganhar o cinturão e me manter por muito tempo no topo."
Thomas Almeida
 Já deu tempo de estudar seu adversário?

Eu já o conhecia, vi antes, é um cara que tem o boxe muito bom, bem agressivo, parecido comigo, então tem tudo para ser a grande luta da noite. A trocação vai comer solta. Tenho que me preparar caso aconteçam cinco rounds, mas acredito que a luta vá acabar antes, já que somos dois lutadores muito agressivos. Nós dois buscamos nocaute o tempo todo, mas o gás tem que estar bom para cinco rounds.
Como vê essa luta terminando?
Acredito que acabe com um nocaute meu no segundo round.
Em algumas lutas, como contra Tim Gorman e Brad Pickett, você começou devagar e depois virou a luta. Entrar ligado desde o início é algo que te preocupa para essa luta?
Venho em constante evolução, a cada luta venho evoluindo e, na última luta, já não comecei tão devagar. Estava mais atento. Nós, na Chute Boxe, analisamos e vimos que esse era um ponto para ser melhor aprofundado e isso aconteceu na última luta. É uma coisa que vou ficar atento para enfrentar o Cody. É entrar atento, pilhado no começo, o tempo todo atento, sem dar chance para o adversário.
Quais os pontos fracos que você vê no jogo Garbrandt?
O jogo de pernas dele. Vou usar muito o muay thai contra ele. Ele tem um boxe muito afiado, mas eu sou do muay thai, acho que posso explorar isso.
Antes da sua luta ser marcada, você e sua equipe chegaram a citar alguns nomes que gostariam de enfrentar, como o Urijah Faber (número 2 do ranking), Bryan Caraway (número 8) e Takeya Mizugaki (número 9). No fim, marcaram para você lutar contra o Cody Garbrandt, 15º do ranking, apesar de ser uma promessa invicta como você. Esperava enfrentar alguém melhor ranqueado?

O importante é ter experiência. Quero viver todos os estilos, passar por todas as situações que eu puder para chegar um dia e ser um desafiante com bastante bagagem. Para, quando a hora chegar, ganhar o cinturão e me manter por muito tempo no topo. Não penso muito em ranking. Serve mais para organizar a categoria, mas luta é luta. O Cody é um grande desafio para mim, vem de três vitórias no UFC, então é um grande desafio. Ele deve ter a mão muito pesada, quero isso, quero desafio e sei que é muito importante para a minha carreira.
Thomas Almeida x Cody Garbrandt (Foto: Combate.com)Thomas Almeida x Cody Garbrandt: duelo será de muita trocação na opinião do brasileiro (Foto: Combate.com)
Pensa em desafiar alguém em caso de vitória?
Não, não penso nisso. Penso só no Cody, depois a gente analisa com a equipe. Não sou muito de pedir adversário. Quem tiver que ser vai ser.
Quantas lutas ainda tem no contrato com o UFC?

Tenho quatro lutas para fazer ainda.
O UFC mudou a sua vida do ponto de vista financeiro?
Mudou. Se eu falar que não mudou é mentira. Hoje em dia tenho segurança, posso investir na minha carreira, posso sair, jantar em lugares legais e tudo isso é fruto do meu trabalho. O mais importante é isso, poder investirem mim, ter essa garantia. Pude parar de dar aula e focar só nos meus treinos e isso é algo muito bom que o UFC me proporcionou.
Alguns lutadores optaram por sair do UFC recentemente, como Ben Henderson, Matt Mitrione e Phil Davis, que foram para o Bellator. Nos últimos dias, o Rory MacDonald também disse que pode sair caso receba uma proposta melhor de outro evento. Como vê essa situação? E no seu caso especificamente, você acha que ganha o que merece?
O UFC é a maior empresa, a que paga melhor e a que dá mais suporte para o atleta. Não posso falar mal da minha empresa. Adoro o UFC, estou muito feliz, mas é difícil agradar todo mundo. Quem não está feliz tem que buscar a felicidade, buscar a melhora financeira. Mas eu estou muito feliz, estou bem, não tenho nada para reclamar do UFC, só tenho pontos positivos. Eu acho que, cada vez mais, estou ganhando melhor. Cada vez que vou ganhando as lutas, ganho mais espaço e, consequentemente, vou ganhando mais dinheiro. É uma coisa natural. Do jeito que está, está bom. Se eu mostrar serviço, o UFC vai me pagar mais. Tenho que mostrar que mereço cada vez mais. 
UFC: Almeida x Garbrandt
29 de maio, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL
Peso-galo: Thomas Almeida x Cody Garbrandt
Peso-pena: Jeremy Stephens x Renan Barão
Peso-meio-médio: Tarec Saffiedine x Rick Story
Peso-médio: Chris Camozzi x Vitor Miranda
Peso-meio-médio: Jorge Masvidal x Lorenz Larkin
Peso-leve: Paul Felder x Josh Burkman
CARD PRELIMINAR
Peso-leve: Abel Trujillo x Carlos Diego Ferreira
Peso-leve: Erik Koch x Joe Proctor
Peso-médio: Jake Collier x Keith Berish
Peso-pesado: Chris de la Rocha x Adam Milstead

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