sábado, 23 de novembro de 2013

'Fominha', Cezar Mutante revela: 'Se pudesse, lutaria uma vez por mês'

Atleta da Blackzilians diz que gostaria que sua próxima luta fosse com um americano no Brasil e espera uma vitória de Anderson Silva sobre Weidman

Por Rio de Janeiro
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Duas semanas após sua vitória no "UFC: Belfort x Henderson", em Goiânia, contra Daniel Sarafian, o peso-médio e vencedor do TUF Brasil 1, Cezar Mutante, conversou com o Combate.com no Centro de Treinamento de Vitor Belfort, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro sobre a "final que não aconteceu", suas impressões sobre o equilíbrio apresentado pela categoria até 84kg no ano de 2013 e seu futuro na organização. Mesmo ainda se recuperando de uma cirurgia para correção de desvio de septo nasal, o paulista se revelou um verdadeiro "fominha", ao afirmar que entraria uma vez por mês no octógono do Ultimate, caso fosse permitido.
- Se pudesse, eu lutaria uma vez por mês (risos). Mas a Comissão não permite. Mas quero lutar o quanto eu puder lutar, para realizar meu objetivo de chegar ao Top 10 em 2014. Apesar de ainda não ter ninguém e nenhuma conversa sobre possível adversário, eu gostaria de lutar no início de 2014, quem sabe em fevereiro ou março - disse Cezar Mutante.
Cézar Mutante UFC (Foto: Rodrigo Malinverni)Com duas lutas em 2013, Cezar Mutante afirma que gostaria de lutar uma vez por mês, se fosse permitido  (Foto: Rodrigo Malinverni) 
A ansiedade em mostrar serviço é justificável. No Ultimate, Mutante fez três lutas, sendo a primeira na final do TUF Brasil 1, quando venceu Serginho Moraes por decisão unânime dos juízes e duas vezes em 2013: ao finalizar Thiago Marreta, em agosto, no UFC 163 e mais recentemente, dia 9 de novembro, em Goiânia, quando venceu Daniel Sarafian por decisão dividida, naquela que ficou conhecida como a luta "da final que não aconteceu", já que os dois deveriam ter se enfrentado ainda no ano passado para saber quem seria o vencedor da primeira edição do reality show no Brasil, mas que não ocorreu por lesão de Sarafian.
Em todo o caso, o esperado duelo contra o companheiro de confinamento não saiu como o esperado. Nem para Cezar Mutante e tão pouco para o público presente no Goiânia Arena, que chegou a vaiar os lutadores ainda dentro do octógono. Sobre a atitude pouco amistosa dos fãs, o peso-médio foi político e disse entender a reação da torcida, que esperava um combate mais aberto, principalmente, por parte dele.
- Eu entendo a reação deles porque eles me acompanharam na casa do TUF e sabem que meu estilo é de ir para cima na busca por uma finalização ou um nocaute. E essa foi minha intenção desde o início, mas tive que mudar a estratégia quando percebi que o Sarafian estava muito bem preparado e, como conhecedor do meu estilo, estava bloqueando bem meus golpes e minhas iniciativas. Então, precisei fazer uma luta mais tática e não tão aberta. Ele me surpreendeu ao vir com tudo logo de início e eu o surpreendi com meu jogo de quedas. Ele não esperava que eu fosse jogá-lo para o chão com tanta facilidade. Mas, no final, após minha declaração ainda no octógono sobre minha amizade com o Daniel, eles já trocaram as vaias pelos aplausos - comentou o lutador.
Precisei fazer uma luta mais tática e não tão aberta. Ele (Daniel Sarafian) me surpreendeu ao vir com tudo logo de início e eu o surpreendi com meu jogo de quedas. Ele não esperava que eu fosse jogá-lo para o chão com tanta facilidade"
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Apesar da amizade citada por Cezar Mutante, o relacionamento ficou abalado após as declarações de Sarafian na semana anterior ao combate, em que afirmou torcer para Vitor Belfort perder para Dan Henderson, já que teria influenciado o UFC a casar o confronto. Segundo o peso-médio, apesar de não ter se aprofundado no assunto, as críticas de Daniel Sarafian foram exageradas.
- Não li muito sobre o que ele disse porque estava concentrado na luta, que era muito importante para mim. Mas não acredito que algum lutador tenho o poder de influenciar os responsáveis por casar as lutas no UFC. Nem o Vitor Belfort, que está a tanto tempo na organização e tem prestígio, teria essa capacidade de influenciar em decisões muito maiores - falou Mutante.
Sobre seu relacionamento de amizade e profissionalismo com Vitor Belfort, Cezar Mutante mostra toda sua gratidão e satisfação por poder fazer parte da equipe do próximo desafiante ao título dos pesos-médios. Mesmo afirmando que o carioca faz parte de sua família, Mutante não se esquece dos momentos onde ainda via o lutador como um "ídolo de infância".
- Considero o Vitor hoje como parte da minha família. É meu amigo, companheiro de treino e, antes de tudo, meu ídolo de infância. Quando era criança, gostava de ter o corte de cabelo igual ao dele, que na época já dispontava como um fenômeno no UFC. Além disso, sou muito grato por ter me dado a oportunidade de treinar com ele ainda quando eu só tinha conhecimento de capoeira. Ele acreditou em mim, viu que eu tinha potencial e por isso, eu só consigo ver coisas boas em ter minha imagem associada à de um grande campeão como ele -  afirmou Cezar Mutante.
Vitor Belfort e Cezar Mutante, no UFC: Belfort x Henderson (Foto: Rodrigo Malinverni)Cezar Mutante tem Vitor Belfort como ídolo no MMA (Foto: Rodrigo Malinverni)
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Com seu jeito sereno e tranquilo, Mutante não vê com bons olhos lutadores, como Chael Sonnen, que passam do ponto na provocação para promover um combate. Afirma que não tem muito contato com Dana White nos bastidores do UFC, mas elogia chefão.
- Eu tive poucas vezes com Dana White, em poucos eventos, e acaba que o contato fica mesmo só através de empresário. Mas ele é um cara respeitoso, que conversa com todo mundo. Bacana mesmo - elogia.
Aos 28 anos, Cezar Mutante tem um cartel de sete vitórias e duas derrotas como profissional de MMA. No UFC, foi escalado em três oportunidades contra brasileiros, em território nacional. Para 2014, o peso-médio deseja enfrentar um lutador estrangeiro, de preferência americano e no Brasil. Atleta que disputa uma das categorias mais equilibradas da atualidade, Mutante sabe que não tem muito o que escolher para continuar atingindo objetivos: agora, de entrar no Top 10 da divisão até 84kg.
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Cezar Mutante, Vitor Belfort, Eddie Alvarez e Rashad Evans MMA (Foto: Arquivo Pessoal)Acostumado a treinar com estrangeiros como Eddie Alvarez e Rashad Evans na Blackzilians, nos Estados Unidos, Cezar Mutante diz que gostaria de enfrentar um americano no Brasil (Foto: Arquivo Pessoal)
- Gostaria de enfrentar um estrangeiro, de preferência americano, no Brasil. Já tive três oportunidades aqui, mas foram contra brasileiros também. Agora, gostaria de ter a torcida toda a meu favor. Mas o fato é que sou um empregado do UFC e luto contra quem eles quiserem. Sei que a categoria está bem disputada e é uma das mais difíceis que têm. Porém, isso me motiva mais, me dá mais vontade de treinar porque eu sei que vou ter que lutar contra os melhores. Para chegar ao Top 10, eu vou ter que passar pelos melhores - disse Cezar Mutante.
Sobre a luta mais esperada para esse final de ano, Cezar Mutante não esconde sua torcida para o brasileiro Anderson Silva contra o campeão peso-médio, Chris Weidman. E o motivo não se resume à nacionalidade do Spider. 
- Vou torcer para o Anderson Silva trazer esse cinturão de novo para o Brasil. Então aí, quem sabe, não teremos uma nova 'luta do século' entre o Anderson Silva e o Vitor Belfort? - imaginou Cezar Mutante.

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