terça-feira, 8 de julho de 2014

BJ Penn confirma adeus e chora ao falar da carreira em coletiva pós-luta

Ex-campeão dos leves e meio-médios do UFC diz que precisava "fechar" sua história no MMA e que seguirá trabalhando nas academias da franquia

Por Las Vegas
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Desta vez, é para valer: BJ Penn confirmou que está se aposentando como lutador de MMA após sua derrota para Frankie Edgar neste domingo, no TUF 19 Finale, em Las Vegas. O ex-campeão dos pesos-leves e pesos-meio-médios se emocionou ao falar sobre o fim da carreira durante a coletiva pós-evento, na sala de imprensa do Mandalay Bay Events Center.
- Sim, com certeza (parei). Este é o fim. Estou pensando comigo mesmo, "Por que você voltou ao octógono depois de tomar aquela surra do Rory MacDonald?", e a razão era que eu precisava mesmo descobrir (se ainda tinha condições de lutar). Se não tivesse feito esta noite acontecer para mim, sempre ficaria pensando nisso, ficaria atrás do Dana (White, presidente do UFC) para me deixar voltar. Eu precisava fechar minha história - disse Penn.
BJ Penn choro UFC MMA (Foto: Evelyn Rodrigues)BJ Penn se abaixa e chora na coletiva de imprensa pós-luta do TUF 19 Finale (Foto: Evelyn Rodrigues)
Pouco depois, ao comentar sobre seu legado como lutador, o havaiano de 36 anos de idade parou, abaixou a cabeça e começou a chorar.
- Meu legado duradouro... Acho que vai estar nos vídeos de melhores momentos. Dana me deu uma oportunidade de trabalhar com a UFC Gym e fazer algumas coisas diferentes, agora posso continuar me alimentando - afirmou antes de se emocionar.
O momento foi aplaudido pelas pessoas presentes à coletiva, entre jornalistas, funcionários do UFC e equipes dos lutadores do evento. Dana White concluiu a resposta para BJ.
- Ele é um dos melhores lutadores de 70kg de todos os tempos. Ele ajudou a criar aquela categoria de peso e ajudou a construir o UFC. Esse é seu legado - exclamou o presidente.
BJ Penn adeus UFC MMA (Foto: Evelyn Rodrigues)Ao deixar a coletiva, BJ Penn deu um aceno de
despedida (Foto: Evelyn Rodrigues)
Confira mais declarações de Penn na coletiva:
Sobre planos para o futuro antes da luta
- Eu ia ver até onde eu poderia ir. Veria o que aconteceria quando lutasse com o Frankie e decidiria a partir daí. Decidiria se seria uma boa vitória que poderia parar ali, ou se ainda estava faminto para continuar lutando de novo. No final, quando o sangue começou a cair no olho e a luta ficou muito dura, percebi que é preciso um nível muito, muito alto de enegria para competir com os melhores do mundo. Você pode ter todas as técnicas, isso e aquilo, e todas as suas teorias, mas a moral da historia é que você tem que ter muita energia para competir com esses caras. Eles são muito famintos, querem ser os melhores. Posso dizer mil vezes que o esporte me ultrapassou, mas há muitos caras de muita qualidade no UFC agora.
Melhor momento no UFC
- Olhando para trás, seriam os dois cinturões nas duas categorias de peso. Realmente queria ver se poderia conquistar três, mas você está falando sobre os melhores do mundo. Você vê um cara como Frankie Edgar, pensa, "Esse cara é pequeno", isso ou aquilo, mas esse caras querem (estar no topo). Se você está só sentado por aí, achando que descobriu algo para explorar, ou pensando em surpreender alguém, a primeira coisa que você precisa ter é mais coração do que esses caras. Todos sentados aqui têm muito coração. Não dá para ver só de olhar, tem que sentir.
Sobre arrependimento
- Meu maior arrependimento seria se não entrasse no ring hoje, porque sempre pensaria, sempre me bateria, sempre reclamaria ao Dana que eu poderia ter feito de novo. Agora sei com certeza que posso.
Estratégia na terceira luta com Edgar
- Eu estava tentando usar um pouco da minha envergadura e da distância, mas Frankie mistura legal, se movimenta muito, se mantém ocupado e chegou em mim.
Futuro
- Vou seguir trabalhando com a UFC Gym, por enquanto. É muito do que fiz minha vida toda, é tudo que eu sei, e vai ser difícil abandonar tudo de uma vez.
Sobre sua saída do UFC após conquistar cinturão dos meio-médios, em 2004
- Eu estava pensando nisso há alguns meses. Quem sabe o que poderia ter acontecido se tivesse feito todas aquelas lutas no UFC? (A saída) Causou uma brecha entre nós por um tempo. Seria interessante ver como as coisas teriam se desdobrado.
Rivalidades com Edgar, Matt Hughes e Georges St-Pierre
- Eu e Matt e eu e Georges tivemos alguns confrontos lendários. Acho que isso foi que tornou minha carreira algo a ser visto. Foi que tive tantos rivais por tantos anos. Todos falam de Roy Jones Jr, que não tinha ninguém para enfrentar no começo de sua carreira (no boxe). É isso que torna uma grande carreira: lutar contra tantos caras duros. Fui abençoado de ter tido essas três grandes rivalidades.
Identificação com o público
- Sempre foi tão incrível o apoio que eu recebi. Era muito estranho eu perder e não poder andar na estrada. Ficava mais famoso a cada derrota! As pessoas sentiam que podiam se identificar comigo, sentiam que sou só um ser humano normal, que ficava acima do peso quando estava em off e se esforçava ao máximo, como qualquer outro. Acho que o apelo era que eles sentiam que este cara é normal como nós e está dando seu máximo.

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