Destemido, Tenorio dá o panorama
do Vasco: 'Ganhar, ganhar e ganhar'
Equatoriano volta após pequena lesão, esbanja confiança para evitar que o time esmoreça na reta final do Brasileiro e avisa: 'Ainda não joguei aqui'
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Para se certificar de que todos os jornalistas tiveram as dúvidas sanadas, encerrou assim:
- Gravaram tudo mesmo? Porque até o fim do campeonato não venho mais aqui... - brincou.
Irreverente e confiante, Tenorio foi a atração nas entrevistas desta quinta (Foto: Globoesporte.com)
Nas primeiras respostas, o Demolidor logo deu o panorama do clube, que
ainda se agarra a um fio de esperança para ser campeão e, mais
urgentemente, quer manter a vaga no G-4.- No futebol, o segundo e o último é a mesma coisa. Ninguém vai falar do segundo. Só o campeão sai na foto. O Vasco está pensando em ser campeão. Temos uma diferença para o primeiro, é difícil, mas tem muita coisa ainda. Vamos tentar ganhar dentro e fora de casa. Não importa quem fizer o gol, se vai ser o Fernando Prass, ou se levarmos cinco, porque vamos ter de fazer seis. Temos é que nos concentrar para ganhar, ganhar e ganhar - decretou.
'Ainda não joguei pelo Vasco'
Embora tenha tido boas atuações e já tenha virado xodó dos torcedores, Tenorio vive um ano complicado fora de campo. Além da grave lesão no tendão de Aquiles, que o fez parar por cinco meses em função da cirurgia, ele apressou seu retorno pela necessidade da equipe e ainda não está 100% fisicamente. O departamento médico recomenda que o atacante não jogue os 90 minutos, sob risco de haver problemas musculares, mais na coxa e no púbis, que o incomodam há semanas. Nada que tire a vontade do destemido camisa 11, que ressalta a dívida de gratidão com o clube.
- Não está fácil. Acho que eu poderia estar mais com o departamento físico para melhorar minha condição. Mas a situação se apresentou assim, e eu tinha que jogar. Acho que esse tempo (sem jogo no meio da semana) vai ser o suficiente. Lesão muscular que te deixa uma semana, dez dias fora incomoda um pouco. Agora vou jogar mais tranquilo. O jogador quer jogar sempre. Eu gosto de jogar, gosto de estar sempre aí. E não tenho medo de nada. Tenho 33 anos, vou ficar com medo de quê? - clamou, emendando em seguida.
- Ainda não joguei pelo Vasco. Para uma temporada com Estadual, Brasileiro, acho que não fiz nada, foram dez jogos (13, ao todo). Quando me machuquei, sempre me ajudaram e me elogiaram. Tenho ser grato e dar alegria para essa torcida. Não vou ser campeão sozinho, mas eu vou ajudar, vou fazer a minha parte. Sou um jogador que não se esconde, mostra sempre a cara. Tem que dar tudo de si mesmo. Se o resultado foi ruim, são coisas que acontecem - afirmou, com a personalidade e a irreverência habituais.
Mas de onde vem tanto moral? O equatoriano sabe que faz parte de um grupo cada vez mais reduzido de jogadores que utiliza os microfones para chamar a responsabilidade e dar declarações que fogem dos padrões. Segundo ele, os exemplos vêm de sua família. Os pais, Vicente Tenorio e Amariz Medina, educaram o ex-velocista na adolescência desta forma.
Tenorio briga pela bola no treino do Vasco como costuma fazer no jogo (Foto: Guito Moreto / O Globo)
- Todo mundo tem essas inspirações, eu tenho várias. Mas meus pais são
importantes nisso. Sempre me ensinaram que a pessoa correta vai pelo
caminho do bem e não pode se esconder. Quando vim para cá, por exemplo,
eu estava com tudo assinado com a LDU, que é uma instituição que gosta
de mim, sou ídolo lá. Estava pensando em me aposentar depois do
contrato. Só que tinha ficado 11 anos no Golfo (futebol do Qatar, no
Oriente Médio) e nunca deixaram que eu saísse, nem para a França, quando
Ricardo Gomes quis me levar, nem para Inglaterra. Acabaram com a minha
carreira. Só que decidi que ainda queria estar num futebol mais forte. E
o Brasil é difícil. Gosto desses desafios. Não vou dizer que sou
torcedor do Vasco, seria mentira. Mas respeito e defendo essa camisa
agora - disse.Para finalizar, prometeu mais gols até o fim da competição.
- Vai ter (gols) com certeza. Do Demolidor, do Alecsandro, de todo mundo - avisou, sorrindo, aproveitando para fazer média com o companheiro de ataque, que passava pela sala.
O Vasco encara o Figueirense no sábado, às 18h30 (de Brasília), em São Januário.
Colaborou o estagiário Gabriel Fricke, sob a supervisão de André Casado
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