segunda-feira, 6 de julho de 2015

Pan de Toronto influencia na corrida pela vaga olímpica em 18 esportes

Competição dá vaga direta para as Olimpíadas em 12 modalidades. Em outras seis, vale pontos para o ranking de classificação para o Rio 2016. Hóquei tem fato inusitado

Por Toronto, Canadá
A frase "Os Jogos Pan-Americanos são um degrau para as Olimpíadas" é levada ao pé da letra no regulamento da competição. Em 18 modalidades, o Pan influencia na vaga para os Jogos Olímpicos. Em 12 delas, o passaporte é carimbado em Toronto, enquanto em outras seis, o evento vale pontos para o ranking classificatório para 2016. Como o Rio de Janeiro é sede dos Jogos Olímpicos, muitas destas vagas não poderão ser ocupadas por atletas brasileiros. 
HÓQUEI SOBRE A GRAMA: É TUDO OU NADA
Para a delegação nacional, o foco está nos homens. O esporte quase não é praticado no país e, como o Brasil tem pouca expressão mundial, a Federação Internacional estabeleceu uma meta para dar um convite para a seleção participar das Olimpíadas. Tradicional saco de pancadas nos eventos continentais, o país terá que ficar entre os seis primeiros colocados (de oito times) para conseguir ir aos Jogos do Rio. Caso isso não aconteça, o hóquei sobre a grama será a única modalidade em que o Brasil não vai ter representantes em 2016. O time feminino, que não se classificou para o Pan, já está fora da disputa olímpica.
Brasil x Argentina hóquei na Grama Sul-Americano (Foto: Divulgação/Odesur)Brasil vai para o tudo ou nada no hóquei sobre grama em Toronto (Foto: Divulgação/Odesur)
Contanto com o investimento do Ministério do Esporte e do Comitê Olímpico do Brasil (COB), a seleção masculina vem treinando desde o início do ano na Europa e se classificou pela primeira vez para o Pan "em campo". A outra vez que o Brasil havia disputado um Pan foi em 2007, quando jogou como convidada - já que o Rio de Janeiro era a sede. E não conseguiu vencer nenhuma partida. 
A equipe terá que provar para a Federação Internacional e para o COI que evoluiu desde 2009, quando o Rio foi escolhido como sede olímpica. Independentemente do Brasil, o campeão do Pan de Toronto carimba passaporte para as Olimpíadas, e a disputa deve ficar entre americanos e canadenses, já que a Argentina já tem lugar garantido pelo resultado obtido na Liga Mundial. 
PENTATLO, TRIATLO, TÊNIS DE MESA E TIRO: LUTA É PARA TENTAR AUMENTAR A DELEGAÇÃO EM 2016

Esportes que valem vaga nas Olimpíadas (Foto: Arte)
O tiro esportivo dará um total de 20 vagas em 15 provas diferentes para as Olimpíadas. O lugar do Brasil só contará no caso de ser conquistado em uma disputa na qual o país ainda não tem um lugar assegurado. São os casos do fossa duble, carabina três posições, carabina deitada e  pistola de ar (masculino), e pistola e carabina (feminina). Nas demais, o Brasil já tem lugar garantido nas Olimpíadas, portanto, não precisa conquistá-las nas competições.
No triatlo, o Brasil já tem uma mulher e um homem garantidos em 2016. Uma medalha de ouro no Pan garantirá um segundo nome nas Olimpíadas. Em 2011, no México, Reinaldo Colucci foi campeão e carimbou o passaporte para os Jogos de Londres.
É um cenário parecido com o do pentatlo moderno. O Pan garante vagas olímpicas para os medalhista em Toronto, tanto no masculino quanto no feminino. Yane Marques está garantida nas Olimpíadas por causa do terceiro lugar no último Mundial. Mas se Priscila Oliveira ou Larissa Lellys conquistarem uma medalha, garantem uma segunda vaga para o Brasil. No masculino, o Brasil já tem uma vaga garantida por ser país sede. Se Danilo Fagundes ou Felipe Nascimento conquistarem uma medalha garantem a vaga nominal. Se os dois conseguirem subir ao pódio, o Brasil também garante a segunda vaga e ambos se classificam para os Jogos. 
No tênis de mesa, a seleção já está classificada para o evento por equipes das Olimpíadas. Mas, para jogar o torneio individual, os mesa-tenistas precisam conquistar a vaga. E o campeão do Pan (masculino e feminino) garante um lugar em 2016.
LEVANTAMENTO DE PESO, BADMINTON, CICLISMO E TAEKWONDO ATRÁS DE PONTOS NO RANKING MUNDIAL
Para levantamento de peso, badminton, ciclismo e taekwondo, o Pan contará pontos para o ranking mundial, que é classificatório para os Jogos Olímpicos. Nestas modalidades, o Brasil tem alguns lugares assegurados para 2016, mas quer aumentar a lista. Uma maneira de conseguir isso é somando pontos através da competição continental. 
Daniel Paiola - badminton (Foto: Marcos Riboli)Daniel Paiola vai tentar medalha em Toronto para o badminton (Foto: Marcos Riboli)

ATLETISMO GARANTE ÍNDICE OLÍMPICO
Outro esporte em que o Pan será importantíssimo para o Brasil é o atletismo. Os atletas terão que superar os índices estabelecidos pela Federação Internacional (Iaaf) - veja a lista aqui. O atleta que obtiver a marca está pré-selecionado para os Jogos, mas só será confirmado em maio do ano que vem, já que existe um limite de três atletas por país em cada prova. E outras oportunidades para obter o índice vão acontecer durante a temporada. 
BRASIL ASSISTE DE CAMAROTE OUTRAS BRIGAS 
Nos outros esportes, as vagas olímpicas pouco importam para o Brasil. Na canoagem slalom, handebol, hipismo, vela e nado sincronizado, o Pan dá um lugar nas Olimpíadas, mas não para o país, que já tem essas vagas asseguradas. Na natação, cada Confederação Nacional estipula seus critérios de classificação, e algumas usarão o Pan como qualificatório para 2016. A princípio, esse não será o caso dos brasileiros.   
No handebol (masculino e feminino) e no polo aquático (masculino), o campeão está automaticamente classificado para os Jogos de 2016. Caso o título fique com o Brasil, o medalhista de prata assegura a vaga. 

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