domingo, 12 de dezembro de 2010

Rivaldo diz que confiança o deixou um ano sem salário no Uzbequistão

Apoio do pentacampeão mundial ao trabalho do presidente do Bunyodkor comprometeu temporada do meia no país. Clube também deve a Felipão

Por Mayra Siqueira Mogi Mirim, SP
rivaldo mogi mirim coletivaHoje no Mogi, Rivaldo revela que clube uzbeque lhe deve salários (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Depois de pouco mais de dois anos no Uzbequistão, defendendo o Bunyodkor, Rivaldo anunciou seu retorno ao Brasil via Twitter. Sem explicar os motivos de rescindir com a equipe internacional, o meia pentacampeão brasileiro assumiu integralmente as atividades da presidência do Mogi Mirim, clube do interior paulista, meses antes de revelar que, aos 38 anos, voltaria a disputar o Campeonato Paulista pelo time.
GALERIA DE FOTOS: Rivaldo, craque e cartola do Mogi Mirim
No país asiático, conquistou o bicampeonato nacional e ainda foi porta de entrada para outros brasileiros que chegaram a defender o clube. Enquanto vestiu a camisa do Bunyodkor, ainda reencontrou o técnico da conquista da Copa do Mundo de 2002, Luiz Felipe Scolari. Quatro meses depois do seu retorno ao solo de sua nação, o jogador e cartola revelou o que motivou sua saída daquele país.
Rivaldo, revela que deixou o Bunyodkor do UzbequistãoRivaldo revela no Twitter que deixou o Bunyodkor
(Foto: Reprodução / Twitter)
- Eu tinha contrato lá até 2011, mas era tudo muito difícil. A cultura, as maneiras, os campos, o próprio futebol, que estava ainda iniciando. Levei o Zico para lá e ele mesmo disse que já passou por aquilo, no Japão, em campos de terra e tal. E não quero ver ninguém reclamar dos campos daqui porque, se eu mostrar as fotos dos lugares onde treinei no Uzbequistão, vão ver como era difícil. Mas aconteceram alguns problemas. Muitos falam que o presidente do país deixou o clube sem nada. E eu tinha tanta confiança no presidente do clube que fiquei um ano sem receber, e até hoje o processo está na Fifa para ser resolvido. Não recebi nada. Eles não são culpados, eu acredito que não é coisa do presidente do clube. Confio nele. Mas é complicado, tinha gente sob minha responsabilidade lá, como o Denílson, João Vítor, Felipão, toda a família... - contou Rivaldo.
O atacante Denílson, que nunca atuou em uma equipe profissional no Brasil, mas que se destacou pelo Pohang Steelers, equipe coreana que chegou ao Mundial de Clubes de 2009, foi convidado por Rivaldo para também atuar no Mogi Mirim. Hoje o centroavante integra o elenco para o Paulistão 2011. Já Felipão, atualmente no Palmeiras, também não escapou ileso dos problemas internos do clube uzbeque. Ele deixou o país em maio.

- Felipão recebeu quase tudo. Estão devendo ainda uma pequena parte, mas acho que 85% foi pago - completou.
Rivaldo, no  Bunyodkor do UzbequistãoRivaldo no Bunyodkor, do Uzbequistão (Foto: AFP)
Depois de terem vivido um período no país sob as dificuldades culturais locais, técnico e meia se reencontraram na volta do jogador ao Brasil. Na época, especulou-se que Rivaldo voltaria a jogar pelo Palmeiras, clube que defendeu entre 94 e 96 e onde conquistou um título brasileiro, mas o atleta negou qualquer tipo de conversa com Felipão sobre o assunto.
- Conversei muito com o Felipão por e-mail, mas nunca houve um contato para que eu voltasse ao Palmeiras, nem da parte dele, nem minha. Sempre falávamos do Uzbequistão. Nunca houve convite. Eu fui no jogo contra o Vitória no Pacaembu, mas a imprensa ficou em cima de mim e não consegui nem ir falar com ele no vestiário - lembrou.

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