terça-feira, 3 de março de 2015

Léo Moura se emociona e elege PV

 


como sucessor na vaga de ídolo



Lateral ainda quer fazer um jogo pelo Fla após cumprir contrato nos EUA e descarta ser treinador ao se aposentar: "Tem que aturar Léo Moura, Love, Adriano, imagina..."

Por Rio de Janeiro

Leonardo Moura realizou na tarde desta terça-feira seu penúltimo treinamento pelo Flamengo. O último será na manhã desta quarta, horas antes de entrar em campo, às 22h, no Maracanã, para se despedir do torcedor rubro-negro em amistoso contra o Nacional-URU. Foram dez anos de Gávea, muitos títulos, a sensação de dever cumprido e a aposta em Paulo Victor como seu sucessor.
- Minha imagem é positiva, saio com imagem de vencedor. Agora é torcer pelos meus companheiros, para continuarem deixando um legado de títulos - disse o lateral-direito, que chegou em 2005 ao Flamengo, venceu cinco estaduais (2007, 08, 09, 11, 14) duas Copas do Brasil (2006 e 13) e um Brasileirão (2009).

Léo Moura, Coletiva Flamengo (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)Léo Moura enxuga as lágrimas durante a entrevista coletiva (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
Foi difícil para o lateral-direito, que acertou contrato por três anos para defender o Fort Lauderdale Strikers, dos EUA, segurar a emoção. O jogador não segurou as lágrimas ao falar sobre seu período no Flamengo e respondeu a muitas perguntas com a voz embargada.
Faltou só o título da Libertadores, ter ido ao Mundial. Tive a oportunidade, mas não chegamos"
Léo Moura
- Estou emocionado. São 10 anos. Não imaginava que essa última entrevista fosse acontecer tão rápido. Estou triste por um lado, por deixar o Flamengo, mas estou indo para um novo objetivo que pedi a Deus. Joguei no maior clube do Brasil. Cheguei à seleção brasileira por aqui - disse Léo Moura, que sonha em, daqui a três anos, fazer mais um jogo pelo Rubro-Negro.
O lateral ainda mostrou personalidade e não fugiu ao ser questionado em quem poderá assumir a função de líder do time nos próximos anos.
- O cara que acho que tem esse carisma é o Paulo. Tem totais condições de pegar essa lacuna de ídolo. Está no clube há muito tempo também, conhece o Flamengo, o torcedor gosta dele.
Leia outros tópicos da entrevista coletiva:

Imagem que deixa:
- Minha imagem é positiva, saio com imagem de vencedor. Agora é torcer pelos meus companheiros, para continuarem deixando um legado de títulos.
Quando parar, pode exercer outra função no Flamengo?
- Ainda não pensei nisso, é um pouco cedo para isso. Já deixei claro que não quero ser treinador em hipótese alguma. Ter que aturar Léo Moura, Vagner Love, Adriano, imagina... Mas para o futuro não sei o que Deus tem preparado. De repente como comentarista, gosto de estar observando. Quero estar ligado ao futebol.
Substitutos nas vagas de capitão e de ídolo da torcida:
- Sei que isso não é fácil, conquistar esse posto de ídolo. Como capitão tem várias lideranças ali, Alecsandro, Wallace, Paulo Victor. E o cara que acho que tem esse carisma é o Paulo. Tem totais condições de pegar essa lacuna de ídolo. Está no clube há muito tempo também, conhece o Flamengo, o torcedor gosta dele. Acho que ele é um dos principais cotados.
Léo Moura, Coletiva Flamengo (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)Léo Moura bastante emocionado na véspera de seu adeus ao Flamengo (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Sentimento:
- O coração fica triste, chora, porque aqui vivi meus melhores momentos profissionalmente. Aqui também abriu uma porta que sempre busquei. Fico triste por um lado, por deixar o Flamengo, clube que eu amo. Tenho carinho e paixão enormes. Mas vou para um objetivo que busquei e pedi a Deus.

Filme:
- Realizei um sonho aqui, de ter jogado no maior clube do Brasil e ter conquistado meus principais títulos, ter chegado à seleção brasileiro por aqui. É esse filme que passa na minha cabeça e que vou carregar para o resto da vida como uma passagem muito vitoriosa.
Estou indo para um novo desafio de três anos e espero que, ao final do contrato lá, eu possa pelo menos fazer um jogo com a camisa do Flamengo"
Léo Moura
O que mudou desde aquela foto com Zico, quando criança?
- Vou continuar sendo mascote do Flamengo. Sou torcedor. Mesmo de longe vou estar torcendo para a equipe. Quero vir buscar minha medalha de campeão, tenho certeza que esse grupo vai me dar esse presente. E a sensação é de dever cumprido. Peguei o Flamengo na Primeira Divisão e estou entregando na Primeira. Saio de cabeça erguida.

O que faltou?
- Faltou só o título da Libertadores, ter ido ao Mundial. Tive a oportunidade, mas não chegamos. É a única coisa que faltou, a Libertadores.

Legado:
- Um legado de títulos, de uma pessoa amiga, que sempre procurou ajudar os companheiros que chegam, os novatos. Sei o quanto é difícil jogar no Flamengo. Tenho certeza que eles também vão sentir falta do Léo companheiro e amigo dentro do vestiário. Tenho minha liderança de uma forma diferente de alguns. Então, é esse legado que deixo.
Mais de um adeus?
- Queria muito encerrar minha carreira com a camisa do Flamengo. Não queria encerrar em outro lugar. Estou indo para um novo desafio de três anos e espero que, ao final do contrato lá, eu possa pelo menos fazer um jogo com a camisa do Flamengo.
Léo Moura coletiva Flamengo (Foto: Ivan)Léo Moura chegou ao Flamengo em 2005 (Foto: Ivan)
Títulos marcantes:
- Meus principais títulos foram a Copa do Brasil em 2006 e 2013 e o Brasileiro de 2009. Lógico que todos são marcantes, mas são esses que eu destaco.

Sentir falta:
- Do Maracanã lotado, do dia a dia com os companheiros aqui. Quando terminar o jogo de amanhã, no dia seguinte já vou sentir muita falta. Sei que o torcedor do Flamengo vai torcer por mim, mas não vai ser aquela torcida tão presente como é no Brasil. Estou feliz e só tenho a agradecer.

Dificuldade de jogar no Fla:

- Jogar no Flamengo não é fácil. Muitos passaram por aqui, mas poucos jogaram. Sempre digo que, se você consegue jogar no Flamengo, consegue jogar em qualquer clube do Brasil, sem dúvida alguma. Para chegar até aqui, lutei e batalhei muito, passei por dificuldade, por isso dou muito valor a esses 10 anos que estou aqui. Tem que lutar muito para chegar até aqui.

Emoção ao falar da importância da família nesses 10 anos:
- Minha família é a base, esposa, filhas, pai, mãe, irmãos. Dificilmente eu chegaria a algum lugar se não fossem eles. Por esses momentos que sofri aqui, em derrota, em jogo, em desclassificação. Mas também comemorei com eles as vitórias e os títulos. Minha família é tudo. São todos flamenguistas, então sei que, assim como eu, estão todos um pouco tristes por estar encerrando um ciclo de 10 anos.

Choradeira:
- Vai ser uma choradeira danada. Sei que os torcedores que fizerem esse esforço de estar naquele momento, e os outros que também não puderem e vão acompanhar da televisão, sei que vão torcer por um atleta que se doou e foi vencedor. Vai ser uma emoção difícil de segurar. Mas também não seguro. Se tiver que chorar, vamos chorar, porque vai ser de alegria e felicidade.

Como está o inglês?
- Very good. Está afiado.
ERRATA: diferentemente do que a reportagem informou de forma inicial, o treino desta terça-feira não foi o último de Léo Moura pelo Flamengo, mas sim o penúltimo. O erro foi ao ar às 17h25 e corrigido poucos minutos depois.

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