quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Chape não vai jogar a última rodada: "CBF não manda nada nesse aspecto"

Manoel Flores, diretor da entidade explica que regulamento não prevê cancelamento da partida, e que por isso haverá protocolo normal para realização do jogo

Por Chapecó, SC
Vitor Hugo Nascimento, chefe do departamento de desempenho da Chapecoense (Foto: Amanda Kestelman)Vitor Hugo Nascimento, chefe do departamento de desempenho da Chapecoense (Foto: Amanda Kestelman)
A Chapecoense decidiu: não vai entrar em campo para o confronto com o Atlético Mineiro pela última rodada do Campeonato Brasileiro, previsto para o dia 11. Chefe do departamento de desempenho, Vitor Hugo Nascimento foi o responsável pelo anúncio nesta quinta-feira na Arena Condá depois de uma reunião dos representantes do futebol do clube.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já havia manifestado a sua decisão de realizar o jogo. O Atlético Mineiro, em entrevista do presidente Daniel Nepomuceno, informou que não entraria em campo. Com a decisão da Chapecoense, já se sabe que não haverá jogo.
+ IML termina identificação de todas as 71 vítimas do acidente aéreo da Chape+ A fábula do indiozinho: em meio à dor, surgirá a Chape do futuro 
+ "Falha total": áudio mostra piloto do avião da Chape insistindo para pousar+ Chape mantém previsão de velório para sexta-feira, mas adia horário+ Falta de combustível exigido por lei pode ter causado "apagão súbito"+ Atlético Nacional lota estádio em apoio à Chape: "Uma nova família nasce"
+ #GraciasColombia: brasileiros agradecem solidariedade do Atlético Nacional 

- Não vai ter jogo. Já nos juntamos do que sobrou da comissão, jogadores, foi unânime, não vamos jogar. As inscrições acabaram, vão abrir uma exceção, rasgar o regulamento? Não tem clima. Como se comportariam árbitros e jogadores? Usaram até a palavra festa. Que festa é essa? Foi muito bom o Atlético-MG se antecipar e dizer que não vem a Chapecó. A CBF não manda nada nesse aspecto - disse Vitor Hugo.
No entanto, em entrevista ao "Seleção SporTV", o diretor de competições da CBF, Manoel Flores, explicou o motivo de a partida ter de ser, ao menos protocolarmente, realizada. Ele disse que a possibilidade de cancelar o jogo não está prevista no Regulamento Geral de Competições.
- O Atlético está justificando um possível não-comparecimento à partida. O WO, tratado no artigo 53, se caracteriza no não-comparecimento do clube à partida, acarretando a perda de três pontos e no placar de 3 a 0. A gente entende que é isso que o Atlético decidiu. Obviamente, todo o protocolo da partida precisa ser feito, para seguir a parte protocolar, técnica, podendo até haver um WO duplo. Mas não há dispositivo para o cancelamento da partida.
Diante da tragédia de Medellín, muitas especulações e manifestações de apoio surgiram. Irmão de Ronaldinho Gaúcho, Assis acenou com a possibilidade de ele defender a Chapecoense. Falaram em doações de clubes, empréstimos de jogadores. Por enquanto, o clube ignora qualquer preocupação com esses fatos.

- Temos que nos preocupar com as mães solteiras, com as crianças que precisam ter garantias até o fim da vida. Não queremos saber nem de ser campeão. Estamos nos blindando para que ninguém se aproveite desse momento - afirmou Vitor Hugo.
Com relação aos sobreviventes, ele ainda demonstra preocupação com o momento de contar a eles sobre a tragédia. Segundo Vitor Hugo, os sedativos vão começar a ser retirados e ainda não se sabe o procedimento para a volta deles ao Brasil.
- Estamos preocupados com o choque que eles vão ter quando souberem. Estão fora de perigo, em um hospital de primeira linha, mas ninguém controla a emoção. Eles precisam dos familiares lá com eles. Imagina que acordarão com um monte de gente falando espanhol. Não sabem o que aconteceu, se um, dois ou 10 morreram. Talvez o Neto tenha alguma noção, pois pediu ajuda. Mas é um momento difícil - explicou.
INFO - acidente avião chapecoense v3 (Foto: Editoria de Arte)

Nenhum comentário:

Postar um comentário