quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ídolo tímido, Conca assume cobrança dobrada por um 2011 ainda melhor

Argentino repassa pergunta sobre seu papel na história do Flu, reconhece que pressão após última temporada será maior e aposta no trabalho duro

Por Cahê Mota Rio de Janeiro
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Fluminense (Foto: Wallace Teixeira/ Photocamera)
Enfim, ele falou. E com a responsabilidade bem maior do que da última vez. Sem dar entrevistas desde a semana do título do Brasileirão de 2010, Darío Conca encarou os microfones nesta quinta-feira, nas Laranjeiras, e falou sobre a pressão de iniciar a temporada como melhor jogador do país.

Com personalidade, o apoiador argentino admitiu que as críticas sobre seu desempenho serão mais pesadas após a performance de excelência no ano passado, mas garantiu encará-las com naturalidade. Para suprir as expectativas de torcedores e mídia, Darío tem uma fórmula simples: trabalhar.

- Pelo que fiz ano passado, aumenta a cobrança. Mas sei que a camisa do Fluminense é importante e todo jogador que vestir vai ser cobrado. Tenho que me preocupar em trabalhar para ajudar o time a ganhar, fazer grandes jogos e passar para a final.

Tímido e discreto, o camisa 11 tricolor evita chamar para si os holofotes. Nem mesmo a alcunha de ídolo Conca aceita assumir abertamente. Entretanto, não esconde a satisfação por ter feito algo grandioso na história do Fluminense.

- Quando se ganha um título, a importância para o clube passa a ser maior. Mas essa pergunta (se é ídolo ou não) tem que ser feita para o torcedor. Essa não é minha preocupação. Quero ajudar o Fluminense a ser campeão, independentemente de qualquer coisa.

Totalmente recuperado da artroscopia que o afastou dos gramados por 33 dias no início do ano, o argentino já entrou em campo cinco vezes em 2011. A evolução tem sido gradativa, mas o estágio alcançado ainda não satisfez o próprio atleta.

- Já estou bem melhor. Espero fazer um bom trabalho e ajudar meus companheiros com calma. Eu sabia que não ia ser fácil. Quero melhorar. Sei que posso e para isso estou trabalhando. Todo mundo aqui é profissional, dá importância ao trabalho e sabe o valor do dia a dia para fazer o melhor no jogo. Procuro ser assim para me sentir bem em campo e ser feliz. Essa é minha felicidade.

Campeão nacional, Darío Conca já entendeu também a importância de um título estadual em gramados brasileiros - a competição não existe na Argentina. Por isso, trata o Carioca com a mesma seriedade da Libertadores e lembra a arrancada de 2009, quando o Flu se salvou do rebaixamento e foi vice-campeão da Sul-Americana, para provar que é possível, sim, manter o bom rendimento sem priorizar nenhuma competição.

- Independentemente do campeonato, sabemos o que queremos: ganhar títulos. Temos uma partida pela frente e temos que dar importância. Em 2009, todos nos davam como rebaixados no Brasileiro e fomos até a final da Sul-Americana.

Xodó da torcida tricolor, Conca comentou as vaias recebidas pela equipe no empate diante do Argentinos Juniors, na estreia na Libertadores. Segundo ele, a força tricolor está justamente na união entre jogadores e torcedores, e pediu que essa sintonia volte a aparecer na semifinal da Taça Guanabara, sábado, às 17h (de Brasília), no Engenhão, contra o Boavista.

- Temos um jogo muito difícil pela frente, que é uma semifinal. É preciso pensar só nisso. Nas ruas, o torcedor mostra que está perto do nosso time e confia no elenco. A vaia ficou no passado. Pedimos o apoio do torcedor, assim como eles pedem entrega e o nosso melhor. Quando eles ficam ao nosso lado, ficamos mais fortes.

Novinho em folha, o argentino garante estar pronto para encarar a forte marcação dos defensores na luta para levar o Fluminense aos títulos também em 2011. Já os microfones...

- Tem marcadores muito duros, mas microfone é problema para mim.

Melhor para o torcedor tricolor, que Darío também fala com os pés.

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