quinta-feira, 14 de maio de 2015

Conselho julga na terça se anula ação de R$ 3 mi do Vasco contra Eurico

Presidente de poder convoca julgamento de processo movido por Dinamite, que pedia ressarcimento do dirigente ao clube. Com maioria, dirigente vai renúncia do caso

Por Rio de Janeiro
O presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, Luis Manoel Fernandes, convocou os conselheiros do clube para julgarem a ação de regresso que a administração Dinamite moveu contra o atual presidente vascaíno, Eurico Miranda. Em primeira e segunda instância, o atual mandatário chegou a ser condenado a ressarcir o Vasco em R$ 1,3 milhão - que foram corrigidos depois para R$ 3 milhões. No ano passado, próximo das eleições, o caso voltou à estaca zero com a anulação das decisões anteriores. Eurico alegou cerceamento de defesa no processo. Na próxima terça-feira, o Conselho vascaíno, que tem ampla maioria favorável a Eurico - tanto entre conselheiros natos como entre os recém-eleitos -, deve anular o caso com a aprovação da renúncia da ação do Vasco contra o atual presidente.
Em rápido contato com a reportagem do GloboEsporte.com, Luis Manoel, presidente do Conselho, explicou que "houve pedido de pronunciamento do caso no Conselho". Ex-secretário do Ministério dos Esportes e atual presidente da Finep, Fernandes disse que Eurico vai se pronunciar sobre o caso na reunião e defender a retirada do processo.
- Ele vai fazer a apresentação do caso e vai apresentar suas razões - disse Fernandes.
O processo em que o ex-dirigente é réu e o Cruz-maltino, autor, se refere à prisão de Edmundo no fim dos anos 2000. Na época, três desembargadores, que condenaram o Animal à prisão em regime semiaberto, se sentiram ofendidos com as declarações do então mandatário vascaíno - Eurico disse que os juristas estavam tendo "seus 15 minutos de fama" ao decidirem pela prisão do Animal - e processaram o clube e o dirigente. Em 2009, após ter penhorada cotas de TV, o Vasco pagou R$ 1.363.468,47 de indenização aos membros do judiciário.
A defesa de Eurico no caso afirma que o dirigente atuava em defesa dos interesses do Vasco e lembra que as contas daquele ano haviam sido aprovadas anteriormente no Conselho. O atual presidente do Vasco dizia, ao longo da campanha para retornar à presidência do clube, que não estava preocupado com o caso e que ação tinha motivos políticos.  
Confira a convocação no documento abaixo:
Convocação do Conselho Deliberativo do Vasco (Foto: Raphael Zarko)Convocação do Conselho Deliberativo do Vasco (Foto: Raphael Zarko)

Relembre o caso
Após derrota em primeira instância e negativa de recurso de Eurico Miranda em ação de regresso que o Vasco move, o ex-presidente, reeleito presidente do clube em novembro do ano passado, venceu batalha contra os advogados da administração Dinamite. O antigo departamento jurídico do clube moveu ação de regresso contra Eurico cobrando dele ressarcimento original de R$ 1,3 milhão – em correções, o valor atualizado estava próximo de R$ 3 milhões. Nesta quarta-feira, a 24ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio deu ganho de causa a Eurico, que alegou cerceamento de defesa. 
O caso é do fim dos anos 1990, por ocasião da prisão de Edmundo. Na época, após decisão de três desembargadores da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, o então vice-presidente do Vasco disse que os magistrados haviam conseguido “15 minutos de fama”. Os membros do judiciário se sentiram ofendidos, processaram o dirigente e o clube, que pagou R$ 1,3 milhão de indenização aos desembargadores em 2009. No ano seguinte, o clube colocou Eurico como réu em ação de perdas e danos.
O desembargador Paulo Maurício julgou o caso e, depois de recurso da defesa de Eurico, se declarou impedido anulando a decisão de segunda instância. Havia tentativa de opositores do ex-presidente usarem a ação de regresso para punir Eurico e afastá-lo temporariamente do quadro social, o que o impediria de disputar as eleições. Apesar das assinaturas colhidas, o caso nunca foi levado a votação anteriormente no Conselho Deliberativo.

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