quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Refugiados sírios agradecem ao Galo pelo recomeço longe da guerra

George, Osama e Majed deixaram o país natal, em conflito civil, e receberam apoio do Atlético-MG, que ofereceu emprego ao trio na sede de Lourdes

Por Belo Horizonte
Há mais de quatro anos a Síria vive uma das mais sangrentas guerras civis de sua história. Enquanto o presidente Bashar al-Assad enfrenta rebeldes que quererem sua saída do governo, milhares de sírios deixam o país em busca  de paz. Dentre todos aqueles que fugiram dos horrores da guerra, três vem recebendo ajuda do Atlético-MG para recomeçar a vida.
Sírios George, Osama e Majed posam em frente as bandeiras do Atlético-MG, do Brasil e de Minas Gerais (Foto: Lucas Borges)Majed, Osama e George deixaram a Síria e buscam um recomeço em Belo Horizonte, no Atlético-MG (Foto: Lucas Borges)
Historicamente ligado à comunidade árabe, o Galo, por meio do cônsul da Síria em Minas Gerais, e presidente do conselho deliberativo do clube, Emir Cadar, acolheu George, Osama e Majed. Os três trabalham na sede do clube, em Lourdes, como faxineiros.
Aos 32 anos, George Azar era professor de inglês e tradutor na Síria. Há setes meses ele desembarcou na capital mineira com a mulher e a filha de um ano e meio. Apesar do pouco tempo, Azar faz questão de elogiar o ambiente de trabalho no clube alvinegro.   
Muito obrigado, Clube Atlético Mineiro. Muito obrigado, senhor Emir Cadar. Obrigado Brasil, paz na Síria, e em todo o mundo.
Osama
- Estamos trabalhando no Atlético-MG há quatro meses, as pessoas são muito boas, o trabalho é muito bom, só o salário mesmo que é pequeno ( risos).
Osama Alshaik, de 30 anos, foi o segundo a chegar. Há cinco meses, o cabeleireiro deixou a cidade de Homs, para tentar uma nova vida em Belo Horizonte.    
O mais novo dos três é Majed Ibrahem, de 22 anos. Tímido, o estudante de engenharia metalúrgica chegou ao Brasil há quatro meses, e apesar de já compreender um pouco de português, prefere não se arriscar muito no idioma.    
Ainda em processo de adaptação ao novo país, Osama comenta o que eles costumam fazer nos momentos de folga (veja abaixo uma reportagem com os refugiados sírios que trabalham no Atlético-MG).
- Estudar português, ir a cozinhas árabes, ver nossos amigos sírios que também estão aqui, e descansar, principalmente descansar.  

No último domingo, George, Osama, Majed e mais um grupo de sírios tiveram uma experiência marcante. Os refugiados foram convidados a assistir a partida entre Atlético-MG e Flamengo, no Independência. Antes da partida eles caminharam pelo gramado do estádio com a bandeira do país natal e com uma camisa branca com os dizeres “Paz na Síria”. A goleada de 4 a 1 do Galo parece que contagiou Majed, que até resolveu dar um palpite para o desfecho do Brasileirão. 
- Eu acho que o Atlético-MG vai ser o campeão brasileiro. É um time muito forte.
Antes de voltarem ao trabalho, o trio fez questão de agradecer aos envolvidos nesse recomeço na vida de cada um.   
Homenagem aos refugiados da Síria no Independência (Foto: Bruno Cantini/ Flickr Atlético-MG)Refugiados sírios foram homenageados pelo Atlético-MG antes do jogo com o Flamengo (Foto: Bruno Cantini/CAM)

- Muito obrigado, Clube Atlético Mineiro. Muito obrigado, senhor Emir Cadar. Obrigado Brasil, paz na Síria, e em todo o mundo - disse Osama.
(*) Lucas Borges, com supervisão de Diogo Finelli

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