terça-feira, 3 de março de 2015

Dedé diz que Barão sentiu pressão na última luta e garante vitória contra TJ

Treinador da Nova União acredita que fato de lutar no Brasil vindo de derrota atrapalhou seu pupilo, mas garante que cabeça do atleta está boa para a revanche

Por Rio de Janeiro
Quando Renan Barão pisou no octógono do Ultimate pela última vez, em sua primeira atuação após perder o cinturão dos pesos-galos (até 61kg) da organização, era esperada uma vitória fácil contra Mitch Gagnon, 15º do ranking da divisão, no UFC Barueri. Para surpresa de muitos, o canadense complicou a vida do ex-campeão, especialmente no segundo round, mas acabou finalizado com um katagatame no terceiro assalto. A performance do brasileiro recebeu algumas críticas e, para o líder da Nova União, Dedé Pederneiras, a pressão por lutar vindo de derrota e em seu país acabou atrapalhando um pouco o pupilo.
Nada que preocupe o treinador para a revanche contra TJ Dillashaw, que acontecerá no dia 25 de abril, em Montreal (CAN), no UFC 186. Dedé disse, em entrevista ao Combate.com, ter "certeza que o resultado será diferente desta vez", garantiu que a pressão não irá atrapalhar Barão, mas admitiu que o brasileiro precisa soltar mais o jogo contra o campeão.
Renan Barão - Dedé Pederneiras - UFC (Foto: Divulgação/UFC/Inovafoto)Dedé Pederneiras mostrou confiança no pupilo para revanche com Dillashaw (Foto: Divulgação/UFC/Inovafoto)
Confira a entrevista:
Combate.com: Como está o Renan Barão para a revanche com o TJ Dillashaw?
Dedé Pederneiras: Renan está super bem de cabeça, pronto para pegar o cinturão dele de volta. Vamos mudar algumas coisas, não muito em termos de treinamento. De estratégia vamos mudar para não entrar com o mesmo jogo da última vez. Se aquele primeiro soco não tivesse entrado, a luta teria sido outra. É esperar para ver como vai ser. Temos certeza que o resultado será diferente desta vez. Na primeira luta, com certeza foi uma surpresa a atuação do TJ naquele nível.
Renan Barão finaliza Gagnon no UFC Barueri (Foto: Marcos Ribolli)Renan Barão finalizou Mitch Gagnon no UFC Barueri, em dezembro (Foto: Marcos Ribolli)
Qual a análise que você faz da última luta do Barão, quando venceu o Mitch Gagnon?
O Barão veio de uma derrota e lutou no Brasil, que é uma pressão muito grande. Ele jogou para não errar. O pessoal fala que não gostou da luta dele, mas eu sentei com ele e falei para analisar: no primeiro round, ele deu knockdown e teve chance de terminar. No segundo, o Gagnon travou ele na grade e não o deixou fazer nada. No terceiro, teve a chance de finalizar e pegou. Não sei o que o público espera de um atleta que foi bem sucedido no dia de luta. Se pegarmos os três rounds, ele dá knockdown no primeiro, no segundo é travado e no terceiro finaliza. Não consigo entender o que o pessoal espera.
Não acha que essa cobrança é pelo fato de que esperavam uma vitória mais rápida contra um adversário que era o 15º do ranking dos galos na época?
Ranqueamento é uma coisa bem subjetiva. O próprio TJ Dillashaw não estava bem ranqueado quando lutou com o Barão e ganhou. É difícil falar pelo ranking, vai mais pelo adversário do que pelo ranking. O Barão, quando disputou o título interino, não estava na posição de disputar, mas foi lá e ganhou do Faber. Quando o cara está bem treinado não vale muito o ranking. O dia faz muita diferença.
A pressão do TJ é superada pela motivação que ele está de devolver a surra que ele tomou. Ele vai estar muito menos pressionado porque vai pegar o campeão e todo mundo espera que o campeão vá vencer. Ele está entrando como azarão, então isso dá uma relaxada. Não te obriga a fazer milagres. Se ganhar por uma vírgula, vai ser o campeão.
Dedé Pederneiras
 Mas acredita que ele lutou da mesma forma que lutou nas outras vitórias que teve no UFC?
Não foi como das outras vezes. Teve a pressão de lutar no Brasil e a posição de ter vindo de derrota naquela situação, que aí vou até de encontro ao que o pessoal pensa. Quando você pega o 15º do ranking, você se coloca em uma pressão muito maior de ter que ganhar bem do que se pegar o primeiro, que todos sabem que é duro. Te obriga a render mais contra o 15º. Se você rende daquela forma que ele rendeu contra o primeiro da divisão, iam achar que o Barão era o cara. Como foi com o 15º, já não acharam que foi isso. São visões diferentes do dia da luta.
Você disse de certa forma que ele sentiu a pressão de lutar no Brasil e vindo de derrota. Que pressão é maior? Essa ou a de enfrentar o adversário que o tirou do topo da divisão?
São duas pressões diferentes. A pressão do TJ é superada pela motivação que ele está de devolver a surra que ele tomou. Ele vai estar muito menos pressionado porque vai pegar o campeão e todo mundo espera que o campeão vá vencer. Ele está entrando como azarão, então isso dá uma relaxada. Não te obriga a fazer milagres. Se ganhar por uma vírgula, vai ser o campeão. Mas, para a gente, não faz diferença chegar como azarão ou favorito.
Uma atuação do mesmo nível da que teve contra o Gagnon é suficiente para recuperar o cinturão?
São jogos diferentes. Não dá para saber. Ele vai ter que se soltar mais para o dia da luta contra o TJ Dillashaw com certeza.
renan barao x tj dillashaw ufc (Foto: Evelyn Rodrigues)Renan Barão e TJ Dillashaw se enfrentam no dia 25 de abril (Foto: Evelyn Rodrigues)
UFC 186
25 de abril, em Montreal (CAN)
CARD DO EVENTO (até agora):
Peso-galo: TJ Dillashaw x Renan Barão
Peso-mosca: Demetrious Johnson x Kyoji Horiguchi
Peso-meio-pesado: Quinton "Rampage" Jackson x Fábio Maldonado
Peso-médio: Michael Bisping x C.B. Dollaway
Peso-galo: Thomas Almeida x Yves Jabouin
CARD PRELIMINAR
Peso-meio-médio: Patrick Cote x Joe Riggs
Peso-galo: Alexis Davis x Sarah Kaufman
Peso-leve: Bryan Barbarena x Chad Laprise
Peso-leve: Abel Trujillo x John Makdessi
Peso-leve: Olivier Aubin Mercier x David Michaud
Peso-meio-médio: Nordine Taleb x Cláudio Mineiro
Peso-galo: Valerie Letourneau x Jessica Rakoczy

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