segunda-feira, 6 de julho de 2015

Kevin Souza tem alvos, mas espera se firmar no UFC para pedir adversários

Peso-pena baiano diz que vai passar a falar mais após próxima vitória na companhia, e lamenta falta de continuidade por causa de lesões repetidas: "São inevitáveis"

Por Rio de Janeiro
UFC Rio 6 - Kevin Souza x Katsumi Kikuno (Foto: André Durão)Kevin Souza não luta desde março, quando nocauteou Katsunori Kikuno no UFC Rio 6 (Foto: André Durão)
No próximo sábado, Conor McGregor disputa o cinturão interino do peso-pena do UFC, apenas dois anos após estrear na organização. O irlandês chegou a este ponto com vitórias convincentes, mas também por não ter timidez em pedir um próximo adversário e provocá-los publicamente. No Brasil, o baiano Kevin Souza está a dois meses de completar os mesmos dois anos de casa no Ultimate, mas ainda busca reconhecimento no top 15 do ranking da categoria. Com três vitórias dentro da organização, o lutador brasileiro espera enfim receber um oponente de alto nível em seu próximo combate, projetado para setembro, mas, apesar de ter alvos à vista, não se sente confortável ainda para "botar a boca no microfone" e pedir publicamente por lutas.
- Tem vários (lutadores que gostaria de enfrentar), acho que o (Ricardo) Lamas casa bem comigo, tem o Cub Swanson, tem alguns caras ali no topo da divisão. Mas não fico pensando nisso não, acredito que tenho que fazer mais essa luta aí, independente de quem o UFC me der, e aí sim, depois que fizer minha quarta luta no Ultimate, acho que vou estar gabaritado para poder escolher adversário. Estou chegando agora no evento, tenho que me firmar de verdade, para depois começar a fazer isso. Acredito que, da minha próxima luta em diante, já estarei em cima do octógono pedindo o próximo - afirmou Kevin, em entrevista por telefone ao Combate.com.
As lesões também atrapalharam o ex-campeão de boxe a deixar sua marca no UFC. Ele teve de esperar nove e 10 meses entre suas três primeiras lutas, devido a lesões na mão. Após seu nocaute espetacular contra Katsunori Kikuno em apenas 1m31s no UFC Rio 6, em março, Kevin foi diagnosticado com uma fratura no nariz e recebeu uma suspensão médica de 180 dias, o que o forçou a ficar sem lutar até setembro.
- Acredito que isso é uma consequência da maioria dos atletas que entram no octógono dispostos a deixar tudo ali. Acredito que todo mundo que entra disposto a deixar sua vida ali em cima corre risco disso, e comigo não é diferente. Cada vez que subo ali, entro disposto a deixar meu corpo, e acabo tendo consequências. As lesões são inevitáveis - disse.
Por outro lado, Kevin admite que a falta de uma equipe o atrapalha a manter o ritmo de luta e a voltar à ativa mais rápido. Após sua saída tumultuada da Team Tavares em 2013, o baiano chegou a fazer períodos de treinos na American Top Team, mas ainda não encontrou uma nova casa e segue trabalhando com seu treinador de boxe Kelson Pinto, o treinador de jiu-jítsu Carlos Dorado e o preparador físico Guilherme Freccia.
- Em Florianópolis, perco bastante também, porque não tenho a quantidade de material humano que tem na American Top Team. Não tem a qualidade dos atletas. Aqui é praticamente eu e Deus, eu e meus treinadores. Trago meus amigos da Bahia, trago o Eric Parrudo, que me ajuda, mas é isso, eu e mais um, eu e mais três, não tem muita gente. Falta uma equipe que fique te estimulando para fazer uma luta dois ou três meses depois, e acaba que eu caio no esquecimento - lamenta Kevin, que espera voltar à ATT no futuro, mas admite um certo receio.
- Para ser real, não me sinto 100% seguro para chegar lá e fazer meu camp. Sei lá, sou meio receoso, porque, como é muita gente, fico com medo de não ter a atenção necessária para uma luta. A princípio, quero voltar para a ATT. Todas as vezes que fui lá, estava sem luta, então acho que por isso que fiquei mais de canto. Acredito que, se você chega lá com luta (marcada), eles te dão uma atenção maior. Mas é confuso isso ainda, não sei como agir.

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