Minotauro quer Cro Cop no Japão e espera lutar "até quando aguentar"

Lenda no MMA, o peso-pesado comentou os planos para o futuro, que incluem o desafio marcado contra o holandês Stefan Struve, no UFC Rio 7: "Será uma luta boa"

Por João da Mata* e Raphael MarinhoRio de Janeiro

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Em setembro do ano passado, três meses após ser nocauteado por Roy Nelson, Rodrigo Minotauro foi a público afirmar que faria mais duas lutas no UFC antes de pendurar as luvas. Após um tratamento com células tronco nos Estados Unidos, a lenda do MMA, aos 38 anos de idade, se sente melhor, e desconversa quando perguntado sobre a projeção antes feita. 

- Vamos ver, vou até quando o corpo aguentar - comenta, com um sorriso no rosto de quem mal pode esperar para reencontrar o octógono depois de um ano parado.

Em entrevista ao Combate.com, Minotauro deixa claro que as lesões não vão pará-lo. Mas se o plano de duas lutas for confirmado, o peso-pesado até arrisca o local dos embates: um no Brasil e outro no Japão, onde fez história no Pride. Como oponente, o croata Mirko "Cro Cop" é uma das escolhas que mais o agrada.

Minotauro voltará a lutar no UFC Rio 7, dia primeiro de agosto, contra Stefan Struve (Foto: João da Mata)

- Estou concentrado no meu próximo desafio, mas essa é uma luta que eu gostaria muito de fazer. Aqui no Brasil ou no Japão. Seria um duelo que venderia bastante, todo mundo gostaria de ver. No Japão, então... Seria um grande evento principal no Saitama Arena.

A próxima luta do peso-pesado é contra Stefan Struve, no UFC Rio 7, dia 1º de agosto, na Arena da Barra. E o desafio é grande, literalmente. Os 2,13m do holandês criaram dificuldades para que Minotauro achasse sparrings compatíveis com seus treinamentos aqui no Brasil. A tendência é que ele passe um tempo na academia American Top Team, nos Estados Unidos.

- Lá tem três caras grandes para poder treinar, principalmente a parte de luta olímpica. Aqui no Brasil, também estamos trazendo dois lutadores que vão me ajudar na parte da trocação, também altos. Tenho a meu favor o fato de já ter enfrentado grandalhões na carreira, como o Semmy Schilt (2,12m) - diz.

Stefan Struve perdeu para Alistair Overeem em sua última luta, em dezembro do ano passado (Foto: Reprodução/ Facebook)

Struve vem se recuperando de uma doença no coração, que ameaçou sua carreira no MMA em 2013. No fim do ano passado, há quase dois anos parado, voltou ao UFC para encarar o conterrâneo Alistair Overeem, mas acabou derrotado. O brasileiro exalta a força de recuperação do atleta, e reforça o perigo que pode enfrentar dentro do octógono. A estratégia, segundo ele, já está traçada.:

- É tentar encurtar a distância, não para agarrar, mas visando golpes curtos. Ele tem envergadura muito maior que a minha, chuta muito bem, então tenho que jogar na meia distância para dentro, tomando cuidado com os ganchos. No chão, a luta é confortável para mim.

O confronto precederá o coevento principal, no qual seu irmão, Rogério Minotouro, fará a tão aguardada revanche contra Maurício Shogun. Situação inversa ao que aconteceu no UFC 140, no Canadá, quando Rodrigo foi o segundo Nogueira a lutar na noite. Ele prefere assim.

- É melhor lutar antes, porque se for depois a gente sofre duas vezes, né? Agora é ele quem vai ficar com esse papel. Isso mexe comigo, de verdade. Se o resultado for negativo, acaba desestimulando mesmo. São dois estresses - explica.

Ainda que a fase não seja tão boa, vindo de cinco derrotas nas últimas oito lutas, Minotauro se revela animado para reverter a maré. 

- Estou muito empolgado e motivado para lutar mais uma vez na Arena da Barra. Teremos toda a torcida da Team Nogueira, e vamos levar os garotos do projeto social pra assistir o UFC pela primeira vez. Ele já pediu para me enfrentar duas vezes, mas acabou não acontecendo. É um confronto entre dois caras que vieram de acidente, querendo se superar. Será um luta boa - prevê.

*Estagiário, sob supervisão de Raphael Marinho