quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Lutadores de MMA anunciam criação de entidade para proteger atletas

Associação lançada por GSP, Velásquez, Kennedy, Dillashaw e Cerrone quer renegociação com o UFC e fatia maior - de 8% para 50% - destinada aos lutadores

Por Las Vegas, EUA
O MMA deu um passo importante, nesta quarta-feira, nos Estados Unidos. Os lutadores Georges St-PierreCain VelásquezDonald CerroneTim Kennedy e TJ Dillashaw - e o consultor Bjorn Rebney, ex-presidente do Bellator, anunciaram - através de uma conferência de imprensa pelo telefone - a criação da Mixed Martial Arts Athletes Association, entidade que visa a proteger e a buscas melhorias para os atletas da modalidade, especialmente, no UFC, principal evento do esporte no mundo. 
Lutadores na criação da MMAAA (Foto: reprodução/Twitter)Rebney, GSP, Cerrone, Dillashaw, Kennedy e Velásquez posam no anúncio da criação da MMAAA (Foto: reprodução/Twitter)


- Vamos mudar a forma como a indústria e o esporte são encarados hoje. Eu esperava que os lucros recordes que o MMA conseguiu fossem divididos com os lutadores. Eu teria assumido que se o UFC tivesse atingido o nível de sucesso que eles têm, os lutadores não seriam deixados para trás. A única coisa que a maioria dos lutadores podem ter certeza é que terão que lidar com as lesões das lutas no octógono. Estou orgulhoso por anunciar o lançamento oficial da Mixed Martial Arts Athletes Association (MMAAA) - declarou Tim Kennedy, peso-médio do Ultimate, garantindo que o órgão será 100% liderado pelos lutadores.

Ex-campeão dos meio-médio, Georges Saint Pierre, que declarou afastamento do esporte por tempo indeterminado, em 2013, afirmou que é o momento de a classe ser ouvida.

- Eu sou um dos raros lutadores que saiu saudável e rico. Não posso dizer o mesmo da maioria dos caras. Até mesmo o Conor McGregor não tem a divisão justa que deveria. Lutadores têm sido ameaçados ou intimidados. Há pessoas que se aproximaram de mim pela mesma situação, esta equipe é a mais sólida. É hora de sermos ouvidos e fazer as mudanças acontecerem. 
Na maioria dos esportes é 50/50 (promotores e atletas). Para nós, é cerca de 8%.- destacou o canadense, cujo renomado advogado Jim Quinn, foi contratado pela associação.

Um dos pesos-pesados mais conceituados do UFC, Cain Velásquez, ex-detentor do cinturão da categoria, chamou a atenção para a falta de planos da organização para os atletas que irão "pendurar as luvas".

- Eu passei por sete cirurgias desde 2008. Depois da minha luta, tenho a próxima cirurgia agendada. Não existe plano de saúde pós-aposentadoria. É para isso que estamos junidos agora, para melhorar as nossas vidas no futuro.

Ex-presidente do Bellator, Bjorn Rebney garante que seu foco, agora, é na Mixed Martial Arts Athletes Association e não em promover eventos.

- Os números confirmam a forma ultrajante e unilateral com a qual o UFC tratou os atletas. O MMA é um esporte perigoso. As conseqüências de ser um artista marcial, a curto ou longo prazo, são assustadoras. Apenas pura decência humana diz que os lutadores devem ser pagos de forma justa e cuidados a longo prazo. A CAA não está apoiando esse empreendimento. Está apoiando os atletas. O ano mais bem sucedido que já tive à frente do Bellator, paguei 53% da receita para lutadores. Vamos conseguir um acordo com o UFC para os ex-lutadores - declarou Rebney, que almeja uma renegociação coletiva com o UFC, para passar a receita aos lutadores de 8% para 50%.

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