quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Mesmo com um a menos, Santos domina o São Paulo e goleia na Vila
Com nó tático de Claudinei em Muricy, Peixe envolve rival e constrói vitória tranquila que o mantém no sonho do G-4; Tricolor fica a perigo
 
 
A CRÔNICA
por Felipe Zito
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No retorno de Muricy Ramalho para a Vila Belmiro, quem brilhou foi o sucessor Claudinei Oliveira. Com uma defesa bem armada e um ataque rápido e mortal, o Santos não se intimidou nem com a superioridade númerica do rival desde o primeiro tempo e, com gols de Edu Dracena, Thiago Ribeiro e Léo, venceu o São Paulo por 3 a 0, na noite desta quarta-feira, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O triunfo, além de reaproximar o Alvinegro do G4 do torneio, deve servir para dar mais tranquilidade ao técnico Claudinei Oliveira. Pressionado por causa dos últimos tropeços, o comandante foi criticado publicamente por um dos membros do Comitê Gestor do clube, que afirmou que a equipe precisava de um técnico com T maiúsculo. A vitória no clássico, com V maiúsculo, recoloca o Peixe na briga por uma vaga na Libertadores do ano que vem - é o sexto com 36 pontos, cinco atrás do Atlético-PR, o 4º colocado.
No São Paulo, toda a empolgação por causa do retorno de Muricy Ramalho ao clube já dá lugar novamente para a preocupação. Com 27 pontos, a equipe, que agora soma três derrotas consecutivas, se manteve na 16ª posição e pode retornar à zona de rebaixamento nesta quinta-feira, caso o Vasco vença o Internacional, em Macaé (RJ).
Na próxima rodada, o São Paulo encara o Vitória no sábado, no Morumbi, às 21h (horário de Brasília). No domingo, às 18h30m, o Santos terá outro clássico paulista pela frente: enfrenta a Portuguesa, no Canindé.
Cícero jogo Santos e São Paulo (Foto: Lucas Baptista / Futura Press)Cícero e Wellington disputam jogada no meio de campo (Foto: Lucas Baptista / Futura Press)

À la Muricy, Peixe consegue vantagem
O clássico colocou frente a frente dois adversários que, apesar dos objetivos completamente distintos na tabela de classificação, precisavam de um resultado positivo para recuperar o prestígio abalado por recentes tropeços. Se o São Paulo entrou em campo novamente pressionado pela degola, o Santos vinha de cobranças internas ao trabalho do jovem técnico Claudinei Oliveira.
Com o gramado molhado, e o meio de campo congestionado, as duas equipes buscaram o jogo pelas laterais nos primeiros minutos. Aos oito, Luis Fabiano teve ótima chance para abrir o marcador. Após cruzamento da direita, o atacante completou de primeira e obrigou Aranha a fazer grande defesa.
Depois de tentar chegar ao gol em chutes de longa distância, com Willian José, Thiago Ribeiro e Cícero, o jovem Santos de Claudinei Oliveira usou uma tática bastante trabalhada por Muricy Ramalho para abrir vantagem: a bola parada. Em ritmo de treino, o Peixe se aproveitou da bagunçada defesa tricolor para pressionar e conseguir abrir o marcador. Após três lances idênticos, em cruzamentos de escanteio da esquerda, Edu Dracena ganhou de Paulo Miranda e subiu sozinho para desviar de Ceni.
O Santos continuou em cima. Em dois lances de contra-ataques, ambos puxados por Thiago Ribeiro, o Peixe perdeu grande chance de ampliar diante de um adversário praticamente entregue em campo. Mas um lance isolado mudou a história do jogo. Aos 42 minutos, Alison deu carrinho por trás em Douglas e acabou expulso pelo árbitro Ricardo Marques Ribeiro.
Com um a mais em campo, o Tricolor conseguiu fazer nos minutos finais o que pouco havia conseguido na primeira etapa: criar jogadas ofensivas. Após troca de passes, Rodrigo Caio dominou na entrada da grande área, passou pelo marcador e arriscou de pé esquerdo. Aranha espalmou e a bola sobrou livre para Douglas. Na pequena área, e em lance perfeito para o Inacreditável Futebol Clube, o lateral jogou por cima do gol.
Claudinei acerta defesa, e Cicinho resolve
Com um jogador a menos, o Santos voltou para o segundo tempo com postura mais defensiva. Formando duas linhas de quatro na defesa, o Alvinegro até deu campo para o São Paulo sair mais para o jogo, mas, com uma marcação eficiente na dupla Jadson e Ganso, praticamente não sofreu perigo. E, nos contra-ataques, conseguiu ser mortal.
Apostando na velocidade de Cicinho pela direita, o Peixe ampliou o marcador aos 14 minutos. O lateral avançou nas costas de Reinaldo e cruzou para a grande área. A bola passou por toda a defesa tricolor e encontrou Thiago Ribeiro na esquerda. O atacante deu toque de categoria de primeira com força suficiente para tirar de Rogério Ceni e fazer a alegria dos mais de sete mil alvinegros presentes na arquibancada da Vila.
Atrás no marcador, e precisando vencer para não se reaproximar da degola, Muricy Ramalho tentou mexer na estrutura da equipe. De uma vez só, sacou Osvaldo, que não marca desde fevereiro, e Edson Silva para as entradas de Lucas Evangelista e Aloísio. Mas a alteração não fez com que os meias conseguissem entrar na partida e levassem perigo ao bem postado sistema defensivo alvinegro.
Sem sofrer pressão, mesmo com um jogador a menos, o Santos controlou bem o clássico e deu seu último golpe nos minutos finais. Novamente com Cicinho pela direita, o ala foi até a linha de fundo e cruzou rasteiro para o meio da área. Léo apareceu como centroavante entre os defensores e desviou para o fundo do gol. Festa na Vila, gritos de "olé" e vitória com V maiúsculo para o currículo de Claudinei Oliveira.

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