quarta-feira, 23 de setembro de 2015

CBF notifica clube goiano, São Paulo e Criciúma por transferência de zagueiro

Entidade pediu explicações aos clubes a respeito da negociação que levou o jovem Iago Maidana do Criciúma ao São Paulo, passando pelo Monte Cristo, de Goiânia

Por São Paulo
Iago Maidana no BID (Foto: Reprodução)Monte Cristo, de Goiás, foi "ponte" na ida do zagueiro Iago Maidana para o São Paulo (Foto: Reprodução)
Em razão da triangulação que levou o zagueiro Iago Maidana do Criciúma para o São Paulo, após breve registro no Monte Cristo (que disputa a terceira divisão goiana e foi usado por investidores após a compra de seus direitos econômicos), a Confederação Brasileira de Futebol confirma ter notificado na tarde desta terça-feira os três clubes envolvidos.
Desde 1º de maio, é proibida pela Fifa a participação de terceiros em transferências. A regra foi incorporada ao regulamento de registro e transferência da CBF. Conforme o texto, "nenhum clube ou jogador poderá celebrar um contrato com um terceiro por meio do qual este terceiro obtenha o direito de participar, parcial ou integralmente de um valor de transferência pagável em razão da futura transferência dos direitos de registro de um atleta de um clube para outro, ou pelo qual se ceda quaisquer direitos em relação a uma futura transferência ou valor de transferência".
Iago pertencia ao Criciúma, com quem rescindiu contrato após pagamento de R$ 800 mil por parte de um grupo de investidores paulistas de nome "Itaquerão Soccer" – segundo o clube catarinense, que se diz vítima, o valor foi ainda menor: R$ 400 mil. Em seguida, o atleta ficou vinculado dois dias ao Monte Cristo antes de ter 60% de seus direitos econômicos vendidos ao São Paulo por R$ 2 milhões. Os 40% restantes foram mantidos pelos empresários no clube goiano. A FAI Sports, empresa de Porto Alegre, também fez parte das tratativas.
São Paulo pagou R$ 2 milhões ao Monte Cristo por 60% dos direitos econômicos do jogador de 19 anos após sua rescisão com o Criciúma
– Há duas possíveis burlas aí. A primeira é transacionar com investidores após a proibição da Fifa, em maio. A segunda é o mau uso do sistema eletrônico de transferência, com esse registro de dois dias no Monte Cristo, que, teoricamente, não se justifica. Quando se federa um jogador sem intuito desportivo, fica caracterizado como ponte – disse Marcos Motta, advogado que ajudou a elaborar a regra.
Há menos de uma semana, a Comissão Disciplinar da Fifa sancionou o FC Seraing, da Bélgica, por caso semelhante. O clube foi proibido de registrar jogadores por dois anos e ainda recebeu multa de 150 mil francos suíços. A menor das sanções possíveis é uma advertência.

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