terça-feira, 10 de março de 2015

NSAC responde à queixa de Wand: "Sua interpretação não faz sentido"

Em documento, comissão nega que tenha excedido sua jurisdição e diz que qualquer ambiguidade de sua lei deve ser favorável a seu programa de testes antidoping

Por Las Vegas
Wanderlei Silva UFC Audiência (Foto: Evelyn Rodrigues)Wanderlei Silva com seu advogado, Ross Goodman, em audiência na NSAC (Foto: Evelyn Rodrigues)
A Comissão Atlética do Estado de Nevada (NSAC) enviou uma resposta à ação movida por Wanderlei Silvacontra ela na Corte Distrital de Clark County, em Las Vegas. O lutador contesta o direito da entidade de testá-lo fora do período de competição e de puni-lo por recusar-se a se submeter ao teste, uma vez que ele não estava licenciado para lutar no estado. O órgão aponta, em documento escrito e assinado por seus procuradores, Christopher Eccles e Vivienne Rakowsky, que tem direito de realizar exames antidoping a qualquer momento para proteger seus lutadores, e que a recusa de Wanderlei a se submeter e sua subsequente admissão de que ingeriu diuréticos, substância proibida, justificam sua punição.
"Silva argumenta que, apesar de suas ações e admissão de doping, a Comissão não pode discipliná-lo. Sua interpretação não faz sentido, dada a ampla jurisdição da Comissão, e, francamente, a enorme necessidade por mais testes fora de período de competição num esporte com uma taxa alarmante de resultados positivos para uso de drogas de melhora de rendimento em testes verificados fora de competição", diz a conclusão do documento, obtido e divulgado pelo blog "Combat Sports Law".
O documento descreve a importância dos exames antidoping fora de competição para esportes de combate, e afirma que o controle do uso de esteroides é mais importante nas lutas que em qualquer outro: "Neste esporte, não se trapaceia com drogas de melhora de rendimento para acertar homeruns ou correr mais rápido numa pista. Estes esportes envolvem combatentes golpeando um ao outro com golpes que podem ser esperados que causem lesões. A Comissão e os promotores estão fazendo seu trabalho de proteger os combatentes desarmados e a integridade do esporte quando tomam medidas para pegar e disciplinar atletas que trapaceiam com doping." O argumento também diz que "testemunhos apoiam a conclusão de que os combatentes usam as drogas proibidas enquanto treinam para uma luta em particular, depois tentam 'ciclar' as drogas de melhora de rendimento antes dos exames de competição."
A ação movida por Wanderlei Silva argumenta que a NSAC viola seus próprios estatutos, citando especificamente os artigos NAC 467.850(1) ("Um licenciado que viola qualquer provisão desta seção está sujeito a ação disciplinar da Comissão") e NAC 467.922(1) ("O diretor executivo ou um comissário podem instituir procedimentos disciplinares... contra uma pessoa que esteja licenciada"), e excede sua jurisdição ao julgá-lo e puni-lo sem que ele tivesse requisitado uma licença de lutador no estado. O exame antidoping surpresa que o lutador brasileiro se recusou a se submeter seria realizado em 23 de maio de 2014, cerca de um mês e meio antes de uma luta contra Chael Sonnen marcada para o UFC 175, em 5 de julho de 2014.
A comissão, contudo, acredita que estava em seu direito de testar o lutador e pede à corte que, se houver ambiguidade no regulamento, que interprete a favor desse direito: "Deveria um combatente desarmado que tem uma luta marcada em Nevada ser permitido a evadir um exame de drogas nas semanas antes da luta? A Comissão acredita que, pela saúde e segurança dos lutadores e pela integridade do esporte, a resposta deve ser "Não"... Quando um estatuto é claro e desambiguo, uma corte não pode passar além da linguagem do estatuto para determinar a intenção da legislatura. A linguagem simples da definição de um combatente desarmado, quando lida junto com NAC 468.850, apoia a conclusão que a Comissão tinha autoridade de pedir a Silva que se submetesse a exames... Mas, se a Corte determinar que existe uma ambiguidade em relação às leis em questão... Qualquer ambiguidade deveria ser resolvida em favor do programa de testes de drogas da Comissão", diz o documento.
Uma data para uma audiência do caso não foi divulgada pela corte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário