domingo, 3 de maio de 2015

Nick Diaz passou em dois exames antidoping e falhou em um no UFC 183

Resultados de testes feitos no dia do evento, antes e depois da luta contra Anderson Silva, foram negativos em laboratório que acusou doping do brasileiro em janeiro

Por Las Vegas
O lutador americano Nick Diaz aguarda atualmente seu julgamento na Comissão Atlética do Estado de Nevada (NSAC) por seu terceiro exame antidoping positivo para uso de maconha na carreira, todos em eventos sancionados pela entidade. Contudo, seu caso não é tão simples como parece. A documentação do caso revela que Diaz foi testado três vezes no dia de sua luta contra Anderson Silva pelo UFC 183, em 31 de janeiro, ocasião em que foi flagrado. Ele passou limpo em dois desses testes e foi pego em apenas um deles.
Nick Diaz (Foto: Evelyn Rodrigues)Nick Diaz também teve resultados negativos em dois exames fora de competição (Foto: Evelyn Rodrigues)
O site "MMA Junkie" obteve uma cópia do processo movido pela NSAC através de um pedido de registro público, e os documentos incluem relatórios dos exames feitos por Diaz, a queixa formal da comissão e a resposta da equipe jurídica do lutador. Eles indicam que o ex-campeão do Strikeforce foi testado três vezes na noite do dia 31 de janeiro: uma delas antes da luta e outras duas após o combate contra Anderson Silva. Diaz passou limpo nos dois exames conduzidos e analisados pelo Sports Medicine Research and Testing Laboratory (SMRTL), credenciado pela Agência Mundial Antidoping (Wada) e mesmo laboratório que flagrou a presença de drostanolona e androsterona em testes feitos pelo brasileiro pouco menos de um mês antes do evento, mas foi flagrado num teste realizado pelo laboratório Quest Diagnostics, que a NSAC costuma usar para exames para uso de drogas recreativas.
O primeiro teste foi às 19h12 (horário local), e um coletor do laboratório SMRTL recolheu uma amostra de urina para um exame com o "menu completo da Wada", ou seja, incluindo testes para todas as substâncias proibidas pela agência, incluindo drogas recreativas. Este exame não apontou nada. O segundo teste foi realizado às 22h38, logo após sua luta contra Anderson Silva. Um coletor do laboratório Quest Diagnostics também recolheu uma amostra de urina, que foi analisada e voltou com resultado positivo para 300ng/mL de metabólitos de maconha, o dobro da quantidade máxima de 150ng/mL tolerada pela comissão. O último exame foi realizado às 23h55, novamente pelo SMRTL, que testou de novo o "menu completo da Wada" e não encontrou nada.
Na queixa, a NSAC usa o resultado do exame da Quest Diagnostics como base para seu caso, e acrescenta que o lutador não incluiu, em sua documentação médica, papéis que comprovassem seu uso de maconha medicinal. Os documentos dos testes da SMRTL, todavia, não estão incluídos no caso. Em 9 de abril, Nick Diaz, através de seu advogado, negou as alegações da NSAC, mas não incluiu contra-argumentos.
O caso revela ainda que Diaz, como Anderson Silva, foi testado duas vezes fora de competição, durante o camp de treinamentos para a luta, com ambos os exames sendo analisados pelo SMRTL. Diaz teve sua urina testada para um "menu parcial da Wada", incluindo busca por alguns esteroides específicos, e uma amostra de sangue testada para presença do hormônio do crescimento (GH), além de um exame de seu passaporte sanguíneo. Ele passou limpo em todos.
Nick Diaz deve ter seu caso julgado na próxima reunião da Comissão Atlética do Estado de Nevada, em 15 de maio. Ele já foi flagrado em exames pós-luta por uso de maconha em 2007 e 2012, ambas as vezes em lutas realizadas em Las Vegas, e foi suspenso e multado pela comissão em ambas as ocasiões.

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