terça-feira, 24 de março de 2015

Irmão de Massara recorda golpe de enxada na cabeça: "Ele era mais forte"

Francivaldo Massarinha comenta brigas com o peso-leve do Ultimate, que trabalhava para ajudar a família aos 15 anos de idade e declara: "Disso tudo veio a união"

Por Rio de Janeiro
Francisco Massaranduba Massarinha lutador do UFC (Foto: Marcelo Barone)Lutadores, que, atualmente, moram em cidades distintas, mantêm contato com frequência (Foto: Marcelo Barone)
O MMA é um esporte repleto de irmãos que seguiram o mesmo caminho: Minotauro e Minotouro, Shogun e Ninja, Nick e Nate Diaz... Há ainda os menos badalados, como Francisco e Francivaldo - Massaranduba e Massarinha, respectivamente. Nascidos e criados em Amarante, no Piauí, a dupla escolheu o MMA para viver. O primeiro, de 36 anos, está no UFC, enquanto o outro, três anos mais novo, ainda busca dias melhores na modalidade.

Dos grandes centros ao interior, irmãos são todos iguais: brincam, brigam e, no fim das contas, fazem as pazes. E começam o ciclo outra vez. Dentre tantas confusões, Massarinha não tira uma da cabeça - literalmente. A cicatriz do golpe de enxada que recebeu ainda está aparente.

- Uma vez a minha mãe obrigou a gente a limpar o quintal, e só tinha uma enxada. Ele era mais esperto, tentou tomar de mim. Eu tentei tomar das mãos dele, e ele meteu a enxada na minha cabeça (risos). Tem um "v" aqui até hoje. Era para ter tomado 20 pontos na época, mas sarou na "tora". A gente brigava muito. Em casa, o Massara me batia e, quando eu batia nele, tinha que correr e segurar na minha mãe, porque ele vinha para cima. Passava um pouco e estávamos juntos brincando de novo. Ele era mais forte, mas disso tudo veio a união - declarou Massarinha, em entrevista ao Combate.com.
Francisco Massaranduba Massarinha lutador do UFC (Foto: Marcelo Barone)Massarinha ainda tem cicatriz na cabeça (Foto: Marcelo Barone)
Massaranduba serviu de referência para o irmão, quando começou a lutar. Experimentou o kickboxing, fez a transição para o MMA, e o irmão mais novo foi atrás. Passaram a se ajudar. Trocaram brigas por lutas.

- Hoje sou quase um sparring dele, porque sempre que tem luta estou do lado dele, treinando posição, batendo manopla. Ele me ouve, ouço ele. Ele sempre foi uma referência boa para mim. Trabalhava para sustentar a gente. É um cara que posso me focar nele pois não irei me arrepender. Faço comida quando precisa, clara de ovo, saladinha. Quando não tem fogo, pego uma latinha com álcool e esquento o ovo. 

Após deixarem o Piauí, há cerca de 15 anos, eles foram morar em Brasília. Atualmente, Massaranduba mora em Curitiba, onde treina na Evolução Thai, enquanto o irmão segue no Distrito Federal. Quando tem luta marcada, o peso-leve do UFC convoca o reforço. Massarinha, além de ajudar, se diverte com o ex-participante do TUF Brasil 1.

- O Massara sempre teve esse lado carismático, antes mesmo de ser famoso, já tinha amizade com muitas pessoas. A gente era confundido. A fama veio só a acrescentar mais - destacou Massarinha, que atua em eventos nacionais de MMA.
Francisco Massaranduba Massarinha lutador do UFC (Foto: Marcelo Barone)Lutadores seguiram o mesmo caminho das artes marciais mistas (Foto: Marcelo Barone)
O sucesso de sua carreira no MMA, segundo Massaranduba, passa pela estrutura familiar. Foi com esse discurso que ele comentou sua vitória sobre Akbarh Arreola, no UFC Rio 6, no último sábado.
- Com 15 anos eu tomava conta da família toda. Sempre fui apegado aos meus irmãos, um espelho para eles. Meu braço forte é o esquerdo, o direito, é o meu irmão. Ele sempre deixa a família dele para treinar comigo. Se você não tem uma família boa, cai lá na frente. Como diz minha mãe, sempre comemos no mesmo prato. Vestíamos a mesma roupa. Não tenho do que reclamar - defendeu Massaranduba.

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