domingo, 15 de fevereiro de 2015

Protagonista pelos dois rivais, Danilo 



tenta decidir Majestoso histórico

Marcado no duelo entre São Paulo e Corinthians jogando pelos dois clubes, meio-campista tenta ser diferencial do Timão pela Taça Libertadores

Por São Paulo
Danilo Gabriel de Andrade parece ter nascido destinado a decidir. São 35 anos de idade, quatro clubes no currículo e uma quantidade impressionante de títulos. Você se lembra de algum jogador que tenha conquistado estadual, Campeonato Brasileiro, Taça Libertadores da América e Mundial de Clubes por dois clubes? Pois o meio-campista, conhecido pela simplicidade e por um discurso completamente desprovido de vaidade, fez isso. Por São Paulo e Corinthians, protagonistas de um clássico histórico, nesta quarta-feira, às 22h (horário de Brasília), na arena de Itaquera. Pela primeira vez, os rivais estarão frente a frente em um jogo válido pela principal competição do continente.
Em 2004, o São Paulo voltou à Libertadores após 10 anos. A última vez havia sido em 1994, quando o time perdeu a chance do tricampeonato ao ser batido pelo Vélez Sarsfield, nos pênaltis. Para reforçar a equipe tricolor, diversos nomes chegaram: Cicinho, Fabão, Rodrigo, Vélber, Grafite... Mas ninguém que ganharia tantos títulos quanto Danilo. 
Os trejeitos de caipira e o estilo completamente distinto dos “boleiros”, com frases simples e sempre sinceras, eram as marcas de um jogador que seria peça-chave do São Paulo de 2004 a 2006. Com a camisa tricolor, ele começaria a escrever história em um dos maiores clássicos do país: o Majestoso. 
Danilo com a esposa Miriam (Foto: Rodrigo Faber)Danilo, ao lado da esposa, Miriam, fala sobre sua fama de craque das decisões (Foto: Rodrigo Faber)
A semifinal da Libertadores de 2005 foi o maior exemplo do poder decisivo de Danilo: ele abriu o placar contra o River Plate tanto no jogo de ida quanto no jogo de volta: 2 a 0 no Morumbi e 3 a 2 em Buenos Aires. Ali, iniciou o caminho de conquistas do Tricolor, que se seguiria com o Mundial do mesmo ano, além de três Brasileiros consecutivos, entre 2006 e 2008. A frieza utilizada para comentar os próprios feitos dá a impressão de que tudo aconteceu naturalmente e sem dificuldades.
– Eu não fico nervoso. Estou a vida toda no futebol, já passei por esses momentos várias vezes. É lógico que a gente pensa e lembra, mas eu sempre fui assim. Procuro ficar tranquilo e esquecer o jogo. Nesses momentos decisivos você precisa estar com o psicológico bom. Se for por mim, nem comento do jogo. As pessoas falam comigo, mas eu procuro nem pensar em nada – afirmou, em entrevista ao GloboEsporte.com. 
Montagem Danilo, 2005 2015 (Foto: Montagem sobre foto da Reuters)Danilo em ação pelos dois times: trajetórias vitoriosas
(Foto: Montagem sobre foto da Reuters)
Contra o Corinthians, especificamente, marcou na goleada por 5 a 1 conquistada pelo São Paulo, em maio de 2005, e outras três vezes. Foi quando surgiu o apelido de “Zidanilo” – em alusão ao ídolo francês Zinedine Zidane, característico pela calma e classe para concluir as próprias jogadas.
Após uma passagem (também vitoriosa) pelo Kashima Antlers, do Japão, Danilo foi contratado pelo Corinthians. À época, o Timão venceu uma disputa com Grêmio e justamente com o São Paulo. Mal sabia o Tricolor o que estava por vir nos anos seguintes, nas vezes em que jogador e ex-clube se encontraram. Paulista, Brasileiro, Recopa... A rede de Rogério Ceni, ex-companheiro de elenco, seria balançada de diversas formas. 
– Não tem nada de diferente. É um clássico, a rivalidade é muito grande, principalmente nos últimos anos. Essa gozação fica para o lado do torcedor. O jogo envolve muitas coisas, minha história lá no São Paulo é muito bonita, mas para mim não tem nada de especial. Faço as mesmas coisas que faço contra times menores. As coisas dão certo em jogos assim, nos clássicos, grandes jogos.  
Foi o primeiro título (da Libertadores) na história do clube. Pelo resto da vida vai estar meu nome ali. É uma coisa que ninguém nunca vai tirar. O gol contra o Santos foi o que o nos deu a classificação. Podíamos ir para os pênaltis, até perder a vaga ali. Mas Deus me iluminou
Danilo
A goleada aplicada pelo São Paulo sobre o Corinthians? Danilo fez o caminho inverso. Marcou nos  5 a 0 do Timão sobre o Tricolor, em 2011. Os títulos? Participou de todos como protagonista. Na semifinal da Libertadores conquistada pelo Alvinegro, voltou a brilhar, como havia feito sete anos antes: marcou o gol do empate por 1 a 1 com o Santos, no Pacaembu, que colocou o clube do Parque São Jorge na final da principal competição do continente pela primeira vez na história. Esse gol, aliás, Danilo considera o mais importante de sua carreira. 
– Foi o primeiro título (da Libertadores) na história do clube. Pelo resto da vida vai estar meu nome ali. É uma coisa que ninguém nunca vai tirar. O gol contra o Santos foi o que o nos deu a classificação. Podíamos ir para os pênaltis, até perder a vaga ali. Mas Deus me iluminou. 
A seriedade dá lugar a um sorriso no rosto de Danilo quando lhe é perguntado se, afinal, ele tem algum segredo que o faz crescer em jogos importantes. 

– Olha... (pausa) Acho que sim, viu. Na vida não é só talento, não. Você tem de ter sorte também. Eu tenho sempre estado no lugar certo e na hora certa.
DANILO NO MAJESTOSO

PELO SÃO PAULO (7 jogos - 4 vitórias, 3 empates) - 3 gols

15 de fevereiro de 2004 - São Paulo 1 x 0 Corinthians
19 de setembro de 2004 - Corinthians 0 x 0 São Paulo
27 de fevereiro de 2005 - São Paulo 1 x 0 Corinthians (1 gol)
8 de maio de 2005 - Corinthians 1 x 5 São Paulo (1 gol)
24 de outubro de 2005 - São Paulo 1 x 1 Corinthians
12 de março de 2006 - Corinthians 1 x 2 São Paulo (1 gol)
10 de setembro de 2006 - São Paulo 0 x 0 Corinthians

PELO CORINTHIANS (16 jogos - 7 vitórias, 5 empates, 4 derrotas) - 5 gols

28 de março de 2010 - Corinthians 4 x 3 São Paulo (1 gol)
27 de março de 2011 - São Paulo 2 x 1 Corinthians
26 de junho de 2011 - Corinthians 5 x 1 São Paulo (1 gol)
21 de setembro de 2011 - São Paulo 0 x 0 Corinthians
12 de fevereiro de 2012 - Corinthians 1 x 0 São Paulo (1 gol)
26 de agosto de 2012 - Corinthians 1 x 2 São Paulo
2 de dezembro de 2012 - São Paulo 3 x 1 Corinthians
31 de março de 2013 -  São Paulo 1 x 2 Corinthians (1 gol)
5 de maio de 2013 - São Paulo 0 x 0 Corinthians
3 de julho de 2013 - São Paulo 1 x 2 Corinthians
17 de julho de 2013 - Corinthians 2 x 0 São Paulo (1 gol)
28 de julho de 2013 - Corinthians 0 x 0 São Paulo
13 de outubro de 2013 - São Paulo 0 x 0 Corinthians
9 de março de 2014 - Corinthians 2 x 3 São Paulo
11 de maio de 2014 - São Paulo 1 x 1 Corinthians
21 de setembro de 2014 - Corinthians 3 x 2 São Paulo

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