terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Motorista volta atrás e admite uso de crack na noite do sumiço de ônibus

Segundo a polícia, Charles reconheceu que saiu do hotel no veículo do Formosa e usou drogas no centro da cidade. No entanto, ele segue afirmando que foi roubado

Por Brasília
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Após dizer que tinha sido sequestrado e obrigado por bandidos a ingerir bebida alcoólica, o motorista do ônibus do Formosa voltou atrás e mudou alguns pontos da história, admitindo à polícia que usou crack na noite da última sexta-feira. Por conta do sumiço de mais de 24 horas dele com o veículo, o time ficou sem chuteiras e acabou perdendo por W.O. para o Brasília pela rodada de abertura do Campeonato Brasiliense.
Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, o delegado responsável pelo caso, Moisés Martins, explicou que Charles Amâncio Vieira, de 34 anos, admitiu em depoimento que, diferentemente da versão inicial, em que dizia que foi abordado por homens armados perto do hotel do Formosa, ele teria saído para beber em alguns bares no centro da cidade quando teve uma recaída no vício em crack, do qual vem lutado há um ano para se libertar.
- Encontramos algumas contradições na primeira versão passada por ele. Quando o confrontamos, o Charles admitiu que era usuário de drogas. Vinha há cerca de um ano no processo de livramento, mas teve uma recaída. Encontrou outro usuário de drogas no centro de Taguatinga. Também teria levado uma prostituta para dentro do ônibus. Quando essas pessoas saíram, ele começou a rodar pela cidade e foi abordado por mais dois indivíduos, que é quando ele fala que houve esse roubo - detalhou o delegado.
Charles Amâncio, motorista do Formosa (Foto: Fabrício Marques)Charles Amâncio, motorista do ônibus do Formosa, muda versão em depoimento (Foto: Fabrício Marques)
Assim como na primeira versão, Charles segue afirmando que foi levado por esses homens até a cidade goiana de Águas Lindas, no entorno do Distrito Federal, onde os materiais esportivos do time que estavam no ônibus teriam sido comercializados pelos bandidos. No entanto, a polícia também suspeita que a história não seja verídica.

- A história dele começa efetivamente a cair por terra. Estamos dando continuidade nas investigações. O que a gente observa nesses casos de recaída de usuário de drogas é que se trata de um processo muito violento. A pessoa não tem mais aquele parâmetro de segurar. Se tiver que tirar a roupa do próprio corpo, ela vai tirar - completou Moisés Martins.
Jogadores do Formosa sem chuteiras (Foto: Reprodução/TV Globo)Sem chuteiras, jogadores do Formosa não puderam enfrentar o Brasília (Foto: Reprodução/TV Globo)
Uma das suspeitas é de que Charles possa ter participado da venda das chuteiras e dos materiais do time para comprar mais drogas. Parte dos produtos foi recuperada pela polícia militar de Águas Lindas no domingo. Uma moradora da cidade denunciou que um parente teria deixado os materiais na casa dela. Este homem foi identificado como Sícero Aparecido de Alencar. A polícia agora procura por Sícero, que já teve passagem pela Justiça por porte ilegal de arma, para tentar esclarecer o caso.

- Caso fique comprovado que o Charles inventou essa história e que esteja imputando ao Sícero essa acusação de roubo com restrição de liberdade, sabendo que ele não é autor desse crime, ele vai responder por denunciação caluniosa. No caso dos objetos, caso ele tenha ficado com eles e dado um destino diverso, será acusado de apropriação indébita - concluiu o delegado.
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