sábado, 20 de junho de 2015

Marta não teme pressão individual e diz: "Não é algo novo na minha vida"

Camisa 10 da seleção brasileira encara seu papel na Copa do Mundo como algo natural e diz que responsabilidade na equipe é dividida entre todas as jogadoras

Por Direto de Moncton, Canadá
No domingo, a partir das 14h (de Brasília), Marta entra em campo com camisa 10, estrela do time e capitã. Sempre solicitada pelos veículos de imprensa e também pelos torcedores, ela está no foco no Mundial feminino. O foco seguidamente significa maior pressão sobre o papel que a atacante terá em campo, isso justificado pelos cinco títulos como melhor do mundo. A pressão, segundo Marta, não é algo novo em sua vida. Ela sabe que até mesmo as adversárias tentarão usar isso contra ela. Nada que a experiência não possa entrar em campo nesse momento. 

- É uma coisa natural. É óbvio que você vai sentir a pressão por parte da torcida, por parte do nosso times até mesmo o adversário sempre tenta de alguma forma usar isso como um meio para desequilibrar a atleta, mas pressão acho que jogando uma Copa do Mundo é normal. Não é a primeira vez que a gente passa por uma situação assim de ter que vencer a partida, dar continuidade, ter que lutar para conquistar um título de alto nível. Então, isso não é algo novo na minha vida.
A craque da seleção feminina ainda que o principal é manter o foco no time e a pressão ser dividida entre todas.
- Eu sempre de alguma forma consegui me sobressair bem em relação a isso porque acredito que temos outras coisas que temos que dar prioridade. Ao invés de pensar nisso, é melhor pensar positivamente e manter o foco na nossa equipe e trabalhar para que as coisas aconteçam e não ficar pensando que você precisa fazer isso porque as pessoas estão te olhando ou por ser uma das mais experientes umas atletas se destacam mais que as outras. É um trabalho que a gente tem que desempenhar em grupo e a pressão ela é dividida entre todas. Existem outras prioridades a se pensar - afirmou Marta durante a coletiva oficial da Fifa na véspera da partida diante da Austrália. 
Marta coletiva montagem (Foto: AFP)Marta durante a coletiva (Foto: AFP)


Em entrevistas durante a semana, as atletas australianas colocaram o Brasil no grupo dos melhores no Mundial. Mas Marta acredita que a seleção não chega como favorita. Para ela, o ranking da Fifa aponta as principais seleções. Ela coloca que o objetivo é chegar gradativamente e aí sim, talvez com o título, o grupo seja considerado o melhor da competição.
-  A gente vem conversando sobre isso há bastante tempo. Acredito que a gente vem 
crescendo dentro da competição, mas não chegamos como favoritas. Sempre falamos que as favoritas são as primeiras do ranking e eu continuo falando isso. Só que queremos chegar gradativamente, subindo gradativamente e aí no final sermos consideradas favoritas ou uma das melhores equipes. Mas a gente nesse sentido estamos super tranquilas. Sabemos do nosso papel, qualidade, o que podemos desempenhar. Mas não levamos esse peso de favoritismo porque hoje em dia o futebol está muito avançado, o nível das equipes está muito próximo. As equipes não estão tão distantes umas das outras. Há jogos que percebemos que foram decididos no último minuto. Equipes consideradas favoritas ganharam de 1 a 0, gol de pênalti. Então esse quesito de favoritismo não pesa conosco. A gente sabe que o nosso papel é muito maior que isso. Não vamos nos deixar levar com relação a esses comentários. Mas vamos fazer de tudo para sair com a vitória amanhã.
O Brasil fez seu último treinamento para a partida diante da Austrália neste sábado. Na parte aberta da atividade, Vadão distribuiu os coletes para as mesmas que foram titulares nos dois primeiros jogos: Luciana; Fabiana, Mônica, Rafaelle, Tamires; Thaisa, Andressinha, Formiga; Marta, Andressa Alves e Cristiane. O jogo está marcado para este domingo, 14h (de Brasília), no estádio de Moncton. O GloboEsporte.com acompanha em tempo real.
Confira outros trechos da coletiva de Marta:
Expectativa para o duelo diante da Austrália

- As expectativas são muitas. Até aqui a gente vem desempenhando um bom papel na competição e a gente almeja que isso continue por muito tempo até chegar a uma possível final. Sabemos que a partida de domingo será muito disputada. É um time muito qualificado a Austrália e não vai ser fácil. Mas é um jogo de mata-mata e acredito que quem for mais preciso e errar menos sairá vencedor. E espero que seja nossa equipe.

Um erro pode ser fatal
- Estamos em um momento diferente que não nos permite errar, que não nos permite perder e recuperar na próxima partida porque não haverá próxima partida caso a gente não vença. Então temos que ser mais precisas e estarmos mais focadas e preparadas para essa final. Daqui para frente cada jogo será uma final. A gente vem trabalhando isso gradativamente. Sabíamos que a cada jogo que passasse a dificuldade iria aumentar. Estávamos cientes disso. Mas temos que encarar de uma maneira bem progressista para que sigamos na competição.

Classificação da Austrália não é surpresa 

- Não é surpresa a Austrália ter chegado depois de passar por um grupo forte. A Austrália vem jogando um futebol belíssimo e mereceu a classificação. Já tivemos oportunidade de jogar com elas algumas vezes atrás, mas agora é um momento diferente. Copa do Mundo é um momento único que algumas atletas às vezes não têm oportunidade de jogar uma ou duas Copas. Então sem dúvida alguma elas irão fazer o impossível para atrapalhar os nossos planos. Mas temos que estar focadas no nosso trabalho, no nosso objetivo para que isso não aconteça e possamos seguir firmes em busca do nosso objetivo final que é chegar à decisão e disputar esse título tão almejado por todas nós.

Alto nível do Mundial

- Acredito que é muito positivo. Só abrilhanta mais a modalidade e o espetáculo. Daqui para frente a gente vai ver jogos decidimos em detalhes, bem disputados. Isso faz com que o nível da modalidade possa elevar-se cada vez mais. Então será muito interessante acompanhar todos esses jogos. Espero que possamos acompanhar de perto aqui a equipe toda até o final. Caso permaneçamos aqui até o final isso quer dizer que a gente está bem na competição.

Ser alvo de marcação mais específica

- A gente está analisando todas as atletas da seleção australiana, mas não há uma atleta específica que a gente analisou mais do que a outra especialmente na questão de marcação individual. Se ela vai me marcar ou vai ficar sempre comigo quem sabe a gente não possa abrir espaço para outras atletas da nossa equipe. Acredito que não será um problema. Se for vamos tentar resolver dentro de campo e procurar a melhor solução para sair da marcação.

Perda do título pelos meninos da seleção sub-20

- Estávamos torcendo muito para eles levarem esse título, mas não aconteceu. Mas nossa motivação não parte por conta da derrota deles. Se tivessem ganho também seria uma emoção grande para nós e para darmos continuidade para elevar o nome do Brasil. A nossa motivação vem gradativamente do nosso dia a dia, do nosso trabalho, da nossa confiança na equipe e do que queremos conquistar daqui para frente. Estamos motivadas desde o primeiro momento. 

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