terça-feira, 3 de março de 2015

Jucão pensou na família de Muñoz 
ao evitar comemoração: "Respeito"

Brasileiro "apagou" adversário no primeiro round da luta, no UFC 184, sábado, em
Los Angeles, mas preferiu festejar discretamente a vitória em sua volta à organização

Por Rio de Janeiro
Mark Munoz x Roan Carneiro ufc 184 (Foto: Getty Images)Mark Muãoz se esforça, mas não evita a finalização do brasileiro (Foto: Getty Images)
Longe do Ultimate há quase sete anos, Roan Jucão teve uma reestreia de gala no último sábado, no UFC 184, em Los Angeles, Estados Unidos. Aos 36 anos, o brasileiro finalizou Mark Muñoz em apenas 1min40s de luta e mostrou que possui os predicados necessários para estar na organização.

Apesar da vitória acachapante, Jucão demorou a comemorar. Deu atenção ao oponente, foi cumprimentá-lo e evitou festejar de maneira efusiva. Em entrevista ao Combate.com, o atleta explicou o gesto e reforçou o respeito que tem pelo adversário.

- Eu não o conhecia pessoalmente. Muitas pessoas próximas a mim, porém, o conheciam. Acompanho a carreira dele. É um cara que dá palestra para crianças, é uma pessoa legal. Na noite anterior, eu o encontrei no mesmo andar que eu estava no hotel. Ele estava com a família toda: mãe, pai, filhos, primos, muita gente. Na hora que eu peguei no estrangulamento e ele dormiu, achei que não seria o momento ideal para comemorar, o filho dele poderia estar vendo, a mãe... Tenho muito respeito pelo atleta, é um ótimo lutador e o respeito bastante.

O resultado pode ter pego muitos fãs de surpresa. Jucão, ciente do quanto trabalha diariamente na academia, enxerga de outra forma. Para ele, que venceu três lutas em uma mesma noite para conquistar o cinturão do BattleGrounds MMA, a recompensa por tanta dedicação está ligada a sua volta ao Ultimate e ao triunfo de sábado. 
Roan Carneiro, Pesagem UFC 184 (Foto: Evelyn Rodrigues)Lutador, que atuou pelo peso-médio, não sabe se irá seguir nesta categoria (Foto: Evelyn Rodrigues)


- Melhor, impossível. Eu vinha trabalhando por esse momento e, cedo ou tarde, aconteceria. Treino atletas do UFC e, ao mesmo tempo, vinha atuando em outras organizações, com boas apresentações. Fiquei amarradão. Quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho. Da forma com a qual eu vinha treinando, sabia que alguma coisa boa aconteceria. E aconteceu. É o resultado de um trabalho, não foi repentino. Eu estava muito bem em pé, o Katel Kubis me treinou muito. Estava preparado para trocar e, se fosse para o chão, que eu caísse por cima para finalizar. Foi o que aconteceu: vi a brecha, entrei com dois jabs e um direto. Quando ele abaixou, poucas pessoas viram, mas meu joelho foi de encontro à cabeça dele. Eu senti o corpo dele mole no meu braço e, quando ele caiu por baixo, vi que era o meu momento. Ele deu o giro, e eu finalizei - comentou Jucão, revelando que recebeu parabéns de Dana White, presidente da entidade.

Sem saber se irá descer ao peso-meio-médio, Jucão, que sonha em lutar em uma edição do UFC no Brasil, promete curar pequenas lesões nas próxima semanas antes de pensar no futuro. A única certeza é que seu feito ganhou importância e visibilidade em função do nome expressivo de seu adversário.

- Ele era o número 13 do ranking. Só tem derrotas para caras como Chris Weidman, Lyoto Machida... Ele venceu o Demian Maia, o Tim Boestch, e outros nomes. Verei como as coisas irão se desenrolar. Vou tomar conta das minhas lesões e retomar meus treinamentos para chegar às cabeças - prometeu.

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