Com duas vitórias dramáticas, Mick Fanning conquista o tri mundial

Com duas viradas no fim, australiano avança à semifinal em Pipeline, garante ao menos o terceiro lugar e confirma o título do Circuito Mundial de surfe

Por GloboEsporte.comOahu, Havaí

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Na beira da praia, a mãe de Mick Fanning sofria. Seu filho precisava vencer duas baterias em Pipeline para conquistar o Circuito Mundial de Surfe, mas parecia fazer questão do drama. A primeira vitória, sobre CJ Hobgood, saiu faltando um minuto. Nas quartas de final, ficou atrás de Yadin Nicol até sua última onda. Precisava de um 9,57 e saiu da água sem saber se havia vencido ou não e teve que esperar o resultado já na areia, cercado por torcedores e amigos, como Joel Parkinson. Tirou 9,7 e, em um instante, todo o sofrimento e a tensão viraram festa pelo tricampeonato mundial. Pelo segundo ano seguido, um aussie adiava o sonho do 12º título de Kelly Slater.

Mick Fanning comemora depois de garantir seu terceiro tículo do Circuito Mundial de Surfe (Foto: Cestari / ASP)

Aos 32 anos, Mick Fanning conquista o WCT pela terceira vez em sua carreira. Em 2007, faturou o título no Brasil, conquistando a etapa de Imbituba e deixando Kelly Slater e Taj Burrow para trás. Dois anos depois, voltou ao topo do surfe, desta vez derrotando o amigo Joel Parkinson em Pipeline, como fez neste sábado.

Depois de três dias sem competição, o Pipe Masters foi reiniciado neste sábado justamente com a disputa entre Mick Fanning e o americano CJ Hobgood pela quinta rodada. Nas suas primeiras oito ondas, o melhor que o aussie conseguiu foi um 2,50, o que fez com que ele precisasse tirar 8 para vencer. Faltando 1 minuto, o australiano saiu do tubo já comemorando. A nota 9,50 o mantinha vivo no campeonato e na luta pelo título.

Fanning também estava na primeira bateria das quartas de final. Ao contrário da rodada anterior, o australiano começou mais ligado e pegou um tubo logo no início para abrir a disputa com um 7,33. Mas seu compatriota Yadin Nicol não deixaria as coisas serem tão fáceis. Em duas ondas, mudou totalmente a bateria com notas 9,33 e 7,57, deixando Mick precisando de 9,57 para ser campeão.

A história então se repetiu. Com o tempo acabando, uma ótima onda veio, Mick Fanning pegou um belo tubo e novamente já saiu da onda comemorando. Sabia que tinha conseguido a nota e o título. O resultado demorou um pouco a sair e ele já estava na areia, cercado por uma multidão, quando ouviu o locutor anunciar a nota 9,7.

- Eu remei para a onda, ela veio linda e quando entrei, pensei ‘Ouuuu’. Foi uma emoção muito grande. Incrível. Foi um ano divertido. Me diverti muito no Tour. Há alguns anos eu não estava me divertindo. Essa temporada eu consegui fazer isso. Somos sortudos - afirmou Mick Fanning.

Mick Fanning sofreu para vencer suas baterias, mas conseguiu belas ondas para ser campeão (Foto: Cestari / ASP)

Com o título assegurado, Mick Fanning ainda teria a oportunidade de vencer em Pipeline e fechar a etapa com chave de ouro. Mas após tanto sofrimento nas baterias anteriores, o australiano entrou relaxado demais na semifinal contra John John Florence. O havaiano não tinha nada com isso e passou por cima do tricampeão mundial, com notas 9,20 e 9,10. Em clima de festa, o novo número um do mundo nem se importou em somar apenas 5 pontos nas duas ondas. Ele só queria comemorar e agradecer aos amigos e familiares.

- Agradeço a minha bela mulher pelo apoio, amor, e obrigado à minha mãe, que deve estar muito feliz agora, à toda a minha família. Vocês me dão o apoio necessário. Parko (Joel Parkinson), obrigado por ser meu irmão mais velho. Ter você por perto me ajuda muito. Obrigado aos patrocinadores. Enfim, obrigado a todos por esse belo dia - disse o tricampeão mundial.