Meninas fazem pedágio e ‘dormem com inimigas’ para jogar rúgbi em SP
Atletas do Recife bancam própria viagem e se hospedam na casa de adversárias para disputa da segunda etapa do Brasileiro da modalidade
Meninas da equipe Recife Rúgbi Club competem em São Paulo (Foto: Divulgação)
- Fizemos pedágio nos semáforos, mostrando o que era o rúgbi e pedindo ajuda. Também vendemos rifas e adesivos na praia. Como não podemos gastar com hotéis, dormimos na casa de meninas que conhecemos e são nossas adversárias no campeonato. Aí nunca falamos sobre rúgbi para não saberem nossas estratégias – contou Renata Barros de Sá, aos risos com as companheiras de time.Incluído no programa olímpico dos Jogos Rio 2016, o rúgbi ainda é um esporte amador no Brasil. Cerca de 10 mil pessoas praticam a modalidade no país e 5 mil atletas são federados. Pela dificuldade em arrumar patrocínios, não é raro encontrar um atleta que leva uma vida dupla, dedicando o tempo a um trabalho qualquer e ao rúgbi.
- Eu já fiz futsal e vôlei. Gostei do rúgbi depois de ver meu cunhado jogando e resolvi jogar também. Mas não vivo disso. Sou operadora de telemarketing – disse Gica Souza, outra atleta da equipe pernambucana.
Com os pedágios e rifas, o time do Recife arrecadou R$ 3 mil para a viagem até São Paulo. Além disso, cada atleta paga R$ 20 de mensalidade para ajudar a equipe. Quando retornarem para sua cidade, elas voltarão para o batente. Mas não aquele que tem trombadas ou arremessos de bola de formato oval.
- Vamos ter de trabalhar muito quando voltarmos. Parcelamos a viagem em várias vezes – afirmou Carmen Freire, atleta do Maceió que integrou a equipe pernambucana na disputa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário