terça-feira, 8 de julho de 2014


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Dividido entre Brasil e EUA, Drysdale critica "malandragem" dos brasileiros

Meio-pesado nasceu em Utah, mas cresceu em Itu e afirma: "Em qualquer outro país ser malandro é ser desonesto. Malandragem no Brasil é virtude"

Por Direto de Las Vegas, EUA
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Robert Drysdale, enfim, fez sua estreia no Ultimate, neste domingo, quando finalizou Keith Berish no TUF 19 Finale, em Las Vegas (EUA). Americano naturalizado brasileiro, ele nasceu em Utah (EUA), veio para o Brasil aos seis anos com a mãe, que nasceu aqui, para morar em Itu (SP), antes de voltar a morar nos Estados Unidos. Aos 33 anos, ele diz ter passado metade de sua vida em cada país, mas que hoje é muito americanizado. Na opinião dele, a "malandragem" é um problema do povo brasileiro e, em qualquer outro lugar do mundo, é sinônimo de desonestidade.
- Hoje, se fizer a matemática, passei metade da vida no Brasil e metade nos EUA. Meus anos formativos foram no Brasil. Estudei no Brasil, fiz a maior parte dos meus treinos, mas hoje sou muito americanizado. São características minhas que mudei. No Brasil tem muita coisa de malandragem. A palavra malandro não tem tradução em nenhuma outra língua. É coisa de brasileiro. É bonito ser malandro né? Em qualquer outro país, ser malandro é ser desonesto. Mas no Brasil é bonito. Malandragem no Brasil é virtude. Até entendo de onde vem, vem do morro, da situação precária da população. Mas é algo que, em qualquer outro país, os caras não suportam - afirmou, ao Combate.com.
Robert Drysdale ufc (Foto: Ivan Raupp)Robert Drysdale comentou diferenças entre o Brasil e os EUA (Foto: Ivan Raupp)
Apesar da crítica para a tal malandragem brasileira, Drysdale considera o povo como o mais feliz do mundo e exalta o fato de ter sido criança no Brasil, o que segundo ele é melhor do que se crescesse nos Estados Unidos.
- Não teria mudado nada na minha vida. Teria feito tudo exatamente como fiz. Gosto de ter cidadania americana, mas acho melhor ter sido criança no Brasil porque acho a criança no Brasil mais feliz. Tive a opção de ver os dois lados. No Brasil ser criança é melhor. Pega a bicicleta, pula muro, sobe em árvore. Aqui é só video game. A gente brincava de pega-pega na rua e aqui nunca vi isso. Mas estou feliz pelo que vivi lá e estou feliz aqui também. Não sou do tipo nacionalista, tenho um carinho enorme pelo Brasil, é o povo mais feliz do mundo, tudo é festa. Juntou 20 reais, comprou uma carne de segunda e jogou na grelha? Virou bagunça. Americano não se diverte assim. Por outro lado, é organizado, corre atrás, não espera acontecer. Costumo dizer que no futebol torço para o Brasil e no basquete para os EUA. Torço para quem ganha (risos) - disse.
Sobre a vitória contra Berish, após fechar o triângulo na linha de cintura, encaixar o mata-leão e pesar para o rival cair, ele viu seu adversário torcer o joelho e dar os três tapinhas com a posição encaixada no pescoço. Drysdale acredita que o esforço de Keith Berish para ficar de pé foi o responsável pela lesão sofrida.
- Não vi que ele machucou o joelho. Eu estava trabalhando para o pescoço. Quando estou nas costas, tem um desequilíbrio que faço. Vou pesando para o lado, e fica muito peso na perna do cara. O que acho que aconteceu ali é que ele brigou demais para ficar em pé, para não cair no chão, e aí entortou o joelho. Se o cara cede, ele cai de lado e não se machuca. Eu boto pressão justamente para ele ceder e cair. Acho que ele brigou demais para ficar em pé e por isso torceu o joelho - concluiu.
Robert Drysdale TUF 19 Final  (Foto: Getty Images)Robert Drysdale comemora vitória sobre Keith Berish no TUF 19 Finale (Foto: Getty Images)

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