sexta-feira, 17 de julho de 2015

Bernardinho elogia contra-ataques e valoriza mudança de postura do Brasil

Seleção leva puxão de orelhas após baixar a guarda contra a França, muda a atitude diante dos americanos e conta com ajuda de Lipe para "soltar os bichos" em quadra

Por Rio de Janeiro

A noite anterior foi de muita conversa. Os jogadores tentavam entender o que tinha dado errado na derrota para a França e o que poderia fazer para evitar uma eliminação prematura diante dos Estados Unidos. Bernardinho apontava a esmorecida no início do quarto set do jogo de estreia nas finais da Liga Mundial como uma lição a ser tirada. Nesta quinta-feira, não teve do que reclamar. O Brasil adotou a postura agressiva exigida por ele e arrancou, no limite, a vitória sobre os atuais campeões da competição. Com o triunfo por 3 a 1, a seleção segue com chances de garantir lugar nas semifinais. 
Bernardinho na vitória sobre os EUA (Foto: Inovafoto / CBV)Bernardinho comemora ponto do Brasil na vitória sobre os EUA (Foto: Inovafoto / CBV)

Agora, a equipe só corre risco de ser eliminada caso os americanos vençam os franceses por 3 a 1 nesta sexta-feira. Com o empate triplo, as vagas serão decididas no ponto average (resultado da divisão dos pontos conquistados pelos sofridos). O jogo será às 14h05, com transmissão ao vivo do SporTV e cobertura em Tempo Real do GloboEsporte.com. Antes, às 11h, o GloboEsporte.com transmite ao vivo do Maracanãzinho um programa especial para debater a fase final. A apresentação será de Monique Cardone, com comentários dos ex-jogadores Giba e Tande.         
- O mais positivo hoje foi a questão da postura da equipe. De saber sair de uma situação de pressão, de uma enorme frustração, e voltar com uma vitória muito importante contra um grande adversário. Acho que nosso contra-ataque funcionou muito bem, foi uma das armas importantes. Mas o saque continua não entrando e é uma preocupação que temos. Agora é esperar o resultado de amanhã, da matemática, para estar presente na semifinal de sábado. Não é a melhor situação. Fizemos o nosso trabalho. Lutamos ontem e não conseguimos. Lutamos hoje e conseguimos. Vai ser uma ansiedade essa espera - disse o técnico.
Bruninho também elogiava a atitude apresentada pela equipe. Tomou para si parte da bronca dada por Bernardinho ao admitir que também baixou a guarda. Contra os americanos, o capitão exerceu sua liderança e a postura vibrante que tanto o caracteriza.    
- Tomei um puxão de orelha porque eu esmoreci também. Meu papel é esse também, de liderar e motivar toda hora. A gente tem que pensar na próxima jogada sem pensar no que passou. Foi uma partida duríssima, contra um adversário agressivo no saque e bloqueio pesado, e uma prova de maturidade de equipe. Soubemos jogar sob pressão e vencer. Antes da partida, falamos em entrega, que tínhamos que mostrar a maior determinação possível e jogar com o coração. Foi isso que fez a seleção ser tão querida por todo o Brasil. É aquele lema de que "brasileiro não desiste nunca". Não vamos ganhar sempre, não existe hegemonia mais no vôlei masculino, mas a torcida pode esperar que vamos nos entregar sempre - afirmou Bruninho.
Brasil x Estados Unidos Bruninho Lipe Evandro liga mundial vôlei (Foto: Divulgação / FIVB)Lipe comemora a vitória da seleção brasileira, que mantém a equipe viva na Liga Mundial (Foto: Divulgação / FIVB)
Para o levantador, a entrada de Lipe, na metade do terceiro set, também foi importante para incendiar a seleção. O ponteiro, considerado "um dos maçaricos" do elenco, comemora o fato de ter conseguido contribuir para que os companheiros mantivessem a intensidade. Lembra que na última parcial, mesmo estando com sete pontos na frente, o time não se sentiu tranquilo. 
- Hoje era um momento de agressividade 500%. Para mim, todo jogo é jogo de energia no máximo. Mérito dos técnicos de entenderem o momento certo de me colocar, o momento de soltar os bichos na quadra. E hoje deu certo, mas falhou contra França, quando eu tentei e a gente não conseguiu. Ali no quarto set, foi um pouco tenso, mesmo no 15/8 não conseguíamos ficar muito tranquilos porque sabemos que os jogadores dos Estados Unidos têm essa paz dentro deles. Erramos um passe, tomamos um bloqueio, depois outro bloqueio. E a gente falava: "Calma, galera, está dando errado". Então veio a ansiedade para querer sair daquele momento difícil. Na hora falamos no banco: "Não interessa o que acontecer, pensa para frente". Passamos por cima daquilo. Final do jogo foi uma delícia e fiquei muito emocionado. Eu sinto a energia boa que vem da torcida e do pessoal que também está em casa. Espero que tenha mais por vir para nós - destacou Lipe.     
TABELA DO GRUPO I
Brasil 1 x 3 França
Brasil 3 x 1 Estados Unidos
Sexta-feira - Estados Unidos x França

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