Brandão rebate desafio de Ortega e garante que vai nocautear no UFC 195

Brasileiro comenta a mudança de camp para São Paulo e a vontade de fazer uma revanche contra Conor McGregor: "Dou parabéns a ele por ter se tornado o campeão"

Por Evelyn RodriguesLas Vegas

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Diego Brandão é o único brasileiro do card do UFC 195 (Foto: Evelyn Rodrigues)

Vencedor da 14ª edição do TUF americano, Diego Brandão será o primeiro brasileiro a pisar no octógono em 2016. Ele enfrenta o americano Brian Ortega na segunda luta do card principal do UFC 195, que acontece neste sábado na MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, nos EUA.

O adversário de Diego está invicto na carreira - tem nove vitórias e uma luta sem resultado - e treina na academia de Rorion Gracie, na Califórnia. Justamente por isso, usou a arte suave para provocar Brandão nas redes sociais, mas o cearense não quer saber do desafio:

- O Brian é bom de jiu-jítsu, mas vamos quebrar o jiu-jítsu dele. É como eu falei antes, já treinei a arte suave em Manaus, com vários casca-grossas como o Ronaldo Jacaré, o Rodrigo Pinheiro, o Antônio Braga Neto, vários campeões mundiais, então tenho um calibre bem forte. Ele acha que é bom em jiu-jítsu, já veio falar no Instagram que vamos ver quem é o melhor na arte suave, mas isso aqui não é campeonato mundial de jiu-jítsu, né? Eu não posso cair no jogo dele. Que tal ele entrar no meu, na trocação? Ele já falou que se pegar vai cair, então já está com uma preocupação maior do que a minha. Não estou preocupado com ele, estou com um time bem forte em São Paulo, o time Barboza, tem vários campeões mundiais também, então tem tudo para dar certo essa luta contra o Brian - declarou em entrevista ao Combate.com.

No bate-papo, Brandão também falou sobre a mudança para São Paulo, da vontade de fazer uma revanche com Conor McGregor e fez uma retrospectiva de seu ano de 2015.

Confira a entrevista na íntegra:

Lutar no primeiro card do ano em Las Vegas tem algum significado especial para você?

Essa é a segunda vez que eu luto em Las Vegas na época de ano novo, mas é muito gostoso estar aqui e lutar no final do ano, ser o primeiro brasileiro a estrear no ano de 2016. Estou muito feliz em fazer parte desse evento, que vai ter várias lutas excelentes, e estou muito ansioso para sábado à noite.

Diego Brandão e Brian Ortega fizeram uma encarada dura no "Media Day" desta quinta-feira (Foto: Evelyn Rodrigues)

Você certamente passou o Natal na dieta. É difícil passar pelas festas de final de ano sem poder curtir com a família?

Eu passei o Natal com a minha família, que era o que eu mais queria depois de 10 anos morando nos EUA. Nunca tive essa presença da minha família próximo das minhas grandes lutas, então a minha mãe ajudou muito em casa, a gente ainda não fez a ceia, vamos fazer quando voltar. A nossa celebração vai ser especial para a minha família e os meus professores, vai ser uma coisa bem particular, porque já passou, né? Mas a família está ansiosa esperando a minha chegada no Brasil e vou dar essa vitória para todos nós. Lá em casa todo mundo acaba entrando na dieta, então eles me ajudam dessa forma. Mas estou me sentindo bem tranquilo, não teve muita mudança, eu sei o que quero, quero ganhar todas as minhas lutas e vou fechar o ano de 2015 com chave de ouro. 

Nessa época de final de ano é comum as pessoas fazerem uma retrospectiva de suas conquistas. Como foi o seu 2015?

Meu ano de 2015 foi muito abençoado, muitas amizades novas, pessoas maravilhosas, conheci pessoas novas, mudei de camp, pois queria ficar mais próximo da minha família no Brasil, conquistei duas lutas, a terceira não aconteceu, mas estou muito feliz pelo meu desempenho, minha dedicação esse ano…me olho no espelho e falo: “Parabéns, você se dedicou 20 horas na academia por dia e não tem nada para dar errado nesse final de ano”.

Seu adversário, o Brian Ortega, está ali sentado durante o "Media Day". Você estava comentando com seu companheir de treinos que ele estava cansado. Pode explicar isso?

Agora todo mundo aqui está perdendo peso, né? Então, quem não treinou muito e não fez a preparação psicológica essa hora cansa. Ainda mais para quem não pode beber água. Eu posso tomar café, posso tomar água, porque já vim no peso, vim treinado, tirei várias preocupações antes de chegar aqui, então estou confortável e ansioso para essa luta.

Diego Brandão tem 20 vitórias e 10 derrotas na carreira, e vem de dois triunfos consecutivos no UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)

Quais os pontos fortes do Brian? Ele andou desafiando o seu jiu-jítsu nas redes sociais...

O Brian é bom de jiu-jítsu, mas vamos quebrar o jiu-jítsu dele. É como eu falei antes, já treinei a arte suave em Manaus, com vários casca-grossas como o Ronaldo Jacaré, o Rodrigo Pinheiro, o Antônio Braga Neto, vários campeões mundiais, então tenho um calibre bem forte. Ele acha que é bom em jiu-jítsu, já veio falar no Instagram que vamos ver quem é o melhor na arte suave, mas isso aqui não é campeonato mundial de jiu-jítsu, né? Eu não posso cair no jogo dele. Que tal ele entrar no meu, na trocação? Ele já falou que se pegar vai cair, então já está com uma preocupação maior do que a minha. Não estou preocupado com ele, estou com um time bem forte em São Paulo, o time Barboza, tem vários campeões mundiais também, então tem tudo para dar certo essa luta contra o Brian.

Como foi essa mudança de camp para o Brasil?

Eu fui direto para São Paulo, já visitei a cidade várias vezes, a academia Zero Onze, já tinha conhecido o meu amigo Flávio Alves e o meu empresário, o Ivan, arrumou tudo lá com o pessoal da Bodytech, Legendary MMA e estamos com um time bem focado. Nessa mudança, tenho todos eles voltados para mim, me dando atenção, me treinando mesmo, bem diferente da gringa. Muitos acham que aqui fora é blá blá blá e não é. Acho que é o atleta quem tem que se dedicar. Até num fundo de quintal acho que ele conseguiria ser campeão se se dedicar.

Você já enfrentou o Conor McGregor na Irlanda e, recentemente ele se tornou o campeão da categoria, derrotando o José Aldo. Como você vê essa ascenção dele desde que vocês se enfrentaram?

Eu dou parabéns a ele por ter se tornado o campeão. Ele falou que seria e fez, mas a minha derrota para ele e, aliás, as duas derrotas que eu tive na carreira, eu perdi para eu mesmo. Se você  ver a luta, ninguém me nocauteou, eu saí da luta. Então, o Conor tem isso na cabeça dele e ele tinha falado antes que eu era o mais duro da categoria e que se ele passasse por mim bateria em todos. Mas eu entreguei a luta para ele e hoje em dia eu quero buscar esse duelo de novo, para saber se ele me nocauteia. Eu quero essa luta, mas agora estou focado no Brian, 2016 está chegando... Se Deus quiser, vou nocautear sábado e vamos ver o que o UFC vai me dar em 2016 e estou preparado para qualquer um. Eu nunca disse não para o UFC.

O Canal Combate transmite o UFC 195 neste sábado, a partir das 21h20 (horário de Brasília), com tempo real pelo Combate.com e transmissão em vídeo das duas primeiras lutas. Nesta sexta-feira, canal e site transmitem a pesagem do evento a partir das 21h.

UFC 195
2 de janeiro de 2016, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL - a partir de 1h (horário de Brasília)
Peso-meio-médio: Robbie Lawler x Carlos Condit
Peso-pesado: Stipe Miocic x Andrei Arlovski
Peso-meio-médio: Lorenz Larkin x Albert Tumenov
Peso-pena: Diego Brandão x Brian Ortega
Peso-leve: Abel Trujillo x Tony Sims
CARD PRELIMINAR - a partir de 21h30 (horário de Brasília)
Peso-galo: Michael McDonald x Masanori Kanehara
Peso-meio-médio: Kyle Noke x Alex Morono
Peso-palha: Justine Kish x Nina Ansaroff
Peso-leve: Scott Holtzman x Drew Dober
Peso-leve: Dustin Poirier x Joseph Duffy
Peso-galo: Joe Soto x Michinori Tanaka
Peso-meio-médio: Sheldon Westcott x Edgar Garcia