No cenário olímpico, a prata de Flavia na trave vale mais que o ouro no solo
Coordenadora da seleção feminina de ginástica, Georgette Vidor comemora resultado de Flavinha na trave: "É melhor fazer 15 pontos e ser prata, do que levar ouro com 13"
Em grandes competições, acaba sendo um clichê falar que a "prata teve sabor de ouro" para determinado atleta. No caso de Flavia Saraiva, grande nome do Brasil na etapa de São Paulo da Copa do Mundo de Ginástica, a frase se encaixa perfeitamente. Em uma apresentação excelente, ficou com a prata na trave com a pontuação de 15,1000, a mesma do fenômeno americano Simone Biles no Campeonato Mundial do ano passado. Minutos antes, Flavinha havia sido campeã no solo com 13,625, uma pontuação que não a coloca entre as grandes do mundo. Segundo a coordenadora da seleção feminina Georgette Vidor, a prata valeu mais que o ouro:
- É melhor fazer 15 pontos e ser prata, do que levar ouro com 13. É mais vantajoso tirar 15,100 do que tirar 14,600 e ela vencer a prova por conta de uma falha da chinesa. É uma nota muito alta, podem olhar, e pesquisar - ressaltou a dirigente.
Flavia Saraiva é incentivada pela coordenadora Georgette Vidor (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
No Campeonato Mundial do ano passado, a vencedora da trave foi a americana Simone Biles, com a nota de 15,100. Na mesma competição, a vice-campeã foi a chinesa Bai Yawen, com 15,033 e o bronze foi para Aliya Mustafina, da Rússia, com 14,166. É importante ressaltar que, geralmente, os juízes são mais rigorosos em Campeonatos Mundiais, mas isso em nada diminui a importância da nota obtida pela brasileira. A nova estrela do time brasileiro sabe que, se quiser brigar por algo nas grandes competições do solo, precisa aumentar a nota de partida:
Flavia Saraiva se apresenta no solo na Copa do Mundo (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
Flavia Saraiva garante medalha de prata na trave (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
- Vou fazer mudanças no solo, colocando acrobacias mais difíceis. A trave vai continuar a mesma, dá para disputar bem com essa série. Eu fiquei calma e fiz o que eu treinei. E vou treinar ainda mais para ficar mais segura. - disse.
Georgette estava eu eufórica com a nota de Flavia na trave, mas como toda boa comandante, analisou os erros e deixou claro que poderia ter sido uma apresentação ainda melhor:
- Ela teve um passo grande na saída, aquele passo grande fez ela perder 0,30. Se ela crava a saída, ela ganha da chinesa. O fato da gente encostar já foi bom. A prova dela é muito difícil, se ela crava, ela até podia ganhar - disse a coordenadora.
As próximas competições importantes da seleção brasileira são os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, e no Campeonato Mundial, marcado para a Escócia, em outubro. A convocação oficial ainda não divulgada, mas Flavia é uma das peças fundamentais para a equipe nos dois torneios.
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