domingo, 3 de janeiro de 2016

Retrospectiva MMA 2015: troca-troca de cinturões marca ano de transição

Campeões caíram com frequência no UFC e no Bellator. Escândalo de doping de Anderson Silva motivou reformulação dos testes no Ultimate; Rizin surge no Japão

Por Rio de Janeiro
Os historiadores do MMA vão olhar para 2015 como um ano de transição no esporte. Uma nova geração de lutadores ascendeu ao topo não só no UFC, como também nas demais principais organizações internacionais do esporte. Essa se tornou a marca mais visível de uma nova era, mas não foi só dentro dos cages e ringues que houve uma transformação. Do lado de fora, 2015 viu diversas mudanças: o Ultimate deu passos rumo a uma maior profissionalização do esporte, como a adoção de um controle mais rígido de doping e de uma uniformização visual de sua liga, que incluiu uma polêmica escala de patrocínios para seus atletas; seu maior concorrente, o Bellator, cresceu e aproveitou para abrigar os lutadores que não concordaram com as novas regras do UFC; o One Championship lançou proposta inovadora para resolver o recorrente problema dos cortes extremos de peso; e, na última semana do ano, um antigo rival do Ultimate ressurgiu no Japão, com outro nome, dando esperanças de uma maior diversidade de oportunidades de trabalho no esporte. Relembre tudo o que movimentou o MMA em 2015:
Connor McGregor UFC 194 (Foto: Getty Images)Conor McGregor selou um ano de transição no UFC ao derrotar o campeão mais antigo do evento (Foto: Getty Images)
REI MORTO, REI POSTO
O rapper americano Jim Jones já disse uma vez, ao se referir às disputas entre seus contemporâneos no hip hop, que “nunca viu um rei que não morra ao final da história”. A moral da declaração é que todo reinado tem seu fim, não importa o tamanho do rei. Em 2015, isso se mostrou especialmente verdade no UFC. Das 10 categorias de peso da companhia, sete viram o cinturão mudar de mãos nos últimos 365 dias. O primeiro campeão a cair foi um ainda com relativamente pouco tempo de domínio, mas apontado como um gênio que dominaria o peso-leve por anos a fio: o americano Anthony Pettis, que se viu completamente dominado pelo brasileiro Rafael dos Anjos por cinco rounds e passou a coroa adiante apenas 18 meses depois de conquistá-la. Na mesma noite, a campeã mais recente do UFC, Carla Esparza, foi nocauteadapela polonesa Joanna Jedrzejczyk e cedeu a cinta com menos de três meses de posse.
Jon Jones é preso (Foto: Reprodução)Jon Jones, ao ser fichado na prisão em Albuquerque: acidente de carro custou título do UFC (Foto: Reprodução)
Em abril, caiu o rei mais poderoso do UFC, um que parecia já ter dizimado sua divisão, mas que não conseguiu escapar à sua própria megalomania. Campeão mais jovem da história, já no comando há quatro anos e com oito defesas de cinturão na bagagem, Jon Jones foi destituído do títuloapós causar um acidente de trânsito e fugir da cena do crime, deixando uma mulher grávida ferida e um carro cheio de provas contra si para trás. O cinturão dos pesos-meio-pesados foi colocado em disputa em maio, e conquistado pelo último desafiante superado por “Bones”, Daniel Cormier, que já defendeu o título uma vez em 2015. Após ser sentenciado a 18 meses de liberdade condicional e 72 palestras motivacionais a jovens, Jones foi reintegrado ao elenco da companhia em outubro, e deve enfrentar Cormier em 2016 para tentar recuperar sua coroa.
Em junho, o rei dos pesos-pesados perdeu sua coroa pela segunda vez, e novamente para um brasileiro. Cain Velásquez, que já havia retomado o cinturão das mãos de Junior Cigano em 2012 e o defendido contra Antônio Pezão e o próprio Cigano, recebeu o terceiro brasileiro consecutivo, Fabricio Werdum, em seus domínios, a Cidade do México, onde é adorado como mexicano por conta de sua ascendência, apesar de ter nascido nos EUA. Apesar de empurrado pela torcida, Velásquez logo descobriu que não estava tão em casa quanto pensava. Werdum, que havia passado meses treinando em montanhas próximas, se mostrou melhor adaptado à altitude local, e cresceu quando o adversário perdeu o gás. Apanhando em cima, o americano tentou levar a luta para o chão, especialidade de Werdum, que o finalizou com uma guilhotina no terceiro round e recuperou o cinturão para o Brasil.
Outro algoz dos brasileiros encontrou sua punição em dezembro, mas nas mãos de um compatriota americano. Chris Weidman, campeão dos pesos-médios desde que derrubou o temido Anderson Silva em julho de 2013, enfileirou Lyoto Machida e Vitor Belfort em seguida e adotou a alcunha de “Matador de Brasileiros”, mas não teve respostas para o americano Luke Rockhold, e foi nocauteado no quarto round. Apenas o meio-médio Robbie Lawler, o peso-galo TJ Dillashaw e o peso-mosca Demetrious Johnson passaram incólumes por 2015; Lawler e Dillashaw lutaram apenas uma vez cada no ano e nocautearam, respectivamente, Rory MacDonald e Renan Barão. Johnson, rei dos moscas desde 2012, venceu Kyoji Horiguchi e John Dodson e é atualmente o campeão mais antigo em atividade no UFC, com sete defesas de cinturão consecutivas.
A QUEDA DA RAINHA
Holly Holm Ronda Rousey MMA UFC 193 (Foto: Paul Crock/AFP/Getty Images)O chute de Holly Holm em Ronda Rousey foi a grande imagem do MMA em 2015 (Foto: Paul Crock/AFP/Getty Images)
Dos sete campeões caídos em 2015, a queda mais chocante foi, com certeza, de Ronda Rousey. Primeira mulher a lutar e conquistar um cinturão no UFC, a peso-galo ascendeu ao status de superestrela no último ano, ao estrelar grandes produções no cinema e vencer suas lutas em segundos - foram apenas 14s para finalizar Cat Zingano em fevereiro, e 34s para nocautearBethe Correia em agosto. Em 14 de novembro, contudo, “Rowdy” enfim encontrou seu limite em Holly Holm, condecorada boxeadora que, apesar de inúmeros títulos mundiais de boxe e de um cartel invicto no MMA, entrou na luta como enorme zebra. Na Austrália, frente a 56.214 pessoas, um recorde de público do UFC, Holm frustrou as investidas de Rousey, escapou da temida chave de braço e derrubou a rainha com um brutal chute no rosto no segundo round.
DE BOBO A REI
José Aldo, Connor Mcgregor  UFC 194 (Foto: Getty Images)José Aldo cai diante de Conor McGregor no UFC 194: coroação de fato do "rei" do Ultimate (Foto: Getty Images)
Até 2015, o campeão mais antigo em atividade no UFC era José Aldo, reinante entre os pesos-penas desde 2009 - na época, ainda no WEC; a categoria foi absorvida pelo Ultimate em 2010 após a extinção do evento. O manauara foi o último rei a cair no ano, em dezembro; seus 10 anos de invencibilidade e seis anos de domínio sobre a divisão ruíram em meros 13 segundos, vítimas de um cruzado de esquerda do homem que já havia assumido o posto de maior estrela do MMA na atualidade antes mesmo de ostentar um cinturão: Conor McGregor. O irlandês surgiu no UFC em 2013, mas seu carisma e espirituosidade o catapultaram na companhia. Chamado de “bobo da corte” por Aldo, McGregor venceu sua quinta luta seguida na organização em janeiro, contra Dennis Siver, para receber a chance de disputar o título dos penas.
O combate deveria acontecer em julho, mas uma lesão tirou Aldo de ação, Chad Mendes o substituiu e um cinturão interino foi colocado em jogo no UFC 189. O “Notório” atraiu uma multidão de compatriotas a Las Vegas, fazendo o americano Mendes se sentir como se lutasse fora de casa, e o derrotou com um nocaute técnico no segundo round. Em 12 de dezembro, no UFC 194, McGregor repetiu a dose contra Aldo. Agora com o peso de um título para validar suas palavras e de uma nação o apoiando, o auto-intitulado rei pretende subir de categoria e tirar o cinturão de outro brasileiro, o de Rafael dos Anjos, no peso-leve, e quer ser pago e tratado como “sócio” do Ultimate, não apenas como funcionário. É bom não duvidar dele.
O RETORNO QUE NÃO FOI
Antes de Ronda Rousey, Jon Jones, José Aldo e Conor McGregor, o rei do UFC atendia pelo nome Anderson Silva. Dono do reinado divisional mais longo da história da companhia - 2.457 dias e 10 defesas de cinturão bem sucedidas no peso-médio - “Spider” passou 2014 inteiro afastado do octógono, recuperando-se de uma difícil lesão na perna esquerda, sofrida no final de 2013. Em 31 de janeiro de 2015, o lutador brasileiro fez seu aguardado retorno ao cage, em combate contra o polêmico americano Nick Diaz. Anderson dominou a luta e, se não mostrou a genialidade de outrora, ao menos foi anunciado vencedor por decisão unânime, e emocionou o mundo ao cair às lágrimas com o anúncio.
Anderson Silva Audiência Doping (Foto: Evelyn Rodrigues)Anderson Silva teve sua reputação manchada por exame positivo de doping e defesa enrolada frente à NAC (Foto: Evelyn Rodrigues)
Três dias depois, contudo, a inspiração do retorno triunfal se transformou em decepção e choque com a revelação que Silva haviafalhado num exame antidopingrealizado pouco menos de um mês antes da luta, que apontou duas substâncias proibidas (drostanolona e androsterona) em seu organismo. Nas semanas seguintes, os resultados dos exames pré e pós-lutaacusaram novamente a presença de drostanolona, além dos ansiolíticos Oxazepam e Temazepam, não informados à Comissão Atlética de Nevada (NAC), órgão que regulamentou o combate.
Suspenso temporariamente, Anderson Silva foi substituído no reality show The Ultimate Fighter Brasil, onde atuava como um dos treinadores, e adiou seu julgamento seguidas vezes. Ainda desviou o foco das acusações ao divulgar uma tentativa de classificação às Olimpíadas no taekwondo, da qual acabou desistindo poucos meses depois. Em 13 de agosto, enfim apresentou seu caso à comissão: admitiu o uso de ansiolítico por conta da ansiedade na véspera da luta, e alegou que o uso de um estimulante sexual desconhecido, oriundo da Tailândia e recomendado por um amigo, causou o resultado positivo para drostanolona. Seu caso não convenceu a comissão, que o puniu com uma suspensão de um ano, retroativa à data da luta, uma multa de 30% de sua bolsa (US$ 380 mil, ou US$ 1,3 milhão na cotação da época), a revogação de sua vitória e de seu prêmio por ela.
OFENSIVA CONTRA O DOPING
Adversário de Silva em 31 de janeiro, Nick Diaz também foi flagrado nos exames antidopingno dia da luta, por uso de maconha - seu terceiro resultado positivo para a substância. Foi o terceiro caso de doping no UFC em um mês - um resultado positivo de Jon Jones para o uso de cocaína em exame fora de competição foi revelado dias após sua vitória sobre Daniel Cormier, em 3 de janeiro. Somado aos escândalos de doping de 2014, quando Wanderlei Silva, Chael Sonnen e Vitor Belfort enfrentaram casos parecidos, o Ultimate se viu pressionado a responder de forma enfática à percepção reforçada de que o esporte vivia uma epidemia. Ela veio em fevereiro, com o anúncio de uma parceria com a Agência Antidoping dos EUA (Usada, na sigla em inglês), que recebeu autonomia total para testar de surpresa seus lutadores, dentro e fora de período de competição. Além disso, a companhia contratou Jeff Novitzky, ex-agente do Governo Federal americano envolvido nas investigações aos casos de doping de Lance Armstrong, Marion Jones, Barry Bonds e outros, para liderar sua ofensiva contra as drogas, ecriou penas pesadas para quem fosse pego usando substâncias proibidas.
Coletiva doping UFC Dana White (Foto: Evelyn Rodrigues)Principais dirigentes do UFC anunciaram medidas antidoping em coletiva, em fevereiro (Foto: Evelyn Rodrigues)
A nova política entrou em efeito em julho, e já flagrou dois lutadores: o croata Mirko “Cro Cop” Filipovic, que se aposentou pouco antes de a Usada revelar que ele foi pego com hormônio do crescimento (GH) em exame fora de período de competição, e o brasileiro Gleison Tibau, flagrado fora do período de competição por suspeita de uso de eritropoietina (EPO) e novamente após sua luta contra Abel Trujillo em 7 de novembro, desta vez por substância não divulgada. Cro Cop foi suspenso por dois anos; Tibau está suspenso temporariamente, sem previsão de data para julgamento.
Jon Jones foi apenas multado pelo exame positivo para cocaína - drogas recreativas não são proibidas fora do período de competição, e a NAC admitiu ter errado ao buscá-las no exame realizado. Nick Diaz, por sua vez, apresentou uma defesa que buscou desacreditar seu resultado positivo com outro exame realizado na mesma data, por um laboratório credenciado pela Agência Mundial Antidoping (Wada), que nada apontou. Apesar disso, a NAC o suspendeu por cinco anos, o que gerou a revolta de lutadores e fãs. Uma petição online com mais de 100 mil assinaturas requisitou que a Casa Branca revogasse a punição; segundo os empresários de Diaz, a comissão está negociando um acordo. Wanderlei Silva, banido do MMA em 2014 por se recusar a se submeter a um exame surpresa, conquistou na Justiça comum direito a novo julgamento. Agora, seu advogado pede que a NAC arquive o caso.
REVOLUÇÕES DE PESO
Um efeito colateral da entrada da Usada no controle antidoping do UFC foi a proibição do uso de soro intravenoso na reidratação de atletas após a pesagem oficial dos eventos. A medida, parte do código da Wada, foi alvo de muitas reclamações por partes de lutadores e treinadores. A preocupação dos examinadores, segundo Novitzky, era que o uso de doping poderia ser mascarado com o uso do soro, mas os atletas retrucaram que isso dificultaria a recuperação e aumentaria o risco de sequelas por golpes potentes. A regra entrou em vigor em outubro; a esperada subida em massa de categoria de peso, porém, ainda não se concretizou, apesar de alguns lutadores terem admitido que estão considerando a mudança.
A questão dos cortes extremos de peso, contudo, continua preocupando. O americano Nik Lentz, um dos poucos que de fato subiu de categoria desde outubro, quando a proibição entrou em efeito, afirmou que “quase morreu” em seu último corte para bater o peso-pena, em maio. Em 10 de dezembro, o lutador chinês Yang Jian Bing, de 21 anos, morreu de fato, devido à desidratação extrema durante o corte de peso para uma luta no peso-mosca pelo evento asiático One Championship - a segunda morte oficial relacionada à prática no MMA, após o falecimento de Leandro Caetano de Souza em 2013 antes de pesagem do Shooto Brasil. Como resposta, a organização do One introduziu um novo sistema de controle de peso, que inclui pesagens diárias por toda a semana da luta, uma série de exames médicos, e exige que os lutadores estejam no máximo 8% acima do peso oito semanas antes de seus combates.
ROUPAS DA DISCÓRDIA
Outra fonte de polêmica no UFC em 2015 foi o acordo de exclusividade com a marca de roupas e acessórios esportivos Reebok. Anunciada em dezembro de 2014, a parceria entrou em vigor oficialmente em julho, mas já virou alvo de críticas em maio, quando foi divulgada a tabela de valores que seriam pagos aos atletas pelas cotas de patrocínio. Proibidos de expor marcas de patrocinadores pessoais, os lutadores se viram enquadrados em sete categorias de acordo com sua experiência no UFC, recebendo valores por luta que variavam de US$ 2,5 mil a US$ 40 mil. Alguns atletas alegaram que as mudanças resultavam em perdas de até 90% nos seus ganhos. Os novos uniformes oficiais, revelados em junho, tiveram recepção mista do público.

A parceria não resultou numa debandada, mas em pouco tempo o UFC se viu perdendo talento de alto nível para outros eventos. O peso-meio-pesado Phil Davis e o peso-leve Josh Thomson foram dois dos lutadores que deixaram a organização para assinar com seu principal rival, o Bellator. O lendário Fedor Emelianenko, que anunciou seu retorno ao MMA neste ano, optou por assinar com o novato Rizin Fighting Federation, dos mesmos donos do extinto Pride, a realizar o sonho de milhões de fãs e assinar com o Ultimate.
VIDA FORA DO UFC
Engana-se quem pensa que a queda generalizada de campeões ocorreu somente no Ultimate. No Bellator, principal rival do UFC, cinco das sete divisões de peso tiveram mudanças de cinturão em 2015. Duas das casualidades foram brasileiras: o peso-meio-médio Douglas Lima, queperdeu o título para o russo Andrey Koreshkov em julho, e o peso-pena Patrício Pitbull, que defendeu a cinta duas vezes, ambas de virada, mas não conseguiu virar o jogo uma terceira vez e acabou destronado pelo americano Daniel Straus, em novembro. O Brasil perdeu dois cinturões, mas ganhou outros dois: o dos pesos-galos, através de Marcos "Loro" Galvão, quefinalizou Joe Warren com uma chave reta de joelho em março, e o dos pesos-médios, quando Rafael Carvalho nocauteou Brandon Halsey em outubro. O outro título que mudou de mãos foi no peso-meio-pesado, com a vitória do britânico Liam McGeary sobre Emanuel Newton. A organização teve um de seus melhores anos, com o evento de melhor audiência do MMA na TV a cabo nos EUA em 2015 (Bellator 138, que destacou o duelo entre Ken Shamrock e Kimbo Slice) e outros torneios com boa resposta do público, como o Bellator 142: Dynamite!, realizado em parceria com a organização de kickboxing Glory.
Bellator 2 (Foto: Divulgação/Bellator)Marcos Loro (dir.) conquistou o cinturão do Bellator com uma chave reta de perna em Warren (Foto: Divulgação/Bellator)
O World Series of Fighting (WSOF) não teve a mesma circularidade de cinturões. O brasileiro Marlon Moraes consolidou seu domínio sobre a divisão peso-galo ao derrotar Josh Hill e Sheymon Moraes. O peso-leve Justin Gaethje defendeu seu título duas vezes contra o peruano Luís Palomino; a primeira delas, em março, foi considerada a melhor luta da história da organização e séria candidata à melhor luta de 2015. Rousimar Toquinho defendeu o cinturão dos pesos-meio-médios em polêmica luta contra Jake Shields, mas foi destituído do título e suspenso pelo evento após novamente segurar uma finalização além do tempo necessário. Em dezembro, Alexandre Capitão conquistou o título dos penas ao bater Lance Palmer numa controversa decisão unânime.
Luís Sapo Ben Askren One Championship 26 MMA (Foto: Reprodução/Facebook)Luís Sapo e Ben Askren protagonizaram "papelão" no One Championship 26, em abril (Foto: Reprodução/Facebook)
Na Ásia, o One Championship ficou marcado tanto pela morte de Yang Jian Bing às vésperas de seu último evento no ano, quanto pela controvérsia entre Ben Askren, campeão dos pesos-meio-médios, e o brasileiro Luís Sapo. Os dois se enfrentaram em 24 de abril, mas a luta terminou sem resultado após Askren acertar, ainda no primeiro round, um cutucão inadvertido no olho de Sapo, que não teve condições de seguir na luta e operou a córnea. O combate foi remarcado para novembro, mas foi cancelado após Sapo ficar quase um quilo acima do peso na pesagem oficial e se recusar a passar por nova checagem no dia do evento. Bibiano Fernandes defendeu o cinturão dos pesos-galosuma vez, e Adriano Moraes acabou perdendo o título dos moscas por decisão dividida contra Kairat Akhmetov, em novembro.
A grande novidade do ano, porém, foi o surgimento do Rizin Fighting Federation. O evento japonês pertence aos mesmos donos do finado Pride, maior concorrente do UFC na primeira década dos anos 2000, e logo criou esperanças de que pudesse recriar a mística da época. Sua primeira edição, com duas noites de luta na última semana do ano, apostou na nostalgia, com apresentações teatrais e performáticas das lutas e com os lendários Kazushi Sakuraba e Fedor Emelianenko como destaques principais. Aos 46, Sakuraba não foi capaz de fazer frente a Shinya Aoki, que o derrotou por nocaute técnico. Fedor, por sua vez, atropelou o inexperiente Jaideep Singh em seu retorno ao MMA após três anos parado.
ADEUS
Rodrigo Minotauro coletiva UFC (Foto: Adriano Albuquerque)Rodrigo Minotauro não conteve a emoção na coletiva em que anunciou sua aposentadoria (Foto: Adriano Albuquerque)
Duas lendas do MMA brasileiro e mundial penduraram as luvas oficialmente em 2015, ambos no peso-pesado. O primeiro foi Antônio Rodrigo Nogueira, o Minotauro, único homem a ser campeão divisional tanto no UFC quanto no Pride. Em 1º de setembro, um mês após fazer sua última luta, contra Stefan Struve, no UFC Rio 7, o lutador baianoanunciou oficialmente sua aposentadoria dos octógonos, aos 39 anos de idade, com 34 vitórias, 10 derrotas, um empate e um “No Contest” no cartel. Ele imediatamente assumiu uma posição como dirigente no Ultimate, fazendo a relação direta com os lutadores brasileiros.
Em 12 de setembro, foi a vez de Pedro Rizzo anunciar sua aposentadoria do MMA, logo após nocautear Andrew Flores Smith pelo Face to Face 12, em Vitória. Aos 41 anos de idade, “The Rock” se despediu com  20 vitórias e 11 derrotas em 19 anos de carreira profissional, que incluíram passagens pelos principais torneios da modalidade no mundo.

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