sexta-feira, 31 de julho de 2015

Despoluição da Baía de Guanabara já custou R$ 10 bi, um terço do previsto

Meta olímpica de despoluir 80% da baía não será cumprida. Governo do Rio de Janeiro diz que não tem dinheiro para realizar o trabalho sozinho

Por Rio de Janeiro

Em 20 anos, os programas de despoluição da Baía de Guanabara, no Rio, já consumiram R$ 10 bilhões em empréstimos. Hoje, o governo diz que ainda precisa de mais 20 anos e pelo menos R$ 20 bilhões para recuperar toda a área. Desse total, R$ 13 bilhões poderiam ser gastos nos próximos cinco anos para melhorar um pouco a situação se a iniciativa privada ajudar. O governo diz que não tem dinheiro para fazer isso sozinho.
A Baía de Guanabara é a terceira maior do mundo. Ao todo, 55 rios e canais desaguam nela, levando muita sujeira. Conforme mostrou o RJTV, atualmente, ela recebe cerca de oito mil litros de esgoto por segundo e cerca de 100 toneladas de lixo por dia. Há dez anos, a média era de 15 mil litros de esgoto por segundo.
O esgoto que cai na Baía de Guanabara parte de 16 cidades da Região Metropolitana do Rio, das quais 13 não o tratam devidamente.
Lixo no Canal do Cunha poluição Baía de Guanabara (Foto: Matthew Stockman/Getty Images)Lixo no Canal do Cunha poluição Baía de Guanabara (Foto: Matthew Stockman/Getty Images)
O compromisso olímpico de tratar pelo menos 80% esgoto não vai ser cumprido. A ideia para os próximos 20 anos é fazer com que o esgoto das casas da Região Metropolitana caia na rede de água da chuva. E em dias secos, esse material escoaria para uma grande rede coletora em direção às sete estações de tratamento que já existem. Mas hoje operam muito abaixo da capacidade, porque o esgoto simplesmente não chega até lá.
A gente conta muito com a força da natureza, com a capacidade da própria natureza e com a força das correntezas que correm pela baía de contribuir para renovação dessa água. Então, hoje é possível e a gente não vai fazer feio nas olimpíadas porque tem territórios em que a qualidade da água da baía é realmente muito boa”, disse Vicente Loureiro, diretor-executivo da Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio de Janeiro.

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