domingo, 15 de maio de 2016

Cris Cyborg explica por que não desafiou Ronda: “Momento era meu”

Brasileira conta que quase chorou ao entrar no octógono do UFC pela primeira vez, mantém que seguirá em sua categoria e ironiza rival

Por Direto de Curitiba

A arrasadora estreia de Cris Cyborg no Ultimate, na madrugada de domingo no card principal do UFC 198, foi quase tudo o que os seus fãs esperavam: um nocaute em apenas 81s sobre a americana Leslie Smith, em mais uma vitória dominante e rápida. Só faltou uma coisa, na opinião de muitos que acompanharam pelas redes sociais: um desafio público à arquirrival Ronda Rousey, contra quem a brasileira vem pedindo para fazer uma superluta há anos, sem sucesso. Cyborg, no entanto, explicou que, após anos de negociação para lutar na principal organização de MMA do mundo e muitas polêmicas pelo caminho, não queria desviar o foco de seu momento para outra pessoa.

- Acredito que esse momento era meu, né? Um momento histórico, nunca imaginei que estaria sentada aqui - tirem muitas fotos! Nunca achei que estaria aqui, depois de tudo o que passei. Acho que é um momento meu. Falar dela agora não entra na minha cabeça, mas com certeza vão falar (dela). Deixo meus fãs escolherem minha adversária e só tenho que estar bem treinada - afirmou Cris Cyborg na entrevista coletiva pós-evento.

Foi uma oportunidade única para a lutadora, que conseguiu lutar em sua cidade natal de Curitiba num peso-casado especial de 63,5kg - sua categoria, peso-pena (até 65,8kg), não está disponível para mulheres no UFC. Toda a emoção da conquista quase atrapalhou antes mesmo de entrar no octógono.
Cris Cyborg UFC 198 (Foto: Jason Silva)Cris Cyborg foi a atleta do evento mais festejada pelo público, que lotou a Arena da Baixada (Foto: Jason Silva)


- Fiquei muito feliz de lutar em Curitiba, mostrei quem sou para vários fãs novos que não sabiam quem era a Cyborg. Fiquei emocionada, entrei até devagar, aí vi todo mundo gritando e comecei a correr. Uma hora, queria chorar, pensei, “Não posso chorar, tenho que sair na mão!” (risos). Ter lutado em Curitiba foi o que mais me fortaleceu para bater o peso, participar do UFC pela primeira vez, e bater 63,5kg, que eu achava que era impossível e foi muito difícil, mas nada é impossível para Deus - disse a lutadora.

Resta a dúvida se Cris Cyborg vai ter outra chance de lutar no UFC. Campeã peso-pena do evento feminino Invicta FC, a lutadora reiterou sua vontade de seguir defendendo seu cinturão e não demonstrou muita fé que Dana White, presidente do Ultimate, vá abrir sua categoria para mulheres na organização. Ela também ironizou Ronda no meio de sua resposta, ao mencionar seus treinos de judô, principal arte marcial praticada por sua rival.

- Não sei, tenho que mandar uma mensagem pra ele pra saber se assistiu à luta. Dei meu máximo, gosto de buscar o nocaute, a luta é o que gosto de fazer, tenho wrestling, jiu-jítsu, e estou fazendo judô há um ano para lutar com alguém, mas estou esperando a oportunidade. Mas é isso, estou preparada, e, se ele gostou da minha luta, com certeza vai ter outra oportunidade, tenho que fazer meu papel dentro do octógono e esperar - concluiu Cyborg.

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