sábado, 8 de julho de 2017

Bethe alerta Amanda Nunes no UFC 213: "Cinturão pode mudar de mãos"

Crendo ser a "mais odiada do Ultimate", lutadora paraibana enaltece resistência de Valentina e critica campeã dos galos: "É uma certeza: ela não é atleta de cinco rounds"

Por Rio de Janeiro
Bethe Correia na coletiva em Dallas (Foto: Jason Silva)Bethe Correia alerta Amanda Nunes para luta contra Valentina Shevchenko no UFC 213 (Foto: Jason Silva)

Um mês após ser nocauteada por Holly Holm na luta principal do UFC Singapura, Bethe Correiajá consegue analisar o que deu errado no confronto contra a americana. No entanto, apesar de curtir as férias em Natal, Rio Grande do Norte, a "Pitbull" está atenta ao que acontece em Las Vegas, neste sábado, no UFC 213. A lutadora paraibana fez um "raio-x" do confronto entre Valentina Shevchenko e Amanda Nunes, que coloca o cinturão da categoria até 62kg em jogo pela segunda vez, e fez um alerta à campeã. 
- Acho que vai ser uma luta muito dura, difícil, o maior desafio na carreira da Amanda e, realmente, o cinturão pode mudar de mãos mais uma vez. Já falei antes, eu acho a Amanda uma atleta top, mas ainda não a vejo como uma lutadora como a Joanna, que varre a categoria. O nível da categoria dos galos é muito alto, as meninas são muito fortes, e a Valentina pode fazer com que esse cinturão fique circulando. Ela é dura e tem um bom jogo de chão - afirmou Bethe Correia no programa "Munda da Luta", da Rádio Globo, antes de continuar. 
- Eu não sei como foi a preparação da Amanda, quem ela mudou no treinamento, mas, até hoje, isso é uma certeza, ela não é uma atleta de cinco rounds. Acredito que, se a luta passar do segundo round, a chance do cinturão ir para a Valentina é muito alta. Mas a Amanda é uma atleta muito explosiva nos dois primeiros rounds. A Valentina tem resistência para os cinco rounds, então, se eu fosse a Amanda, esconderia um pouco o jogo nos primeiros rounds, pra tentar nocautear ou finalizar a Valentina mais pro final da luta. A Amanda bate mais forte, tem chão melhor, mas a Valentina é muito perigosa.
Do UFC, acho que sou a garota mais odiada. Elas pensam o mesmo que eu, mas não têm coragem de dizer"
Bethe Correia
O estilo "sem filtro" de Bethe Correia causa reações distintas entre fãs e colegas de trabalho no UFC. Famosa pelas provocações que faz para promover as lutas, a lutadora brasileira acredita que o jeito agrada os dirigentes do Ultimate, ainda que fique com o "filme queimado" com suas adversárias.   
- Acho que o UFC gosta do trabalho que eu faço. Sou muito verdadeira. A minha promoção é feita com o que eu penso, não importa se isso desagrada alguém ou não. Do UFC, acho que sou a garota mais odiada, mas não sei por quê. Acho que é porque elas pensam o mesmo que eu, mas não têm coragem de dizer. Eu sei que, sendo muito sincera, vou receber muitas críticas. Agora, pela minha experiência, isso não me desmotiva nem me bota pra baixo. Sou muito segura. As pessoas que mais me criticam, quando eu ganho, são as primeiras que vêm tirar foto comigo. Por isso eu não ligo. Mesmo as pessoas torcendo contra mim, elas querem me ver. Me dão um ibope incrível. Prefiro ser eu mesma, não acho legal falsidade e tentar ser uma pessoa que você não é, e eu vejo muito disso nas meninas do UFC. Muitas querem fazer como McGregor ou Sonnen, mas fica muito feio, porque não é o estilo delas - disse. 
Holly Holm x Bethe Correia UFC Singapura (Foto: Getty Images)Bethe Correia revela que irá viajar para a Tailândia para aprimorar seu muay thai (Foto: Getty Images)

Aos 34 anos e com um cartel de 10 vitórias, três derrotas e um empate, Bethe Correia admite fazer algumas mudanças em seu estilo de jogo, após seu revés contra Holly Holm, no UFC Singapura. Apesar da conhecida agressividade dentro do octógono, a peso-galo revela que irá passar um período na Tailândia, para aprimorar seu muay thai, porém descarta qualquer mudança de categoria.  
- Após uma luta dessa dimensão, o mais importante é se manter motivada para dar a volta por cima e trilhar esse novo caminho que tem pela frente. Não acho que meu jogo esteja marcado, mas, realmente, eu preciso me reinventar. Apesar de que, com a Holly, eu tentei fazer um jogo diferente, tentei crescer durante a luta. Mas eu quero, a partir de agora, me reinventar em novas artes e fazer novos projetos. Estou me organizando para, no final do mês, viajar para a Tailândia pra acrescentar ao meu jogo mais cotoveladas e golpes que posso absorver do muay thai. Depois disso, voltar a treinar um pouco mais de wrestling e conciliar tudo isso para o MMA. Gosto de misturar as artes, mas acho que tenho que treinar mais isoladamente alguns esportes também. Abrir um pouco a mente para as artes isoladas - falou.  

- Não me vejo em um momento tão ruim no UFC como as pessoas falam. Tenho três derrotas, duas contra ex-campeões e uma outra que muita gente diz que eu não perdi. E eu acho que ganhei mesmo aquela luta contra a Raquel Pennington. Eu fui uma das primeiras lutadoras contratadas pelo UFC, em 2013, era tudo muito novo e não tinha muito estudo. Sinto que o UFC é hoje um pouco diferente da época que eu entrei. As meninas mais antigas são muito mais estudadas que as outras, porque têm mais lutas também. Por isso que vou me reinventar, mas essa é a minha categoria. Fisicamente, tenho uma estrutura forte para a categoria 61kg, mas preciso adicionar algumas coisas ao meu jogo. Subir ou descer de divisão não seria o ideal para mim. Eu já bato 61kg sofrendo bastante e as pesos-penas não tem nem atleta direito ainda. Eu me sinto bem nos galos e quero ser uma lutadora top na minha categoria - concluiu Bethe.  

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