sábado, 5 de julho de 2014

Lais, sobre Neymar: "Poderia ter sido pior, como foi o meu. Precisa ser forte"

Em entrevista ao "Caldeirão do Huck", esquiadora diz: "Estou me sentindo melhor. Eu tenho feito fisioterapia todos os dias e acredito muito que posso voltar a ficar ativa"

Por Rio de Janeiro
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Lais Sousa (Foto: David Abramvezt)Lais Sousa durante passeio em Miami, com a fisioterapeuta e amigas (Foto: David Abramvezt)
Após quase cinco meses internada em hospitais nos Estados Unidos por conta de um grave acidente de esqui, Lais Souza tem realizado uma série de tratamentos experimentais para recuperar os movimentos do corpo. A esquiadora, que fraturou a terceira vértebra da coluna cervical ao se chocar com uma árvore, se impressionou ao ver Neymar deixando o campo de maca. Em uma partida válida pelas quartas de final da Copa do Mundo, o craque da Seleçao Brasileira sofreu uma joelhada, por trás, do colombiano Zuniga e ficou fora do Mundial. O tempo de recuperação da lesão do camisa 10 é de quatro e seis semanas. O atacante sofreu uma fratura na terceira vértebra lombar, mas não precisará ser submetido a cirurgia.
Direto de seu apartamento em Miami, onde segue o seu tratamento, a ex-ginasta participou do programa "Caldeirão do Huck" e manifestou o seu apoio ao jogador. Neste sábado, Neymar deixou a concentração da Seleção na Granja Comary, em Teresópolis (RJ) e foi para a casa de sua família no Guarujá, no litoral de São Paulo, para se recuperar física e emocionalmente.
Você ter uma lesão no meio do campeonato, no esforço, no auge, é complicado. É legal pensar que poderia ter sido pior, como foi o meu acidente. Ele precisa ser forte, ter paciência, provavelmente ele vai sentir dor. Mas ele é menino, é um molecão. Já, já, ele vai estar bem"
Lais Souza
- Quando eu vi o acidente do Neymar, me assustei. Eu tenho certeza que ele treinou muito. Você ter uma lesão no meio do campeonato, no esforço, no auge, é complicado. É legal pensar que poderia ter sido pior, como foi o meu acidente. Ele precisa ser forte, ter paciência, provavelmente ele vai sentir muita dor. Mas ele é menino, é um molecão. Já, já, ele vai estar bem - disse Lais.
A esquiadora conta que o seu processo de recuperação é longo, mas, por ser uma atleta, tem acesso ao que há de mais moderno na medicina em casos de paralisia. Ela foi escolhida para ser umas das primeiras pacientes a receber células-tronco e células de Schwann através do Miami Project, associação ligada ao hospital Jackson Memorial e parte da Universidade de Miami.
- Estou me recuperando, um dia após o outro. Muita coisa acontecendo comigo e com o meu corpo - revelou a ex-ginasta.
lais souza Park City estados unidos inverno esqui (Foto: Reprodução/Facebook)Lais sofreu um grave acidente de esqui quando treinava nos EUA para Jogos de Inverno (Foto: Reprodução/Facebook)
Após travar uma batalha pela vida e de ter ficado tetraplégica, Lais vive ao lado da mãe, Odete, em um apartamento bancado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em Miami, onde busca de reabilitação. Apesar de não saber se voltará a andar, a ex-ginasta se sente cada vez melhor.
- Estou me sentindo bem melhor. Eu sinto um pouco de dor, todos os dias, incômodo. A minha família e meus amigos estão me ajudando muito. Eu tenho feito fisioterapia todos os dias para fortalecer o que eu tenho de movimento. Eu acredito muito que posso ficar ativa novamente, me movimentar. Enquanto isso, tenho que ter paciência - acrescentou.
O acidente de Lais aconteceu no dia 27 de janeiro, quando a esquiadora se preparava para as Olimpíadas de Inverno de Sochi. Ela descia a pista de esqui de Salt Lake City, nos Estados Unidos, e se chocou com uma árvore. Desde a queda, estava internada no Jackson Memorial Hospital. Passou pela fase crítica, voltou a respirar e se alimentar sem a ajuda de aparelhos, a mostrar sensibilidade em várias partes do corpo e a movimentar o braço direito. A esquiadora vem sendo submetida a tratamentos experimentais e tem respondido bem aos estímulos.
Lais foi escolhida para ser umas das primeiras pacientes com paralisia a receber tratamentos com células-tronco e células de Schwann através do Miami Project, associação ligada ao hospital Jackson Memorial e parte da Universidade de Miami, que busca a cura da paralisia. A injeção dessas células na medula poderia ajudar no processo de recuperação de algum tipo de movimento da esquiadora e ex-ginasta, que sonha em voltar a andar e dar os seus "pulinhos".

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