quinta-feira, 15 de agosto de 2013

'Não acredito no MMA como esporte olímpico tão cedo', diz Minotauro

Para lutador, modalidade é muito extrema e não há patrocínio suficiente no país; ele e o irmão Minotouro estiveram em Bauru para inaugurar academia

Por GLOBOESPORTE.COM Bauru, SP
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Enquanto se recupera da lesão no braço, o lutador de MMA Rodrigo Minotauro segue até o fim do ano uma rotina bem diferente dos treinos no octógono. Em entrevista ao GLOBOESPORTE nesta quarta-feira, em Bauru, ele disse que não acredita na inserção da modalidade nas olimpíadas tão cedo.
– É difícil a entrada do MMA como esporte olímpico porque a modalidade é muito extrema. Além disso, as bolsas oferecidas para lutadores no ramo profissional são muito atrativas. Enquanto não houver um patrocínio forte no Brasil será muito difícil os atletas aceitarem lutar de graça – afirmou Minotauro, que dispensou uma oportunidade parecida no começo da carreira.
Acompanhado do irmão Rogério Minotouro, o lutador de MMA esteve na cidade para inaugurar uma academia focada no treinamento de artes marciais. Até o final do ano, os irmãos aliam os treinos com a rotina dos negócios. Além de inaugurar novas unidades da "Team Nogueira" até o final do ano em vários cantos do país, Minotauro pretente centralizar os treinamentos e popularizar as lutas marciais.
Minotouro e Minotauro Bauru (Foto: Alan Schneider)Minotouro e Minotauro visitaram Bauru nesta terça
(Foto: Alan Schneider)
- Nossa vontade é popularizar o MMA, mostrar que todos podem começar de alguma forma. Nosso objetivo é atingir cerca de 20 mil alunos e, porque não, encontrar um ‘Anderson Silva’ entre eles. Temos um olho clínico para isso e vamos atrás de talentos no Brasil todo – comenta Minotouro.
Ao falar sobre Anderson Silva, Minotauro comentou a polêmica da perda do cinturão do brasileiro para e o americano Chris Weidman.
– Eu estava lá. Anderson Silva jamais entregaria uma luta. O que houve é que naquele dia era o dia da Independência dos Estados Unidos. A torcida estava muito mais patriota. Anderson perdeu a concentração – ressaltou.
Como o esporte é um dos maiores em ascensão no país norte-americano, Minotauro informou também que aproveitou o estilo de treinamento aplicado por lá para implantá-lo no Brasil.
– A inauguração das academias é um processo que está acontecendo no MMA, com o intuito de levar as artes marciais para todos. Isso é realizado nos Estados Unidos desde os anos 1970 e, no Brasil, é uma modalidade nova. Nossa intenção é mudar a cultura da prática do esporte no país e aumentar esse índice de 2% de praticantes no Brasil contra 70% de atletas dos EUA – completou.
Minotouro e Minotauro Bauru (Foto: Alan Schneider)Minotauro, de vermelho, não acredita no MMA como esporte olímpico (Foto: Alan Schneider)
Talento local
Os lutadores comentam que é preciso aproveitar a boa fase do esporte no Brasil. Segundo Minotauro, o país se tornou um grande exportador de talentos. Em visita a Bauru, os irmãos citaram como exemplo o lutador local Rafael Feijão, descoberto durante uma visita do atleta ao Mato Grosso do Sul.
– Conheci o Rafael quando fui comprar uma fazenda em Cuiabá. Ele era veterinário na época e quando estávamos conversando sobre gado, percebi que ele tinha algo a mais. Quando ele falou que era faixa preta de judô eu disse: "Cara, você pode ser campeão. E ele foi campeão mundial em três anos".

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