sexta-feira, 20 de março de 2015

Ferj diz que pode tirar decisões do Maracanã caso não haja acordo

Federação diz que "qualquer interferência" do consórcio que prejudique decisões do Conselho Arbitral fará com que não sejam marcadas final e semifinais no estádio

Por Rio de Janeiro
Gramado Maracanã 2015 (Foto: Divulgação )Ferj diz que pode tirar final e semifinais do Carioca do Maracanã caso não haja acordo entre as partes interessadas (Foto: Divulgação)
Em mais um capítulo das discussões sobre os custos operacionais do Maracanã, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro agora oficializou em nota, na noite desta quinta-feira, que poderá tirar a final e as semifinais do Carioca do estádio caso não haja acordo que atenda a todas as partes da polêmica, Ferj, clubes e Consórcio Maracanã. 
Assinado pelo presidente da Ferj, Rubens Lopes, o comunicado diz, em seu item 7, que "qualquer interferência do Maracanã que possa impedir ou prejudicar o cumprimento das decisões do Conselho Arbitral poderá ensejar a não marcação de qualquer partida para esse estádio". Em seu item 8, por sua vez, afirma que, no caso de não haver acordo entre as partes que respeite as decisões do Conselho Arbitral, "nenhuma das partidas das semifinais e finais do campeonato estadual de profissionais será marcada para o estádio do Maracanã".
A nota ainda reitera a decisão de que os gastos operacionais do Maracanã seguirão o modelo de contrato do Flamengo com o consórcio, prejudicando, por tabela, os interesse do Fluminense, clube que, pelo acordo com a administradora, não paga para mandar suas partidas. Caso o Tricolor queira fazer valer seu contrato com o estádio, o valor será calculado apenas sobre a parte que lhe cabe no borderô, não sobre o total da partida.
O capítulo mais recente da polêmica começou na terça-feira, dia em que o Conselho Arbitral da Ferj decidiu que o custo operacional dos jogos do Maracanã será calculado nos mesmos moldes do contrato da concessionária com o Flamengo, com divisão de lucro e despesas, diferentemente do acertado com o Fluminense, no qual o clube não tem gasto algum e pode lucrar apenas com os setores Norte e Sul. No dia seguinte, as direções do Tricolor e do Rubro-Negro, que não haviam mandado representantes à reunião do dia anterior, juntamente com o Consórcio Maracanã, divulgaram uma nota conjunta repudiando a decisão.

A briga continuou, e a Ferj cobrou o Flu um valor de R$ 400 mil, referente à taxa de 10% que a federação tem direito em cada jogo do Estadual. O clube rebateu e contestou a dívida. O presidente Peter Siemsen, ao jornal Extra, fez ainda críticas a Eurico Miranda e Carlos Eduardo Pereira, mandatários, respectivamente de Vasco e Botafogo. Estes, em nota, se defenderam e rebateram as acusações.
Confira a nota oficial da Ferj na íntegra:
"A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro após reunião com Complexo Maracanã, ontem, na sede da Federação, vem a público esclarecer quaisquer possíveis equívocos de interpretação quanto à decisão do Conselho Arbitral, em reunião realizada no dia 17 deste mês, em relação aos jogos do Campeonato Estadual a serem realizados no Maracanã:
1- Contratos firmados entre o Maracanã e qualquer filiado constituem-se em documentos legais cujas obrigações dizem respeito e restringem-se unicamente aos signatários dos mesmos, sem interferência, extensão ou obrigações de terceiros a qualquer dos seus dispositivos;
2- O Maracanã não tem qualquer interferência nas decisões do Conselho Arbitral às quais se obrigam apenas os clubes filiados;
3- Com exceção dos camarotes, a receita proveniente de todos os setores serão computadas para fins de apuração do resultado a ser dividido entre os clubes, na proporção estabelecida pelo Estatuto, na forma dos Regulamentos ou por acordo entre as partes e lançadas no borderô oficial da partida, critério praticado nos jogos do Flamengo;
4- As Despesas Operacionais do Estádio e Aluguel do Estádio serão contabilizadas em borderô, obedecendo o mesmo critério aplicado nas partidas, respectivamente, do Flamengo e do Vasco da Gama: a) despesas operacionais calculadas na base de R$ 10,37 por público pagante, limitado ao máximo de R$ 311.000,00; b) Aluguel de estádio, quando cobrado, será calculado de acordo com percentuais diferenciados aplicados sobre a renda líquida;
5- Condições diversas de receita e ou despesa adotadas unilateralmente por qualquer clube, por força de contratos firmados com o Maracanã, serão suportadas apenas pelos clubes signatários desses compromissos da parte que lhe couber do resultado apurado no borderô oficial;
6- Condições diversas poderão ser adotadas desde que por acordo entre as partes;
7- Qualquer interferência do Maracanã que possa impedir ou prejudicar o cumprimento das decisões do Conselho Arbitral poderá ensejar a não marcação de qualquer partida para esse estádio.
8- Em não havendo contrato ou convênio entre a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e o Complexo Maracanã que contemple e respeite as decisões do Conselho Arbitral, ora apresentadas, nenhuma das partidas das semifinais e finais do campeonato estadual de profissionais será marcada para o estádio do Maracanã.
Rio de Janeiro, 19 de março de 2015
Rubens Lopes da Costa Filho
Presidente"

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