sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Após resistir a Hunt por cinco rounds, Pezão desabafa: 'Questão de honra'

Peso-pesado queria dar resposta às pessoas que criticavam sua resistência aos golpes e acredita que conseguiu: 'Gosto quando mexem com meu ego'

Por Rio de Janeiro
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Está no "Fightmetric", site especializado que serve de fonte para estatísticas oficiais do UFC: Antônio Pezão sofreu 103 golpes significativos de Mark Hunt na luta da última sexta-feira. No empate por decisão majoritária em Brisbane (AUS), o brasileiro acredita que conseguiu dar uma resposta a quem duvidava de sua capacidade de absorver os golpes dos adversários.
O gigante de 1,93 e mais de 120kg confessou ao Combate.com que ficou chateado ao ouvir críticas após a derrota para Cain Velásquez. Na ocasião, o brasileiro disputava o título do UFC, em maio deste ano, e viu o árbitro Mário Yamasaki interromper a luta com 1m21s, enquanto recebia golpes ajoelhado, e decretar nocaute técnico. Pezão queria continuar, mas já era tarde. Em Brisbane, passou cinco rounds trocando golpes contra um dos principais strikers da organização, um dos que têm a mão mais pesada, e agora espera ter convencido a todos.
- Gosto muito quando mexem com meu ego. Ouvi muita coisa depois da luta com o Velásquez, muita gente falando coisas que não têm nada a ver, pessoas que não me conhecem. Quando eu falava que estava bem para continuar é porque tinha condições de lutar. Consegui provar desta vez, levei pancadas muito mais fortes durante cinco rounds. Era uma questão de honra. Foi um erro do árbitro, mas agora isso já faz parte do passado, e eu quero olhar para o futuro - disse o brasileiro, por telefone.
Mark Hunt x Pezão, UFC Fight Night (Foto: Getty)Árbitro decreta empate entre Mark Hunt e Antônio Pezão (Foto: Getty)
Pezão já retornou aos Estados Unidos e na sexta-feira parte para a Disney com a família para assim poder dar início às férias. Mas nunca esquecendo o trabalho. Assim como Dana White disse nesta semana, o brasileiro não quer esperar pela recuperação de Hunt para uma segunda luta entre ambos e pretende voltar ao octógono em breve. Confira a entrevista:
COMBATE.COM: Como está o seu corpo após uma batalha como aquela contra o Hunt? Ainda está machucado?
Antônio Pezão: Graças a Deus está tudo bem. Fiquei cansado nos dois primeiros dias, estava dolorido domingo e segunda, mas não ficou nenhuma marca. Só alguns arranhões no rosto, não tive nenhuma contusão na luta. Não cheguei a me machucar, então só estou me recuperando do cansaço da luta e da fase de treinos, que também foi muito intensa.
Por ter enfrentado por cinco rounds um lutador reconhecidamente forte, dá para dizer que foi a luta mais dura da sua carreira?
Com certeza foi a mais dura. Toda luta tem uma certa importância, uma dificuldade à parte. Mas nesta eu estava na casa do adversário, contra um atleta duro, era a luta principal... Eu precisava corresponder à confiança que o UFC está me dando, pois já foi a terceira vez que me colocaram na luta principal.
Também foi uma resposta para quem duvidava do seu poder de resistência?
Gosto muito quando mexem com meu ego. Ouvi muita coisa depois da luta com o Velásquez, muita gente falando coisas que não têm nada a ver, pessoas que não me conhecem. Quando eu falava que estava bem para continuar é porque tinha condições de lutar. Consegui provar desta vez, levei pancadas muito mais fortes durante cinco rounds. Era uma questão de honra. Foi um erro do árbitro, mas agora isso já faz parte do passado, e eu quero olhar para o futuro.
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Fãs, especialistas, lutadores... Teve muita gente dizendo que a luta contra o Hunt foi a melhor de todos os tempos entre os pesos-pesados. Você concorda?
Fico muito feliz por ver as pessoas dizerem isso. É difícil eu mesmo dizer que foi a melhor, já tiveram outras lutas que foram muito boas. Mas a voz do povo é a voz de Deus. Se estão dizendo, então está bom (risos). Todos os dias eu assisto à luta de novo.
E assistindo de novo à luta, o que você gostou e o que não gostou de ter feito?
Vamos começar falando do que não gostei: mais uma vez caí com um direto, foi a mesma coisa que aconteceu contra o Velásquez. Esse é um ponto que vou trabalhar duro, corrigir esse erro. Não pode acontecer novamente. O que mais gostei foi a força de vontade de não desistir, sabia que se fosse decisão seria difícil, estava na casa do adversário. Tinha que cair para dentro.
Pezão x Hunt, UFC Fight Night (Foto: Getty)Pezão recebe forte cotovelada de Hunt em Brisbane (Foto: Getty)
Como você acha que ficou a categoria depois desse empate e depois da revelação de que Cain Velásquez operou o ombro nesta semana e vai ficar um bom tempo parado?
Acho que o Werdum está bem, é o cara que está no ponto máximo. Em seguida tem o vencedor da luta entre Travis Browne e Josh Barnett. E depois deu embolada boa por não ter disputa de cinturão. Ninguém sabe se terá cinturão interino ou não, se vão deixar a gente lutar entre si até ele (Velásquez) voltar. Só o tempo vai dizer.
Com essa situação embolada, quem acha que será o próximo adversário?
Não me falaram, não gosto muito de escolher. Não tenho a mínima ideia de onde possa estar (na categoria). O UFC pode mudar tudo, me dar o Werdum de uma vez só, o vencedor de Browne x Barnett, tem Miocic x Napão também... Não tenho a mínima ideia, só tenho que estar preparado.
Dana White disse que acha difícil que haja uma segunda luta imediata contra o Hunt porque acredita que você não vai querer esperar por ele (Hunt deve ficar seis meses parado por conta de contusões). É isso mesmo?
É verdade. Amo o que faço. Gosto de lutar e já estou com 34 anos. Não posso ficar aí esperando. O Hunt vai ficar seis meses parado, depois levaria mais dois ou três se preparando para a luta. É muito tempo, eu ficaria 2014 todo esperando. Vou fazer algumas lutas e depois, se o UFC achar que deve fazer a revanche, podemos ver.

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