terça-feira, 29 de novembro de 2016

Cansado de perder, Weidman diz que derrota em NY atrapalhou Thompson

Nova-iorquino destaca momento especial por lutar na cidade natal, erro que culminou no nocaute de Romero e sentimento de culpa por companheiro que lutou em seguida

Por Rio de Janeiro
Chris Weidman UFC 205 (Foto: Jason Silva)Chris Weidman perdeu para Yoel Romero no UFC 205, em Nova York (Foto: Jason Silva)
A segunda derrota consecutiva no MMA ainda dói em Chris Weidman. Nesta última segunda-feira, no programa “The MMA Hour”, o lutador falou pela primeira vez depois de ser nocauteado por Yoel Romero no terceiro round do UFC 205, no card histórico de Nova York, cidade natal do “All American”. Ele, que já vinha de derrota para Luke Rockhold, quando perdeu o cinturão do peso-médio (84kg), afirmou que está “cansado” de perder.
- Eu, definitivamente, estava machucado no final da luta, mas percebi o lado bom também: poder fazer parte de tudo aquilo foi realizar um sonho. Menos perder. Tudo estava ótimo até o momento da derrota. Mas até isso faz parte do jogo e você tem que se recuperar e voltar lá para conseguir uma vitória. Eu simplesmente cansei de perder. Não quero perder mais.
Diante de Romero, no terceiro round, Weidman desferiu um chute na linha de cintura do adversário, que respondeu com uma joelhada voadora. O americano pareceu ter feito um movimento involuntário, mas ao se abaixar para tentar se defender, recebeu o golpe de encontro e a joelhada conectou em sua têmpora, levando-o ao chão. O cubano ainda completou o serviço com alguns socos, até ser interrompido pelo árbitro Mário Yamasaki com apenas 24 segundos do assalto.
- Eu simplesmente senti que não tinha jeito de eu perder aquela luta. Lembro de pensar, ‘se eu vencer esse terceiro round, já era’. E eu arrisquei uma queda. Se você ver, se você é uma pessoa técnica e que entende de MMA, sabe que quando você enfrenta um canhoto você sempre coloca a sua cabeça para o lado da perna da frente dele. Nunca vá para a perna de trás. E todas as minhas tentativas de queda, eu ataquei na perna da frente dele, o que me afasta do perigo de uma joelhada ou de um forte direto. E no único momento que eu atirei para o lado errado, coisa que treinei milhares de vezes para não fazer, ele apareceu com aquele joelho.
Além da dor da própria derrota, Weidman ainda carrega um sentimento de culpa em relação ao companheiro de treinos e seu cunhado Stephen Thompson. Para o ex-campeão, o fato de ter lutado e perdido imediatamente antes da luta do amigo influenciou na atuação de Thompson, queempatou a luta em que desafiava o campeão meio-médio Tyron Woodley. Weidman ainda falou sobre um vídeo gravado pela esposa com um encontro entre os dois lutadores.
Yoel Romero Chris Weidman UFC 205 (Foto: Getty Images)Yoel Romero nocauteou Weidman com uma joelhada (Foto: Getty Images)
- Minha esposa realmente nos gravou na primeira vez que nos vimos após a luta. Assisti toda sua luta, estava recebendo meus pontos e consegui sentar lá e assistir a luta na sala, e a primeira coisa que fiz quando o vi foi pedir desculpas a ele. Lamento que ele tido que ver o que aconteceu comigo. Tivemos um momento emocionante, com certeza (...). O vídeo é muito patético de mim e ele apenas soluçando e abraçando um ao outro por uns bons 30, 45 segundos. Me senti terrível, e tenho certeza que isso o afetou. Ter que assistir isso foi ruim, isso foi brutal... Ver alguém que você ama ser atingido com um joelho e então ter que fazer essa caminhada (para o octógono) depois, não há dúvidas de que isso o afetou.
Numa categoria recheada de desafiantes ao título, Weidman sabe que a volta à disputa pelo cinturão não será imediata. Hoje atrás de nomes como Romero, Rockhold e Ronaldo Jacaré no ranking, e com nomes em ascensão como Gegard Mousasi e Robert Whittaker, ele está disposto a enfrentar qualquer nome da divisão, mas entende se tiver que encarar rivas mais desconhecidos. Ele já quer voltar a lutar no dia 11 de fevereiro, no UFC 209, no Brooklyn.
- Há definitivamente alguns desafiantes (à minha frente), mas sinto que um ou dois (desafiantes estão à frente), possivelmente três. Não sei quantas vitórias vai demorar (para voltar a disputar o título), mas quero fazer isso rápido. Quero lutar provavelmente em fevereiro e novamente dois ou três meses depois, e fazê-lo novamente.

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